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Scheps Parallel Particles

Scheps Parallel Particles

Artigo publicado na Revista Áudio, Música & Tecnologia. Para conhecer mais sobre a revista, clique aqui.

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Pense pouco e experimente muito

A Waves assumiu de vez esta abordagem, de poucos controles, menos termos técnicos e uso de nomes consagrados da indústria para ajudar a esculpir os processamentos de seus plug-ins.

Andrew Scheps (fig. 1) tem no seu currículo mixagens para artistas como Metallica, Adele, Red Hot Chili Peppers entre outros e ajudou a Waves a definir os parâmetros e ajustes. Ele menciona que é um plug-in pensado mais em “atitude e emoção” do que em parâmetros técnicos.

fig. 1 – andrew scheps

Descontando o marketing em torno desta afirmação, de fato, de todos os plug-ins da Waves que abordamos aqui, o Parallel Particles é o plug-in que menos informações técnicas foram entregues pelo fabricante.

É um plug-in que não “corrige” nem “salva” nada. A idéia é tentar somar, seja harmônicos ou distorção ao sinal, para trazer uma identidade em um instrumento que está sem vida.

Fiz alguns testes, então vamos mais a fundo para entender um pouco mais sobre o Scheps Parallel Particles.

Entendendo a estrutura dos processamentos

O Scheps Parallel Particles (fig. 2) é composto por 4 elementos. Vamos primeiro entender o Air e Sub. Para quem gosta de linguagem mais técnica, estes são harmonic exciters, ou seja, recriam artificialmente frequências e parciais que não estão originalmente no sinal. Ou seja, ajuda a enriquecer o timbre com harmônicos, tanto nas baixas frequências (sub) como nas altas frequências (air).

Fig. 2 – Scheps parallel particles

Para quem é mais “antigo” ou já teve oportunidade trabalhar em algum estúdio com hardwares, pode traçar um paralelo com o BBE Sonic Maximizer (fig. 3) ou o Aphex Aural Exciter (fig. 4).

fig. 3 – BBE Sonic Maximizer – segundo modelo

 

fig. 4 – Aphex Aural Exciter – primeiro modelo

Os outros dois elementos são o Bite e Thick. Cada um deles, pode ser encarado como um único controle que regula três processamentos: equalização, compressão e distorção. Sendo o Bite é mais agressivo na distorção nas média-altas enquanto o Thick limpa os médio-graves com equalização enquanto tenta destacar os graves.

Preparando o terreno para usar

Ok, e vamos usar este plug-in onde? Em um instrumento específico? Em um grupo? No master da mix?

Aqui vale sair um pouco do assunto central do artigo, e falar de mixagem, de uma maneira mais aberta.

Evite pensar ou procurar por um “equalizador bom para voz”, “compressor para violão” e assim por diante. Mixagem não funciona assim.

Você pode ter suas preferências sem nenhum problema, mas nenhum equalizador é exclusivamente “para voz”.

Voltando ao assunto, este plug-in também não é exclusivo para nada. Teste em tudo, pois lembre-se de que na essência, são apenas processadores comuns, já ligados e regulados de uma certa maneira. Você vai reparar que ele é útil para a maioria dos casos, alguns mais e alguns menos.

Antes de começar a rodar botões, é essencial ajustar o nível de ganho da entrada corretamente. Isto porque, como muitos processamentos envolvem compressão e distorção, e por consequência, envolvem parâmetros de threshold e ratio, se o sinal de entrada não estiver regulado, basicamente nada funciona da maneira que foi originalmente projetado.

Então deixe tocar um pouco o instrumento em questão, e ajuste o parâmetro “input” (Fig. 5B) até conseguir manter o LED “level” (Fig. 5A) entre o amarelo e laranja.

fig. 5 – Regulagem de input

Isso é tão importante e fundamental, que eu prefiro que vocês deixem “beslicar” o vermelho do que manter no verde.

Uma coisa interessante é o botão de link entre o input e output (Fig. 5C). Uma vez ligado, ele vai atenuando o output conforme você eleva o input.

Isso é ótimo para você fazer uma comparação com o Bypass de forma “justa”, mantendo o nível de sinal relativamente igual.

Ajustar o nível de ganho é de fato, a única coisa que você precisa fazer “direito”. O resto, é gosto. E você pode ficar livre para experimentar a vontade.

Se você prefere uma direção, eis minha sugestão: ajuste primeiro o Thick e Bite, que são processamentos de ajudam a compor o timbre.

Uma vez com o timbre definido, use o Air e Sub para trazer mais clareza nos agudos ou peso no graves.

Testes e impressões finais

Como mencionei acima, prefiro a idéia de usar o Bite e Thick como componentes para ajudar a esculpir o timbre, e o Air e Sub como acabamento.

Diferente de muitos outros plug-ins similares que testei da mesma empresa, em que fui bem surpreendido positivamente, o Parallel Particles não me trouxe a mesma experiência e interesse.

Acho que a falta mínima de controle me incomodou, principalmente no Bite e Thick.

