Pro Tools

Otimizando a performance do Pro Tools

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Artigo publicado na Backstage. Para conhecer mais sobre a revista, clique aqui.

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Sugestões de configuração para desempenho

É difícil ficar satisfeito com seu computador por mais de um ano. Softwares de produção como o Pro Tools, precisam de muito poder de processamento e é comum mesmo em sistemas mais caros, haver reclamações frequentes relacionados ao desempenho da máquina.

Vamos então neste artigo abordar alguns princípios de sistema, reconhecer os erros e dicas de configuração.

Vale ressaltar que na edição da Backstage de junho de 2014 já fiz um artigo também sobre o mesmo tema, e é possível consultar essa edição através do site da revista (fig. 1).

fig. 1 – acesso às edições anteriores

Porém de 2014 para cá, a engenharia do Pro Tools e suas configurações mudaram muito, então vale uma renovação de conceitos.

Playback Engine – o “motor” do Pro Tools

Para contextuar o que foi dito no parágrafo anterior, repare como era o Playback Engine em 2014 (fig. 2) e agora em 2018 (fig. 3)

fig. 2 – Playback Engine até o Pro Tools 10

fig. 3 – Playback Engine a partir do Pro Tools 11

A primeira boa notícia é que a maioria dos recursos hoje em dia são administrados pelo próprio Pro Tools e o usuário não precisa se preocupar.

A segunda, é que o Hardware Buffer Size continua funcionando igual, então vale lembrar o conceito:

Quanto MAIOR o valor, MAIS CPU destinada ao processamentos de plug-ins nativos, porém, MAIS latência no sistema. Portanto, recomendado para mixagem.

Quanto MENOR o valor, MENOS latência no sistema. Perfeito para gravação. Porém, MENOS CPU destinada ao processamentos de plug-ins nativos.

Agora o grande vilão do novo Playback Engine é a opção “Video Engine”. O sistema de reprodução de vídeo do Pro Tools foi largamente reformulado e trouxe muitas melhorias, mas como nada na vida é de graça, também começou a consumir mais memória RAM.

Então este recurso só deve ser habilitado se o usuário realmente for trabalhar com algum vídeo.

É importante deixar claro que não basta desabilitar um dia e pronto.

Esta configuração é única para todo sistema e deve ser confirmada sempre ao iniciar seu dia de trabalho.

Isto porque, supondo que você desabilitou na segunda-feira, mas alguém alguém trabalhou com vídeo na terça-feira, quando você chegar na quarta, ela ainda estará ativa.

Então cabe ao usuário confirmar isso toda a vez.

Para se ter idéia do consumo de memória RAM, temos duas imagens que mostram sessões completamente vazias, onde a primeira (fig. 4) tem o Video Engine desligado e outra (fig. 5), ligado. Repare no medidor de consumo de memória RAM.

Fig. 4 – Video Engine Desligado

Fig. 5 – Video Engine Ligado

A visão no monitor de atividade do computador também é interessante, pois confirma que o Video Engine é um processo separado, e que consome mais memória que o próprio Pro Tools (Fig. 6).

Fig. 6 – Consumo de RAM do Pro Tools e Video Engine

Continuando no Playback Engine, temos a função “Dynamic Plug-in Processing”.

É uma configuração também não existente em 2014. Com ela, o Pro Tools é capaz de reconhecer trechos das pistas que não tem clips e desativar os plug-ins para economizar CPU.

É bom salientar que mesmo que um clip seja composto apenas de silêncio, o Pro Tools não desligará os plug-ins. O Dynamic Plug-in Processing só atua ao detectar ausência de clips.

Por último temos a função Disk Playback, que quando foi lançada, era um recurso exclusivo para usuários do Pro Tools HD.

Hoje ela é disponível para todos, e faz com que o Pro Tools aloque uma parte da memória RAM para carregar a sessão de Pro Tools.

Isso é útil em sessões grandes, onde a velocidade de um HD convencional muitas vezes não é suficiente.

Plug-in Bypass vs. Inactive

Seus processadores de efeitos consomem muita CPU. Instrumentos virtuais, consomem memória RAM além da CPU.

Então em ambos os casos, vale sempre a pena analisar se há algum desperdício neste sentido.

