Pro Tools

Pro Tools 2018

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Conheça a mais nova versão do Pro Tools

A primeira coisa que talvez você esteja se perguntando, é: 2018? Desde quando isso é numeração de versão de software?

Se no passado um software era atualizado a cada três anos ou até mais, hoje em dia, as atualizações são quase mensais e as empresas aos poucos perceberam que a numeração de versão não era tão mais eficaz.

A Adobe foi uma das primeiras a perceber isso, e já faz algum tempo que seus softwares vem com a versão referente ao ano, assim como acontece com carros. Do mesmo jeito que temos um Honda Civic 2015, temos o Photoshop CC 2016, o Premiere CC 2017, e agora teremos o Pro Tools 2018.

Tecnicamente, o mais correto é chamar de Pro Tools 2018.1, onde o “1”, é referente ao mês.

Então se sair por exemplo uma atualização em abril, a versão será 2018.4.

É uma alternativa bem legal, pois fica muito mais óbvio para o usuário saber quando a versão do software que ele está usando foi lançada, sem precisar recorrer aos manuais ou a internet.

A seguir, vamos conhecer suas novidades!

Adeus iLok! Seja bem vindo, iLok Cloud

O sistema de licenciamento do Pro Tools é um pouco diferente dos demais, pois as licenças não são baseadas em números de série, e nem baseado em conta de usuário com login e senha.

As licenças do Pro Tools são armazenadas fisicamente em um iLok, que são essas chaves USB (fig. 1). Para o Pro Tools abrir, o iLok precisa estar conectado em uma porta USB, e obviamente, ter uma licença válida.

fig. 1 – iLok

iLok Cloud é uma maneira nova de licenciar o Pro Tools, onde o usuário poderá efetuar o login em sua conta e habilitar o Pro Tools, mesmo sem um iLok. Porém, algumas considerações a fazer:

Primeiramente, os termos de licença do Pro Tools continuam os mesmos. Ou seja, só é permitido usar a licença em um computador por vez. Supondo que o usuário habilitou o iLok Cloud no seu estúdio (fig. 2). Se depois tentar habilitar no seu laptop pessoal, a licença/iLok Cloud do estúdio será automaticamente revogada.

Fig. 2 – iLok Cloud Session ativo

Em segundo, pelo mesmo motivo acima, não é possível ter sua licença registrada na chave de iLok física e no iLok Cloud. Ou é um, ou é outro.

Por último, mas talvez o mais importante. Para usar o sistema iLok Cloud, é necessário ter uma conexão com a internet ativa. O sistema fica confirmando de tempos em tempos se a internet está ativa e se a licença continua válida, portanto, se você quer trabalhar desconectado da internet, vai precisar continuar utilizando o sistema iLok tradicional.

Melhorias no MIDI

Faz muito tempo que não vemos nenhum avanço nesta área. A principal delas, foi a inclusão de teclas de atalho para mover notas MIDI para direita/esquerda, para cima e baixo, alterar a duração e velocity (fig. 3)

Fig. 3 – atalhos para edição MIDI

Por outro lado, a função mais interessante chama-se “Extract Chord From Selection”. A função está localizada no Menu Event, e funciona da seguinte forma: ao selecionar um trecho MIDI, o usuário pode pedir para o Pro Tools analisar verticalmente as notas e informar os acordes usados. Os acordes ficam registrados na régua (ruler) “Chords”, visível pelo menu View > Rulers > Chords, e também são visíveis no Score Editor (Fig 4A, 4B e 4C).

Fig. 4A – Acordes no MIDI Editor

Fig. 4B – Acordes identificados no Chords Ruler

 

Fig. 4C – Acordes no Score Editor

Por último, temos a função “Retrospective MIDI Record”, que significa simplesmente que mesmo em play, o Pro Tools está sempre gravando MIDI em tracks que estiverem com botão de Rec Enable habilitado.

Na prática, significa que se o usuário estiver em play, apenas ensaiando uma idéia ou estudando um solo, mas acabar gostando do que executou, ele pode acessar o Menu Event > Retrospective Record, que sua última execução será apresentada no track, mesmo sem ele ter colocado o Pro Tools para gravar.

Track Presets

O usuário também vai poder salvar todas as configurações de um canal: fader, pan, send e insert. Isso traz muita praticidade, uma vez que é comum utilizar um mesmo setup várias vezes, apenas alterando um pouco os parâmetros. Os track presets são encontrados na caixa de diálogo de criação de novos tracks (fig. 5).

