Diferenças entre Pro Tools Score Editor e Sibelius – Parte 2

Na primeira parte desta matéria vimos que a princípio, não é muito coerente fazer esta comparação, já que um se trata de um programa e o outro se trata de um recurso extra de um programa. Se você não acompanhou a primeira parte, clique aqui.

De qualquer maneira, o Score Editor do Pro Tools está um passo a frente do editor de partituras do Sonar e o Cubase/Nuendo, então sei que pode ser útil enumerar o podemos esperar do Pro Tools Score Editor, antes de recorrer ao Sibelius:

1- Escrita: A escrita de notas e pausas convencionais no Score Editor é ótima. Algumas quiálteras mais simples também podem ser escritas além do tipo de compasso e armadura de clave.

Além de notas, é possível escrever cifras e obter de brinde um desenho do braço do violão e casas e cordas que devem ser pressionadas para obter o acorde (chord diagram).

2- Edição: Poucos recursos no Score Editor, mas por uma razão simples. Espera-se que o engenheiro se sinta mais confortável no Edit Window. Resume-se a copiar/colar trechos pequeno, mudar pitch e duração.

3- Impressão: É possível ajustar margens,espaços entre pautas e definir o tamanho das pautas (staff size), porém é uma configuração única para as parts e para a partitura completa.

Recursos extras:

– É possível definir um tipo de clave para cada instrumento
– A notação pode ser feita “in concert” ou já ajustada para os instrumentos transpositores.

Resumo: É suficiente para imprimir uma música para registro de música (lead sheet) com qualidade.
E aqui vão alguns exemplos do que não devemos esperar do Score Editor:
– Escrita: instruções, técnicas, expressão, textos, dinâmicas etc.
Articulações:
Usados para instrumentos de corda e sopros. 
Símbolos de repetição: Casa 1, casa 2, ritornello, codas.
Fontes:
Não existe opção de utilizar outros tipos de fontes.
– Formatação:
Não se pode mudar a formatação padrão. Não se pode aumentar compassos numa linha, tirar de outra, fazer quebra de página ou similar.
Impressão para fins de performance: É preciso mais liberdade para escrever parts. Alguns elementos precisam ser retirados, outros acrescentados. O tamanho da fonte geralmente é diferente e a formatação deve ser 100% independente da partitura completa.
– Escrita de Tablatura; Apesar de ser possível se escrever acordes, por enquanto o Score Editor não tem suporte a escrita de tablaturas.
Escrita de letras de música: É comum ter a letra da música escrita logo abaixo da linha melódica, e não é possível com o Score Editor.
Grupamento de notas: Não é possível personalizar o grupamento de colcheias e notas de menor duração.

Cabeças de notas: Bateria e percussão utilizam outras notações. Por exemplo, os pratos devem ter um “x” no lugar da cabeça de nota convencional.
Pautas com menos de 5 linhas: Utiliza-se para escrever arranjos para percussão, bandas marciais entre outros.
Numeração de páginas e compassos.
Acidentes: Somente sustenido e bemol. Não é possível ter dobrado sustenido/bemol e microtons.
Notação avançada: A notação musical está em constante evolução e nenhuma notação muito moderna (ou muito antiga) é encontrada no Score Editor. Além disso, tipos de compassos complexos, quiálteras, armaduras de clave não-convencionais também não podem ser criadas.

Como vimos, a escrita musical é muito rica e ampla em detalhes. As notações variam de acordo com a época, estilo e localidades. Além disso, não se resume apenas as notas musicais nas pautas, mas todo tipo de informação, seja para o músico ou para o maestro. Além da escrita em si que é um diferencial, o Sibelius também é repleto de ferramentas que nos ajudam a escrever, formatar e checar possíveis erros.

E este é o tema da terceira parte e última parte desta matéria.

Fiquem ligados, e até a próxima!

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Cristiano Moura é instrutor do curso de Sibelius da ProClass. Conheça mais em http://cristianomoura.com e http://bouncetodisk.cristianomoura.com

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