É importante entender a diferença: na maioria dos plug-ins deste estilo, ao mexer em um botão, você está internamente, alterando diversos parâmetros como o Threshold, Ratio, saturação, frequência e ganho de uma única vez.

Por exemplo, em um certo plug-in, se você ajusta o controle para um valor baixo, internamente o Ratio do compressor fica em 3:1, mas se você exagerar, automaticamente, o ratio é alterado para 6:1.

Infelizmente, com Bite e Thick é diferente. Você não está regulando parâmetros nem do compressor, nem do equalizador nem de ninguém. O processamento é 100% fixo, e a única coisa que você está regulando é a quantidade deste processamento, a ser misturado com o seu sinal original. Ou seja, é um “Dry/Wet”.

Acho que isso limitou demais as possibilidades. Mesmo sem parâmetros técnicos, seria bom se ao menos houvesse umas 3 opções de cada controle, ou seja, um Thick 1, Thick 2 e Thick 3, com pequenas diferenças nos parâmetros entre eles.

Em elementos ricos em harmônicos, como caixa, piano, guitarra distorcida etc, acaba funcionando bem, mas em elementos com faixa de frequência mais limitada como um bumbo, virou uma questão de sorte mesmo.

Repare que no Sub, o Waves incorporou um parâmetro de frequência, que foi muito bem vindo. Serve para centralizar o ponto principal do efeito. Acho que seria bom ter isso pelo menos no Bite.

Com relação ao Air, fiquei bem satisfeito, e usaria tranquilo na maioria das minhas mixagens e até em masterizações, mas ele é bem sutil (do jeito que eu gosto). É importante lembrar que ele não é como um shelving de equalização, e sim, um gerador de harmônicos sintetizados. Ajuda a abrir o som e é muito fácil perder a mão, e reparar no dia seguinte que você exagerou e deixou tudo estridente demais. Talvez por isso, o Andrew Scheps optou por não deixar o processamento ser tão ativo.

Mas como falei, se para mim está ótimo, já outras pessoas, podem achar sutil demais, mesmo no máximo.

Eu até entendo a decisão deles de limitar um pouco a ação do controle “Air” e garantir que ninguém exagere, mas tenho minhas dúvidas se vai ser o suficiente para todos.

Abraços e até a próxima!

cris3x4 blog proclass Cristiano Moura é instrutor certificado oficialmente pela Avid para lecionar cursos de nível 100, 200 e 300 em Pro Tools. Por meio da ProClass,  oferece consultoria, treinamentos customizados além de cursos oficiais em Pro Tools, Mixagem e Masterização.

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Infected Mushroom Pusher

Infected Mushroom Pusher

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Waves Signature Series chegam na música eletrônica

Já fizemos diversas resenhas e artigos sobre plug-ins da Waves feitos em parcerias com grandes produtores e engenheiros de som da música pop/rock como Eddie Krammer, Joseph Puig, Greg Wells, Tony Maserati entre outros.

A Waves parece estar gostando do resultado destas parcerias, e agora está entrando no mercado de música eletrônica também, lançando o Plug-in Infected Mushroom Pusher, feito em parceria com o duo Amit Duvdevani e Erez Eisen (fig. 1), que integram o projeto “Infected Mushroom”.

Fig. 1 – Infected Mushroom

Sem perder mais tempo, Vamos logo seguir em frente entender a principais características e os resultados de nossos testes.

O que é e o que faz o Infected Mushroom Pusher

Quase como uma frase “padrão” em todos seus últimos plug-ins, a Waves prefere dizer que o plug-in é útil “para tudo”, ou seja, instrumentos, subgrupos/submasters e para masterização, mas não costuma a dar muitos detalhes técnicos. Em especial neste plug-in, a Waves abusou um pouco demais da omissão e se limitam a falar que “é o molho secreto da mixagem” do Infected Mushroom.

Da minha percepção, ele é idealizado mesmo para masterização, com processadores já configurados para finalização. Em termos mais populares eu diria que ele é para levantar o sinal, reaver e puxar harmônicos e tentar abrir a imagem estéreo.

Os parâmetros e processadores

Começando com o PUSH, realiza o processo mais essencial e que ajuda a caracterizar este plug-in como algo voltado para masterização. Ele é um Limiter como o Waves L2 (fig. 2) ou Maxim da Avid, que eleva o sinal conforme o usuário vai regulando o Threshold.

fig. 2 – l2-ultramaximizer

O diferencial dele é ter dois modos de operação. O modo limit atua de forma mais suave quando o usuário começa a estrapolar os valores, já o clip, de fato acrescenta saturação.

O próximo setor é o Low, Body e High, que podem ser facilmente confundidos com equalizadores (onde o Body seria o médio-grave), mas nos testes vi que eles também modificam dinâmica, ou seja, são na realidade compressores/limitadores multibandas. Também vale uma atenção em especial ao Low, que ao invés de ser ajustado em Hz, é diretamente relacionado às notas musicais (fig. 3). Isso faz bem mais sentido para música eletrônica que explora bastante a harmonia modal e gira em torno de um baixo pedal na maioria das vezes.

fig. 3 – Low regulado para nota Ré 1

No meio, encontramos o setor “Magic”, que é o mais importante e merecia um nome melhor. Infelizmente fizeram questão de dar o nome mais aleatório possível, que ao invés de ajudar, só atrapalha.