Fig. 5 – Track Presets

Por exemplo para guitarra, o usuário poderia salvar um track preset chamado “guitarra base” com um afinador + compressor + simulador de guitarra + EQ final, já super timbrado para carregar em qualquer sessão.

Com instrumentos virtuais também é uma maravilha, já que em 99,9% dos casos, é preciso trabalhar o timbre com outros plug-ins para ficar de fato, convincente. Salvar um track preset com o nome “Harmmond rock” com um DB33 (orgão) + distorção suave + EQ + Phaser vai simplificar bastante as coisas.

Agora uma dica para quem não tem o Pro Tools 2018. Esta função já está disponível de forma não-oficial (ou seja, escondida) faz muitos anos!

Em 2012, eu e o pessoal da ProClass fizemos um vídeo explicativo de como criar track presets desde o Pro Tools 10. Segue o link:

https://youtu.be/F2w_mFw–0IM

Playlists ainda mais flexíveis

Nas últimas versões do Pro Tools, já tivemos significativos avançados nesta funcionalidade, que para quem não conhece (mas deveria conhecer!), podemos explicar rapidamente: é uma maneira mais completa para manipular múltiplos takes de uma performance para construir um take único, com os melhores momentos de cada parte.

No Pro Tools 2018, foi introduzido o conceito de “Target Playlist” (fig. 6). No passado, você tinha “Alternate Playlist” que eram todos seus takes, e o “Main Playlist”, que era o playlist usado como principal para receber edições.

Fig. 6 – Target Playlist

O “Target Playlist” permite que qualquer playlist seja utilizada para receber edições e construir melhores takes. Ou seja, podemos construir diversas playlists com edições diferentes e experimentar muito mais.

Além disso, muitos atalhos novos para navegar entre as playlists, ouvir cada um dos takes alternativos, executar edições e muito mais.

Mixer com mais feedback visual

Na versão 11, a Avid melhorou radicalmente as opções de medição de ganho do mixer, com medidores mais longos, diferentes sistemas de escala e até um medidor de redução de ganho dos compressores inseridos no canal.

Agora, também foi acrescentado uma mini-representação da equalização inserida no canal (fig. 7).

Fig. 7 – Atalhos para Playlists

Vale ressaltar que não estamos falando apenas da equalização padrão do Pro Tools. Se o usuário preferir utilizar um equalizador da FabFilter por exemplo, também vai funcionar.

Mais interessante que isso, se o usuário tiver dois equalizadores inseridos, a mini-representação vai mostrar a soma das duas curvas, portanto é uma maneira totalmente nova e única de analisar sua equalização.

Finalizando, gostaria de rapidamente mencionar que também houveram alguns avanços no sistema remoto colaborativo de projetos (Fig. 8), mas como este é um recurso novo, complexo e ainda muito desconhecido, portanto, merece uma atenção especial em um artigo único e exclusivo.

Fig. 8 – Mini-representação de equalização no mixer

Abraços e até a próxima!

cris3x4 blog proclassCristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.

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Pro Tools Elastic Audio

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Manipulação de tempo e afinação

Introduzida na versão 7.4, o recurso Elastic Audio foi um divisor de águas não só para o Pro Tools mas também para toda indústria fonográfica.

Resumidamente, ele permite que o usuário altere a duração do áudio sem mexer na sua afinação e foi a partir deste ponto que edições para criar execuções com precisão cirgurgica começaram a ser mais exigidas pelos produtores e músicos e se tornaram um padrão em muitos estilos musicais, especialmente a música pop e rock.

Baterias começaram a ser alinhadas no grid (independente do gosto do baterista), toda frase e convenção de banda com naipe de sopros começou a ser matematicamente recalculada, e vocalistas começaram a ganhar uma “forcinha” sempre que falta folego para cantar notas longas.

Não precisamos entrar no debate se isso foi bom ou ruim para a música. O ponto aqui é outro: reconhecer que é uma ferramenta absolutamente poderosa, e essencial de se ter domínio para trabalhar profissionalmente em qualquer mercado, seja de música ou vídeo.

Então vamos em frente, pois há muito que falar sobre o Elastic Audio.

Habilitando o Elastic Audio

A primeira coisa a fazer para usar o recurso é de fato ativa-lo. Isso é possível clicando na área abaixo botão de seleção de modos automação. (fig. 1).