Conhecemos o comando bypass (fig. 7), que faz com o que áudio não seja mais processado pelo plug-in. Porém, isso não significa que o plug-in foi desligado.

Fig. 7 – Plug-in Bypass

Então há de se ter cuidado! O comando Bypass não é suficiente para reduzir o consumo de CPU. Para estes casos, usamos o comando “Make Inactive”, facilmente acessível com o botão direito do mouse diretamente no plug-in (fig. 8).

Fig. 8 – Plug-in Inactive

Onde investir para melhorar mais ainda a performance

Supondo que todas as configurações estão corretas e seu computador não corresponde as expectativas, pode estar na hora de pensar em um upgrade. Mas em que área?

Vamos entender mais sobre isso agora.

Seu computador tem três áreas importantes, no que se refere ao Pro Tools; o processador, ou a CPU como também é chamado, é extremamente importante para o processamento de plug-ins. Então, podemos dizer que a mixagem está diretamente ligada à CPU, pois é o momento em que a maior quantidade de processados são usados.

Quanto melhor a CPU, mais plug-ins. E aqui, abre-se uma exceção para usuários do sistema de grande porte, Pro Tools|HD. Uma das vantagens é o acesso aos plug-ins AAX DSP, que consomem recursos de chips separados, justamente para não sobrecarregar a sua CPU.

Agora vamos falar de memória RAM. Instrumentos virtuais e reprodução de vídeo demanda larga quantidade de RAM. Para estúdios de pré-produção que trabalham quase que exclusivamente com instrumentos virtuais, a recomendação é colocar o máximo de memória que puder, pois certamente será um bom investimento.

Por último, vamos falar sobre o HD. Seu disco rígido contém todas suas sessões e seus áudios. Logo, uma sessão grande (fig. 9), com muitas pistas e muito áudio, pode ter problemas para ser reproduzida por um único HD.

Fig. 9 – Sessão complexa de Pro Tools

Para estúdios em que as produções ultrapassam, digamos, 50 pistas é bom confirmar se seu HD tem velocidade suficiente. Laptops e computadores mais baratos costumam vir com HDs que giram a 5400RPM de velocidade. Mas com apenas um pouco mais de investimento, é possível adquirir um HD com velocidade de 7200RPM, e aliviar bastante o trabalho de leitura de disco.

Existem também os HDs de estado sólido, ou simplesmente, “SSD”. Estes HDs tem outra engenharia, e são estupidamente mais rápidos (e mais caros) que os HDs convencionais.

De qualquer forma, comprar um, mesmo que pequeno é uma boa alternativa se utilizado um pouco de estratégia.

Você pode ter suas sessões antigas estocadas em HDs mais lentos, e deixar no seu SSD apenas as sessões que de fato você estiver trabalhando no momento.

E com isso vamos ficando por aqui, e fico aguardando suas sugestões para outros temas.

Abraços e até a próxima!

cris3x4 blog proclassCristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.

Posted by ProClass Treinamentos in Artigos, Pro Tools
Preparação uma sessão para música

Preparação uma sessão para música

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Organize-se e evite imprevistos

Nas edições de setembro de 2016 e dezembro de 2017, aprendemos sobre os fundamentos de uma produção de vídeo e como preparar um projeto de pós-produção de som para vídeo no Pro Tools.

Lembrando que estas edições estão disponíveis gratuitamente através do site da Backstage.

Desta vez, vamos confirmar se realmente estamos realizando todas as etapas de preparação de uma sessão para música. Muito mais do que dar nome à sessão e escolher configurações de digitalização do áudio, muito mais informação pode constar na sua sessão.

Configurações ao criar uma sessão

Ao criar uma sessão, precisamos definir detalhes sobre a geração de arquivos de áudio (fig. 1). A taxa de amostragem (sample rate) mais convencional usada em projetos musicais é de 44.1kHz, que é o mesmo de um CD. Porém se você tem um bom computador, espaço de disco de sobra e vontade de registrar sua gravação numa taxa de amostragem maior em busca de uma conversão mais precisa, fique à vontade para escolher taxas de amostragem maiores, mas é recomendado usar valores que sejam múltiplos de 44.1kHz. Ou seja, 88.2 kHz ou 176.4kHz.

