Waves

Waves Manny Marroquin Bundle

Waves Manny Marroquin Bundle

Artigo publicado na Revista Áudio, Música & Tecnologia. Para conhecer mais sobre a revista, clique aqui.

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Uma opção para simplificar muitos roteamentos

Guitarra, bateria, pedaleiras, amplificadores, etc. São alguns exemplos de produtos em que o fabricante trabalhou em conjunto com o artista para desenvolver o produto customizado. Estes são os produtos chamados de “signature series” e geralmente levam o nome do artista participou da parceria.

A Waves foi uma das primeiras trazer o conceito de “signature series” para os plug-ins e ao invés de chamar artistas “do palco” (como a Native Instruments faz com o piano Alicia Keys), optou por chamar os “artistas do som”, ou seja, mixadores experientes e que já trabalharam em produções consagradas.

Tony Masserati, Eddie Krammer, Chris Lord-Alge são alguns deles e neste artigo, vamos conhecer mais sobre o pacote de plug-ins assinados por Manny Marroquin, que trabalhou em diversos CDs de artistas do universo pop americano como o Rihanna, Justin Bieber, Usher entre outros.

Conceito para utilização

A idéia dos plug-ins é muito clara e se baseiam na abordagem que Manny Marroquin costuma trabalhar. Tive a oportunidade de estar em um congresso em que ele falava sobre mixagem, e ele sempre falava muito sobre usar distorção, phaser e flanger em praticamente tudo, sempre com o objetivo de tentar dar um jeito de “grudar” melhor os elementos da mix e chamar atenção em elementos de uma mix muito confusa.

O estilo de música que o consagrou, de fato, tem centenas de elementos acontecendo ao mesmo tempo e é realmente preciso se libertar de barreiras e preconceitos para trabalhar.

Também não espere muita flexibilidade. A idéia é o inverso, ou seja, justamente oferecer ao usuário processadores pré-programados por alguém muito experiente e que já teve acesso a basicamente todos os equipamentos que quis na vida.

Mesmo com poucos controles para ajustar, os plug-ins fazem coisas bem complexas que normalmente seriam necessários vários processadores em série e em paralelo, diversos canais e roteamento para atingir o mesmo fluxo de sinal.

Mas não associe flexibilidade com qualidade. Lembre-se que muitos equipamentos vintage tem apenas um ou dois botões e todo mundo gosta.

Plug-ins bem construídos com poucos controles também ajudam a manter o foco, e simplifica dilemas porque acaba sendo mais uma questão de “gostar ou não gostar”.

Seguindo, vamos analisar cada um dos plug-ins e entender o que eles tem de especial.

Delay

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Junto com equalizadores, compressores e reveberadores, o delay é um alicerce na música pop. Aplicar delay em uma pista é muito mais do que “repetir sons” digitalmente.

O caminho é trabalhar delay misturado com outros efeitos e até outros delays. A maioria dos mixadores (e provavelmente Manny também) fazem isto manualmente, ou seja, criam auxiliares, duplicam canais, endereçam efeitos para dentro de outros efeitos e fazem os roteamentos diversos para gerar uma massa sonora única. E é ai que entra a beleza do Manny Marroquin Delay.

Na parte inferior, ele possui controles simples para adição de distorção, reverb e phaser, que deixa tudo mais prático para o mixador.

Também há controles de corte de frequências baixas e altas. Então, em uma interface única e sem pensar em roteamento, o usuário tem a possibilidade de criar um Delay extremamente complexo e interessante.

Vale experimentar em tudo. Além de voz, guitarra e sintetizadores, até loops de bateria podem sair ganhando com um pouco de delay e distorção.

Distortion

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Este sem dúvida é um dos meus prediletos por vários motivos. O processamento acontece em paralelo e não em série, ou seja, é possível regular uma proporção do sinal original e sinal distorcido.

Na prática, é tudo mais flexível através do controle “Mix” e “Drive”, como em um reverberador por exemplo.

Outro ponto extremamente interessante são os controles de attack e release. Em elementos percussivos como bateria e loops, é possível colocar um attack lento para que o transiente seja ignorado e permaneça “limpo”. O Release tem a mesma utilidade, e um bom exemplo de uso seria em sintetizadores.

Por outro lado, a equalização é muito simples. Possui um controle de grave, médio e agudo. Para distorção, pelo menos dois filtros na área média é essencial em 99% dos casos.

Reverb

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O conceito deste reverberador é totalmente diferente de um reveberador comum. Esqueça tudo sobre transparência, sonoridade limpa ou precisão dos reverberadores de convolução por exemplo.