Fig. 1 – Habilitando Elastic Audio

Existem várias opções, que na realidade são algoritmos responsáveis por tentar manter a integridade sonora. Eu vou ser bem enfático ao repetir a palavra “tentar”, porque é importante que você entenda que manipulação de velocidade e afinação prejudicam a qualidade sonora. Você pode até não notar ou pode perceber mas não achar comprometer o resultado, mas não pode ignorar o fato de que é um processo danoso à qualidade sonora.

Neste primeiro momento, vamos nos concentrar apenas nos três primeiros. Utilizamos o modo “Polyphonic” para tentar proteger a integridade sonora de áudios mais complexos e ricos em harmônicos. Pode ser um violão, um piano ou mesmo uma música completa.

A segunda opção chama-se “Rhythmic”, voltada a proteger áudio com ataques muito definidos. Não necessariamente precisa ser bateria ou percussão. A guitarra pode ser um instrumento polifônico, mas se estiver executando uma função rítmica como a guitarra funk, é mais interessante usar este segunda opção.

A terceira opção é o “Monophonic”, que novamente, não deve ser associada com “instrumento monofônico”. Ela foi projetada para evitar a descaracterização timbrística de uma voz humana.

Uma vez que a função Elastic Audio foi habilitada, o sistema analisa todas as ondas sonoras da pista em questão portanto, dependendo da velocidade do seu computador, pode ser que você veja as ondas sonoras em cinza temporariamente. Não costuma demorar mais que 1 segundo, mas se fizer em várias pistas simultaneamente, pode demorar mais.

aumentando ou diminuindo a duração de um clip

Uma das funções mais elementares é dividir um trecho de áudio com a função separate (CTRL + E no windows ou Command + E no Mac), para depois manipular a duração deste áudio.

Vamos então realizar isso juntos agora. Lembrando que é necessário primeiro habilitar o Elastic Audio na pista em questão, o próximo passo é acionar a ferramenta TCE Tool. Encontramos essa ferramenta clicando no Trim tool (fig. 2) com o botão direito.

fig. 2 – TCE Trim tool

Com ela em mãos, basta executar a função trim normalmente, clicando na borda do clip e arrastando para a direita para aumentar a duração ou para a esquerda para diminuir a duração (fig. 3A e 3B).

Fig. 3A – Antes

Fig. 3B – Depois

O processamento acontece em tempo real, então basta iniciar o playback e ouvir o resultado.

Alterando diversas partes de um único clip

No primeiro exemplo, fizemos uma alteração global, ou seja, todo o clip foi afetado da mesma forma. Agora chegou a hora de aprender a fazer múltiplas alterações internamente no clip. Isso se torna necessário quando dentro de um mesmo clip, há diversos momentos que precisam ser ajustado de forma individual. Você poderia fazer isso criando vários sub-clips usando o método anterior, mas é bem mais cansativo e demorado.

Para este segundo método, vamos mudar a visualização da pista para Warp View. Isso é feito através do Track View Selector (fig. 4).

Fig. 4 – Track View Selector

Neste modo, o usuário pode criar múltiplos pontos de ajustes chamados de warp markers (fig. 5). Eles são criados com um duplo clip utilizando o grabber tool, e movidos livremente para aumentar ou diminuir a duração de um certo trecho.

Fig. 5 – Warp Markers

Por fim, se mudar de idéia, você pode deletar um warp marker facilmente clicando com o botão Alt/Option pressionado.

Alterando a afinação com Elastic Pitch

Uma vez acionado, o usuário pode alterar também a afinação de qualquer clip de áudio. Para isso, acione a caixa de configuração do Elastic Audio disponível no menu Event > Elastic Audio Properties.

Com ela visível, basta selecionar o clip em questão e alterar a afinação com os controles Semi e/ou Cents (fig. 6A).

Fig. 6A – Elastic Pitch Habilitado

Vale uma observação: caso esteja utilizando a opção Monophonic este recurso estará desabilitado (Fig. 6B), pois lembre-se de que a idéia é justamente evitar qualquer alteração na qualidade timbrística da voz.

Fig. 6B – Elastic Pitch desabilitado

Processamento e mais algoritmos

Voltando as opções iniciais do Elastic Audio (Fig. 1), vamos ver agora mais alguns detalhes.