Fig. 1 – Configurações iniciais da Sessão

 

Com relação a quantização (Bit Depth), a recomendação geral é usar 24 bits, mesmo sabendo que um CD registra apenas 16 bits. Isto porque durante a produção, normalmente vamos acrescentar outros processamentos como equalização, compressão e muito mais, então considere os 8 bits a mais como uma “margem de gordura”.

Mas cuidado com o desperdício! Além de 16 e 24 bits, o Pro Tools possui a opção de 32 Bit Float, que é útil ao fazer processamentos internos, por exemplo gravar de uma pista para outra. Mas é desperdício usar para gravar instrumentos externos como guitarra, voz, baixo etc, pois os conversores das interfaces de áudio são de 24 bits.

Então você pode configurar inicialmente sua sessão para 24 bits, e eventualmente, se alguma hora você for gravar ou renderizar qualquer sinal internamente, você pode se quiser mudar a sessão para 32 Bit Float através do menu Setup > Session (fig. 2).

Fig. 2 – Session Setup – para alterar o Bit Depth

Também precisamos configurar o Playback Engine (fig. 3), que está no menu Setup.

Fig. 3 – Playback Engine

Para gravar sem latência, ou seja, sem ouvir o seu instrumento com atraso, vamos alterar o H/W Buffer Size para 128 samples ou menor.

Também não vamos usar vídeo, então é essencial desligar a opção “Video Engine”, que consome uma enormidade de memória RAM do seu sistema.

Configurando sua grade – Andamento e Compasso

Além de servir de referência de tempo para um baterista ou qualquer outro músico, existem outras centenas de utilidades em produzir sua música atrelada ao click, seja de navegação, edição ou até mixagem.

Primeiro vamos criar o track de click, que é fácil; basta acessar o menu track > create Click Track.

Porém, há um pequeno problema… O Pro Tools vem configurado com um som de click péssimo, com notas bem definidas e que vão atrapalhar muito. Então vamos alterar para o timbre “Marimba 2” nos dois campos. (fig. 4)

Fig. 4 – Configurações Click

Agora para descobrir qual o andamento da música que pretende registrar, podemos usar um recurso chamado de “tap tempo”. Primeiro, pelo menu Window vamos abrir a janela “Transport”. Em segundo, se a função “Conductor” estiver habilitada, vamos desativa-la temporariamente (fig. 5).

Fig. 5 – Transport Window – Função Conductor

Agora em terceiro, click no valor 120 BPM e pressione a letra “t” repetidamente, na velocidade do andamento que você imagina para a música e repare que o valor vai sendo atualizado.

Agora que você tem uma boa idéia de qual tempo usar, vamos habilitar a função “Conductor” novamente. Repare que a sessão vai voltar a mostrar o valor de 120 BPM, mas vamos alterar isso já. Voltando ao Edit Window, encontre um triângulo vermelho no início da régua de tempo (fig. 6) e com um duplo click, digite o BPM correto na janela que se abre.

Fig. 6 – Song Start – Reconfiguração do tempo inicial

Se houver mudança de andamento ou de compasso durante a música, você também pode alterar pelo menu Event > Tempo Operations > Tempo Operations Window… para ajustes de andamento, ou Event > Time Operations > Change Meter… para modificar o tipo de compasso.

Outro detalhe que se passa desapercebido muitas vezes é a contagem de compassos. É normal deixar os dois primeiros compassos em branco, para usar de pre-contagem, antes da música de fato iniciar.

Com isso, a música acaba iniciando na realidade no compasso 3, o que gera conflito e desentendimento entre o operador de Pro Tools e os músicos que estiverem gravando acompanhados de uma partitura, pois no papel, provavelmente a música começa no compasso 1, e não no 3.

Vamos corrigir isso através do menu Event > Renumber Bars. Na caixa de diálogo que se abre, basta configurar para que fique da seguinte forma: bar 3 becomes bar 1.

Com isso, os primeiros dois compassos terão números negativos, e o compasso 3, vai ficar corretamente organizado como compasso 1.

Prepare hoje, tudo que você pretende usar amanhã

Mesmo antes do processo de produção, você já sabe mais ou menos que tipo de sonoridade você vai procurar, que instrumentos vai usar, efeitos e muito mais. Se você já deixar o cenário preparado, seu fluxo criativo que sai ganhando.