Ele está repleto de opções para acabar com qualquer característica mais natural de um reverberador, como phaser, distorção e equalização, mas a parte que mais chama atenção é o controle de compressão.

Comprimir reverb não é algo comum, mas não deixa de ser uma má idéia. Permite diversos sonoridades, se usado em contexto com o controle “time”. Ajustar tempo curto mas exagerar na compressão gera uma sonoridade muito útil para dar liga em diversos instrumentos, sem embolar a mixagem.

Tone Shaper

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Este plug-in mistura conceitos de compressão e equalização, e podemos compara-lo a um compressor multibanda.

Gostei muito da idéia de não colocar números. Nada de decibel ou frequência. Conforme o usuário aumenta o fader de uma certa banda, tanto a compressão quanto o seu nível.

Simplesmente experimente e use seu ouvido para definir se vale a pena ou não.

Para não deixar o usuário completamente no “escuro”, existem botoões amarelos de “mute”, com isso, permite isolar cada um dos filtros. Eu acho um bom meio termo para a proposta do plug-in.

O destaque fica por conta do controle “width”, que não tem nada a ver com compressão ou equalização. Sua função é de aumentar a imagem estéreo e pode ser útil em overs de bateria, loops, microfones de ambiente etc.

Triple D

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Por último, temos o Triple D. Ele também tem incorporado processamento baseado em compressão e equalização como o Tone Shaper, porém visto por outro ponto de vista.

Se o Tone Shaper foi projetado para alavancar o timbre e trazer mais informação harmônica de um certo instrumento, o Triple D foi desenvolvido para retirar e minimizar excessos em áreas menos interessantes para o ouvido humano.

DeBoxy é pre-programado para reduzir a área dos médio grades, que tiram corpo e definição dos instrumentos.

Já o DeHarsher é voltado para a área média, em torno de 800Hz a 3kHz, que também é uma área sensível ao ouvido humano e há de se ter cuidado. Ao mesmo tempo que é importante para diferenciar instrumentos, é extremamente desconfortável se em excesso.

Por último, temos o DeEsser, que já um processador velho conhecido de todos. Serve para amenizar os excessos na área aguda, e é muito comum ser usado em voz para controlar a sibilância, ou seja, pessoas que tem uma emissão muito forte ao pronunciar palavras com as letras “S” (sssssss) ou “Ch” (shhhhhhh).

E com isso, encerramos a análise dos plug-ins da coleção Manny Marroquin. Vamos ficando por aqui, e até a próxima!

cris3x4 blog proclass Cristiano Moura é instrutor certificado oficialmente pela Avid para lecionar cursos de nível 100, 200 e 300 em Pro Tools. Por meio da ProClass,  oferece consultoria, treinamentos customizados além de cursos oficiais em Pro Tools, Mixagem e Masterização.

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NX – Virtual Mix Room over Headphones

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Proposta da Waves para mixagem com fones

Fone de ouvido é um recurso que divide opiniões quando o assunto é mixagem.

Muitos consideram inadequado por diversos motivos, entre os principais, o fato de não levarem em consideração a acústica da sala e separação “perfeita demais” do L e R no ouvido esquerdo e direito respectivamente.

Mais que isso, também é comum ouvir frases como “os fones mentem muito”, mencionando as tecnologias e recursos utilizados para que pequenos fones de ouvido sejam capazes de reproduzir graves profundos por exemplo.

Mas a realidade é que diversos profissionais estão cada vez mais se vendo obrigados a realizar partes da mixagem no avião, hotel ou na sala de casa.

Em muitos casos, a mix foi feita em um estúdio apropriado mas em cima da hora, o cliente pediu mais uma modificação… é o tipo de situação que pede que você envie os ajustes de onde estiver.

Pensando nisso, a Waves lançou o plug-in NX, que promete trazer para os fones os mesmos “efeitos colaterais” de uma mix sendo executada em um par de caixas de som. Vamos entender mais um pouco sobre que efeitos colaterais são estes e como o plug-in pretende virtualizar estes efeitos.

Conceito: o que faz e o que não faz o NX

Este não é um processador comum, então antes de começar, vamos entender do que estamos falando.

O NX NÃO é um plug-in de simulação de salas e nem uma simulação de caixas. A Focusrite lançou no passado o VRM Box, que fazia tudo isso, mas esta não a proposta do Waves NX.

Pense no RX apenas como um “compensador”, que vai levar em conta as diferenças acústicas existentes entre ouvir uma música nos fones ou em um ambiente com monitores de áudio.