Como mencionando anteriormente, uma das facilidades no uso do Elastic Audio é que ele funciona em tempo real. Se por um lado é prático por poder ouvir o resultado imediatamente, por outro, pode pesar demasiamente no seu computador.

Para isso, o Pro Tools tem um plano B. Ao terminar suas edições, você pode mudar o processamento de “real-time” para “rendered”, que serve aliviar a CPU nas pistas que você já está satisfeito.

Também vale mencionar outros dois algoritmos que possuem características únicas. Um é o “Varispeed”, que diferente de todos os demais, afeta a afinação conforme o usuário muda a velocidade. É usado para fins muito mais artísticos e específicos, quando se quer simular o que aconteceria ao diminuir a velocidade de um gravador de rolo ou toca-discos de vinil.

Por último, vale a pena conhecer o “X-Form” que tem compromisso de oferecer a melhor qualidade possível. Seu processamento é extremamente intenso na CPU e por isso só pode ser usado no modo “rendered”.

E vamos ficando por aqui. Este é o último artigo do ano, então aproveito para desejar um feliz natal e próspero ano novo, com muita saúde e paz para todos os leitores da Backstage.

Abraços!

cris3x4 blog proclassCristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.

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Organização para mixagem – Parte 1

Organização para mixagem – Parte 1

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Quanto menos perdido na sessão, mais tempo para mixar.

Este artigo é uma sugestão do leitor Vitor Machado. Quer sugerir um tema? Basta enviar um e-mail para cmoura@proclass.com.br com sua sugestão.

Existem inúmeras táticas para manter sua sessão sob controle e conseguir navegar por ela com facilidade.

Além de economizar tempo, é algo que deixa o ambiente mais profissional. Se você está sendo observado por um cliente, produtor ou um empregador, estes são procedimentos que contam muito a favor.

Mais que isso, lembre-se de que tempo é dinheiro. Quanto menos tempo você gasta procurando o track, plug-in ou preset em que se quer trabalhar, mais tempo sobra para você cuidar do que realmente importa, que é a qualidade sonora da sua produção

Organização visual

Há um limite de caracteres ao dar nome nas pistas do Pro Tools. Pior que isso, em muitas superficies de controle (fig. 1), o limite ainda é menor. Ou seja, isso cria uma discrepância que atrapalha sua organização pois você pode ter um nome completo aparecendo na tela, mas reduzido numa superfície de controle.

Fig. 1 – Superficie de Controle C|24

Ainda que você não tenha uma superfície de controle, é bom se acostumar desde já, pois certamente você almeja um dia trabalhar em um estúdio de médio/grande porte, ou mesmo ser dono de um.

Se você não estiver acostumado, vai ter que repensar seus processos… e o que eu vejo na prática, é que ninguém tem tempo ou paciência para isso, e o resultado é uma superfície de controle quase inútil, que ninguém usa.

Então, recomendamos criar e se acostumar siglas. Evite “Guitarra”, prefira simplesmente “gt”.

Outra sugestão é colocar no início do nome um caracter como um hífen ou asterisco no início do nome para ajudar a identificação.

Um dos meus grandes mestres, usava uma barra invertida (/) no início dos auxiliares de efeito e um asterisco (*) nos subgrupos e me acostumei a fazer o mesmo por força do hábito. Esta simples organização fez toda a diferença para não me perder numa superfície de controle, principalmente quando bate o cansaço depois de horas de trabalho (fig. 2).

Fig. 2 – Nomes com caracteres

Cores também são essenciais, inclusive as novas superfícies de controle identificam essas cores (fig. 3).

Fig. 3 – Organização_por_cores

A partir do Pro Tools 8, e a Avid permitiu ao usuário a colorir tracks, clips, markers e Clips na Clip list.

Este processo é feito através do menu Window > Color Palette (fig. 4). Com a janela ativa, basta selecionar a pista (clicando no nome da mesma) ou apenas em um clip e selecionar a cor desejada. Vale ressaltar que as superfícies de controle mais modernas já vem preparadas para identificar e reproduzir com um Led acima do canal, o código de cores correspondente. (fig. 5)

Fig. 4 – Color Palette

Fig. 5 – Avid S3 identificando e representando as cores dos canais

Ordenação lógica

Acima falamos de duas maneiras de ajudar na identificação das pistas. Mas temos também que colocar as pistas numa ordem que faça sentido.

Normalmente, acabam ficando organizando na ordem da gravação, ou seja, os instrumentos que foram gravados primeiro ficam em cima e os gravados por último, vão ficando no final.