Por exemplo: se a música foi pensada para uma voz principal e três canais de backing vocals, já crie as quatro pistas para adiantar.

Certamente no meio do processo de gravação, você vai querer ouvir seu material com reverb ou delay pelo menos. Então já se adiante, e crie alguns canais de auxiliares de efeito. Por exemplo, 2 tipos de reverb, um delay longo e um curto, e um canal de phaser ou flanger, só por diversão.

Além disso, já deixe os sends endereçados, com ganho zerado. Na hora que precisar, é só subir um fader e não toda a rotina burocrática de criação de tracks, nomes, endereçados, escolha de efeitos etc.

Você pode estender este conceito para os instrumentos virtuais também. Crie com antecedência tracks com cordas, pads, percussão e todos aqueles outros elementos que a gente costuma sentir falta assim que a música vai tomando forma.

Neste caso, só recomendo mante-los inativos, pois eles consomem muita CPU e memória RAM, mesmo quando não estão sendo usados ainda.

Então para encerrar, vamos guardar todo esse trabalho que tivemos, pois será útil ao criar as próximas sessões.

Atráves do Menu File > você vai encontrar a opção “Save as Template”.

Salve com um nome fácil de lembrar. Assim, na hora de criar sua próxima sessão, você pode na janela iniciar usar a opção “Create From Template” (Fig. 7) e usar as mesmas configurações que estarão lá armazenadas.

Fig. 7 – Uso do template recém criado

Abraços e até a próxima!

cris3x4 blog proclassCristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.

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Conversando com outros softwares

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Como levar e receber projetos do Logic, Cubase e editores de vídeo

Existem muitos motivos pelos quais o Pro Tools se tornou um padrão de mercado.

Um deles, é por conta da compatibilidade entre estúdios, produtoras e músicos que gravam no seu próprio homestudio.

Porém, e se um produtor quiser gravar e editar em um estúdio de grande porte com Pro Tools, para usufruir de diversos microfones e preamps, mas quer mixar em casa, usando Logic Pro?

Outra questão: e se você gosta de editar vídeos, como faria para levar todas as suas pistas de áudio para o Pro Tools para fazer uma boa sonorização e tratamento de áudio?

Estes são apenas dois, dos muitos casos em que será necessário que você domine as possibilidades e recursos da transferência de projetos entre softwares, e é isso que vamos estudar neste artigo!

Entendendo o processo, para entender as necessidades

Vamos separar os estágios básicos de uma produção em três partes: gravação, edição e mixagem.

É importante então, primeiro definir em que estágio você está e o que precisa ser transferido.

Outro fator a ser considerado são as especificações dos arquivos de áudio. São três características que você precisa ter consciência: tipo de arquivo (File Type), taxa de amostragem (Sample Rate) e quantização (Bit Depth).

É importante confirmar se os dois softwares são capazes de trabalhar com as mesmas especificações. Caso contrário, será necessário converter os arquivos.

Transferindo apenas arquivos de áudio

Se você apenas na fase da gravação, o processo é bem simples, pois você usou pouquíssimos recursos do seu software e apenas precisa transferir os arquivos de áudio.

Mas basta ir na pasta de áudio, copiar o material e importar em outro software? Nem sempre.

Na maioria dos casos, o músico não executou tudo em apenas um take. Geralmente fazemos a gravação em “emendas” (overdubs), que é a opção de manter um trecho da gravação que ficou bom, mas regravar outro que ficou ruim (fig. 1).

Fig. 1 – Gravação com cortes

Isso gera um problema, pois os arquivos vão ter início diferente. Então eles precisam ser importados, porém mantendo seus pontos de sincronismo mantidos.

Então uma estratégia válida neste caso é unificar todos os cortes em um único áudio. Para isso, usamos um processo chamado de Consolidate (fig. 2) no Pro Tools ou Bounce em outros softwares (fig. 3).