O “Magic” tem um processamento similar ao que chamamos de “sonic enhancers” ou “sonic maximizers”, que adicionam harmônicos sintéticos ao sinal para enriquecer o timbre. É bem verdade que no passado, processadores como o Aphex Aural Exciter e o BBE 462 Sonic Maximizer (fig.4) fizeram história e exploraram bastante esse lado “místico” na hora de fazer marketing, mas eram outros tempos.

Fig. 4 – BBE Sonic Maximizer – modelo 482 – atualização do clássico modelo 462

Perto do botão “Magic”, o usuário vai encontrar pequenos controles chamados de “Dyn Punch” e “Focus”, que são transient designers. Infelizmente eles não tem a riqueza de informação visual e regulagem de um plug-in dedicado como o Sonnox Envolution (fig. 5), mas no final o som é que importa, e eles também funcionam muito bem.

Fig. 5 – Sonnox Envolution – Transient Designer

Por último, temos o Stereo Image, que serve para abrir e intensificar artificialmente a sensação do campo esterofônico.

Colocando em uso

Como mencionado acima, este plug-in é um o tipo do processador para dar acabamento, então os resultados são mais perceptíveis quando usados no master de uma mix completa, apesar de também ser viável usar em grupos de instrumentos.

A primeira coisa a fazer nestes plug-ins pré-configurados é ajustar o nível de entrada (input). É absolutamente essencial que o plug-in receba o sinal já otimizado, pois lembre-se, a maioria dos parâmetros são fixos e ajustados internamente, então sem o sinal correto, eles não interagem como foram projetados.

Já que estamos falando em otimizar o sinal, também vale a pena seguir em frente logo e ajustar Push, pois já levanta o sinal todo e você consegue se “organizar” melhor mentalmente para decidir o que quer fazer.

Agora entre a opção Clip e Limit é muito fácil decidir. Limit (que não satura inicialmente) é mais interessante. Caso queira saturar um pouco, tudo bem, mas é melhor pensar em colocar mais um plug-in da sua preferência na cadeia do sinal. A própria Waves tem dezenas de opções de plug-ins que saturam de forma mais interessante (fig. 6).

fig. 6 – Waves J37 tape

A partir deste ponto, não há exatamente uma maneira ou ordem correta de se regular os processadores, mas vamos dar algumas recomendações.

Organize seus ajustes em duas etapas. Uma etapa é ajustar timbre, outra ajustar a energia e ganho do sinal. Tanto faz a ordem que prefere fazer primeiro, mas evite misturar as etapas. É uma das rações que fazem tudo parecer mais confuso, mesmo para pessoas com mais experiência.

O Low, Body e High são os principais responsáveis pelo timbre, mas cuidado para não exagerar ainda. Pense apenas em equilíbrio neste momento.

Isso porque agora vem o complemento, que é o “Magic”. Ele serve para complementar de forma geral. “Abrir o som” e “engordar o som” seriam os termos populares que me vêm a mente para descrever o que o Magic faz.

A outra etapa que mencionei é a energia do sinal, e o Dyn Punch e Focus tem muito valor neste momento. Especialmente Dyn Punch, eleva os picos iniciais das ondas sonoras, e o impacto inicial de cada batida, cada peça se torna mais evidente. Novamente, você que decide os valores, mas este é um parâmetro que vale a pena exagerar no início, só para você sentir o que ele está fazendo com sua música.

Por último, fica o stereo image. É o mais “opcional” de todos, e vale a pena ter ciência de que a contrapartida de se abrir artificialmente o campo estereofônico é grande. Quanto mais aberto, menos nitidez sonora. E com isso, provavelmente muito da pressão que você estava tanto buscando, acaba sendo perdida.

De forma geral, não dá para dizer que é um plug-in ruim, mas dá para dizer tranquilamente que é fechado demais nas suas configurações. Por exemplo, não ter absoluta nenhuma opção de ajuste de frequência no High e Body é um pouco demais.

A Waves tem muitos outros plug-ins que seguem a mesma linha, mas são muito mais versáteis nas suas possibilidades de aplicação.

Abraços e até a próxima!

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Equalizadores Waves

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Entenda um pouco da história para saber o que esperar do REQ, Q, SSL e Linear Phase EQ.

 

A empresa Waves audio é uma das mais conhecidas e renomadas empresas de plug-ins do mercado, e hoje, é praticamente peça obrigatória em qualquer estúdio de produção de áudio.

 

Apesar de vender seus plug-ins individualmente, encontrou seu espaço no mercado vendendo “bundles”, que são nada mais do que pacotes de diversos plug-ins para as mais diversas funcionalidades, e por conta da relação custo X benefício este modelo acabou se firmando no mercado profissional.

 

Especificamente com relação aos equalizadores, a Waves disponibiliza muitos modelos que podem confundir o usuário, dado a sua interface similar. Neste artigo, vamos entender um pouco mais sobre as peculiaridades de cada um deles.

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