Não se prenda a isso. Gravação é gravação, mixagem é mixagem. Eu costumo a reorganizar tudo, levando em consideração algumas premissas.

A ordem que eu vou mixar é uma delas. E nem se limite a achar que toda música precisa ser mixada na mesma ordem. É essencial conhecer bem a música primeiro (caso você não tenha participado da produção), e estabelecer quais são os principais instrumentos. Uma mesma banda pode ter uma música em que o instrumento principal, que “leva” a música, seja o teclado, e uma outra música, que o instrumento principal seja a guitarra.

Outra premissa é a quantidade de atenção que o instrumento necessita e quantas vezes eu vou precisar acessa-lo durante a mixar para fazer ajustes.

Voz é um exemplo. Se eu preciso ficar indo e voltando no canal da voz durante a mix, eu a coloco logo no início da sessão. É sempre mais fácil rolar a tela direto para o início do que ficar procurando no meio de outras pistas (Fig 3A).

Novamente, lembre-se da superfície de controle. Navegar direto para o início é fácil, mas ter que ficar passando de banco em banco e procurando a pista é dureza.

Pensando no lado inverso, auxiliares de efeito são acessados pouquíssimas vezes durante a mix. Então todos eles ficam organizados no final da minha sessão (fig. 3B).

Organização de plug-ins

Aos poucos, sua maneira de trabalhar vai se tomando forma, e um padrão começa a se repetir.

Então é hora de começar a criar e organizar plug-ins. Normalmente eles vem organizados por categoria, que já é muito bom, mas pelo menu Setup > Preferences podemos melhorar. Na aba “Display”, é possível organizar seus plug-ins por categoria e por empresa (fig. 6). Isso facilita bastante, pois para muita gente, é muito mais lógico procurar um “plug-in de compressão da Waves” na categoria “Waves” do que na categoria “Dynamics”.

Fig. 6 – Organização de plug-ins por empresa e categoria

O Pro Tools também permite que você adote um equalizador e um compressor padrão, que fica destacado da lista. Esta configuração também fica no Menu Setup > Preferences, mas na Aba Mixing (fig. 7).

Fig. 7 – Defindindo Eq e Comp padrão

Uma última dica valiosa: você pode na verdade destacar (ou “favoritar”, como muitos chamam informalmente) da lista qualquer plug-in. Basta ir na lista de plug-ins e clicar no seu plug-in de preferência com o botão Command (mac)/CTRL (win) pressionado e pronto. Na figura 8, veja que foi colocado o plug-in “Space” destacado.

Fig. 8 – Plug-in Space como favorito

Esta dica vale tanto para os plug-ins acessados pelos inserts quanto pelos plug-ins acessados pelo menu AudioSuite.

Organizando seus presets

Acredite, a organização de presets é um assunto mais longo que se imagina, e vale a pena um artigo exclusivo só para tratar deste assunto. É o que vamos falar no próximo artigo.

Mas desde já, quero que estejam cientes de como se cria um preset e como eles podem ser gerenciados.

Para salvar um preset é simples. Basta clicar no campo “factory default” e depois escolher a opção Save Settings (fig. 9).

Fig. 9 – Manipulação de presets

Agora, caso você esteja partindo de um preset já existente, precisa usar a opção Save Settings as, para não apagar o preset que já existe.

Repare que no mesmo menu, temos a opção de deletar um preset, mas tem um inconveniente de ter que deletar um a um. Por isso, vamos mais longe, e aprender a organiza-los por dentro do sistema operacional.

Você encontra sua biblioteca de presets no Home Folder do usuário (command + Shift + H)/Documents/Pro Tools/Plug-in Settings. Já no Windows, fica em C:/Meus Documentos/Pro Tools/Plug-in Settings.

Por lá, é possível não apenas deletar, como também criar subpastas para facilitar. Criar sub-pastas para instrumentos ou estilos musicais é muito útil por exemplo.

Eu uso este mecanismo para deletar todos os presets de fábrica, pois na maioria das vezes, não me interessam. Isso ajuda a limpar minha lista.

Se você não quiser ser tão radical quanto eu, pelo menos crie uma sub-pasta com o nome de “presets de fabrica” ou similar e arraste todos os presets para lá.

E com isso, vamos ficando por aqui, mas não se esqueça que mês que vem vamos continuar este assunto.

Abraços e até a próxima!

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