Fig. 2 – Consolidate Clip

Fig. 3 – Cubase Bounce Selection

O ideal então é que todos os arquivos estejam unificados e iniciando exatamente na mesma hora. Veja bem, mesmo que uma pista tenha áudio apenas no meio da sessão, é importante fazer um consolidate com o mesmo início das outras pistas, mesmo que seja preenchendo com silêncio. (fig. 4)

Fig. 4 – Clips consolidados e iniciando na mesma posição

Estes arquivos consolidados podem agora ser facilmente exportados do Pro Tools através do comando Export Clips as Files, localizado no Pop-up Menu da Clip List (fig. 5).

Fig. 5 – Export Select Clips as Files

Feito isso, basta criar uma sessão no seu software de preferência e importar os arquivos.

Simples, rápido e efetivo.

Mas é perfeito? Certamente não, pois você não tem mais acesso aos cortes nem aos fades criados. Se tiver qualquer ruído nas emendas, ou mesmo se for necessário refinar um pouco o áudio com o trim tool, não será possível.

Então, vamos aprender outro método agora.

Transferência de áudio, mantendo cortes e posições de clips

Consolidar nem sempre é a melhor solução, principalmente quando temos muitas pistas, cortes e não tivemos tempo de conferir corte a corte em busca do melhor ponto de emenda.

Felizmente, existe um formato de transferência de projetos que preserva posições e cortes, chamado de OMF.

O Pro Tools é capaz de importar ou exportar OMF, e fica então agora por sua conta pesquisar se seu outro software também tem as mesmas capacidades.

Um cuidado especial na geração do OMF é que existem dois sistemas: o arquivo com as informações + arquivos de áudio separados em uma pasta, ou um arquivo único, com todas as informações e arquivos de áudio embutidos (embedded).

Apesar do segundo método parecer mais prático, costuma a dar mais defeito… então por precaução, prefira sempre a opção do arquivo OMF separado dos arquivos de áudio.

Você pode encontrar esta opção no Pro Tools pelo menu File > Export > Selected Tracks as New AAF/OMF. (fig. 6):

Fig. 6 – Caixa de diálogo de configuração de AAF e OMF

Editores de vídeo para o Pro Tools

Editores de vídeo também utilizam a exportação via OMF para enviar suas pistas de áudio para os sonoplastas/editores de som trabalharem em cima no Pro Tools. Como dito antes, manter cortes, fades e posição dos clips é bem importante para dar flexibilidade ao sonoplasta.

Mas você como responsável pela produção sonora, pode pedir para editores que utilizam Avid Media Composer (fig. 7) e Adobe Premiere (fig. 8) o envio de um arquivo AAF, que não é nada mais do que uma “evolução do OMF”.

Fig. 7 – Avid Media Composer

Fig. 8 – Adobe Premiere

Com este formato, muito mais informação é transferida, principalmente se o editor de vídeo estiver utilizando o Avid Media Composer, que também é do mesmo fabricante do Pro Tools.

Através deste método, o sonoplasta também receberá informação de clip gain, efeitos AAX utilizados nas pistas, automação, markers e muito mais.

Também permite criar gerar uma pista com clips vazios contendo todos os cortes da edição de vídeo. Conseguir localizar facilmente os cortes de uma cena, é uma vantagem enorme para o editor de som para vídeo.

Iniciando uma mix em um software e concluindo em outro

Vale ressaltar, que ainda não há nenhuma maneira de manter a compatibilidade de plug-ins entre aplicativos como Pro Tools, Logic Pro X e Cubase por exemplo.

Então iniciar uma mix em um software e concluir em outro é ainda uma péssima idéia. Você vai precisar anotar tudo que fez nos plug-ins no software de origem, e refazer no software de destino.

Talvez este seja um dos principais motivos pelo qual o Pro Tools acabou sendo adotado, mesmo por pessoas que nem gostam tanto assim do software.

Então como pudemos observamos, temos algumas opções bem interessantes, mas não podemos ignorar o fato de que são apenas paliativos com alguns lados negativos dependendo do caso.

Acredito que todo profissional atuante no mercado, pode (e deve) produzir na sua ferramenta de preferência, mas ao mesmo tempo, também é recomendável ter um sistema Pro Tools a disposição e uma boa desenvoltura com o software. Sem isso, você corre o sério risco de perder um trabalho simplesmente porque o cliente iniciou o trabalho no Pro Tools e não quer lidar com os contratempos da transferência de arquivos mencionados acima.

Abraços e até a próxima!

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