Então é importante entender que não há milagres, não há correção, nem expectativas de solucionar nenhum problema.

Diferença entre fones e monitores

Imagine um sinal que foi direcionado 100% para o lado esquerdo da mixagem. No fone, o sinal será ouvido unicamente pelo seu ouvido esquerdo, certo?

Porém, em um ambiente não é bem assim. Em uma sala não há o mesmo nível de isolamento, ou seja, o seu ouvido esquerdo também vai receber este som, ainda que em menor intensidade (fig. 1).

fig. 1 – diferença e distância entre ouvidos.001

Repare também que, a distância que o som da caixa esquerda tem que percorrer para atingir o ouvido direito (seta azul) é maior do que a distância entre a caixa esquerda e o ouvido esquerdo (seta vermelha). Por conta desta diferença, também vai haver atraso na recepção e percepção do som por cada ouvido.

Neste momento, as observações foram feitas apenas levando-se em consideração a distribuição das caixas no ambiente e a distância entre nossos ouvidos, mas ainda temos mais um elemento que vai interagir com o som, que é a própria sala.

As setas vermelhas e azuis representam o que chamamos de som direto. Porém, o som também atinge as paredes, seu teto, o chão e objetos da sala, e boa parte em algum momento, vai ser refletida para seu ouvido (fig. 2). E não tenha dúvidas, o som refletido também será assimilado com atraso (se comparado ao som direto), com resposta de frequência diferente (por conta da absorção das paredes) e também com diferença de fase.

fig 2 – diferenças e reflexoes.001.jpeg.001

Por último, pense no que acontece com o som quando você está de fones e vira o pescoço… nada, pois o fones estão colados aos seus ouvidos.

Já com monitores, sua posição vai influenciar. Mudar sua cadeira para frente ou para trás ou virar o pescoço, vai influenciar na sua percepção. (fig. 3)

fig 3 – mudando a cabeça de lugar.001.jpeg.001

Então tenha em mente que em um ambiente, o seu ouvido esquerdo por exemplo, recebe som vindo da caixa esquerda, da caixa direita e também das reflexões das paredes e objetos. Além do mais, sua posição influencia sua percepção sonora.

E a função essencial do NX é então, virtualizar estas diferenças. Fazer com que uma pessoa com fones também possa trabalhar como se estivesse em uma sala com monitores de áudio, se confrontando com diferenças citadas acima.

Como usar o NX para reproduzir estas diferenças

O NX é um plug-in para se inserir no master fader, no último insert antes de seguir para as saídas.

Com a interface do plug-in aberta, automaticamente a Waves apresenta seu sistema de detecção de movimento da sua cabeça, que através da webcam, consegue detectar seu rosto e capturar qualquer mudança na posição dos seus ouvidos. Isto é para resolver a questão dos seus movimentos com o pescoço ou posição em relação as caixas.

Basta acionar na parte superior do plug-in a função “head tracking”, que uma janela de tracking é aberta e você poderá ver a detecção acontecendo em tempo real (fig. 4).

fig. 4 – detector de movimento de cabeça

Repare que no plug-ins seus movimentos também serão percebidos. E se você quiser a qualquer momento “zerar” sua posição, simulando estar sentado exatamente entre as duas caixas, basta pressionar o botão “sweet spot”.

Também essencial informá-lo sobre as dimensões da sua cabeça. É fator determinante, pois a distância entre seus ouvidos é usada para calcular o atraso. Isso é feito na área inferior esquerda do plug-in chamada de “Head Modeling”.

Com uma fita métrica, você vai tirar duas medidas: a primeira é a circunferência da sua cabeça na altura da sua testa (fig. 5A). Feito isso, basta digitar no campo “circumference”.

fig. 5- como fazer as medidas da sua cabeça

A segunda medida é entre um ouvido e outro, passando por trás da sua cabeça (fig. 5B). Faça a medida e digite o valor no campo “inter-aural arc”.

Configurando reflexões e posição das caixas

No campo “room ambience”, podemos emular o quão reflexiva é a sala virtual e qual nossa distância em relação as caixas de som.

Quanto maior o valor, mais ambiência da sala será percebida na interação da sua mix.

Já no campo Speaker Position os controles Front e Rear estão relacionados a distância entre os monitores. A medida recomendada é de 60 graus, mas nada impede de você emular uma distância um pouco mais para simular um ambiente onde as caixas estão mais distantes entre si.

Finalizando para entrega

Importantíssimo! Lembre-se de que este plug-in está alterando a sua mix e não é isso que você quer, a princípio.

Sua utilidade é emular através de fones, como sua mix soaria em uma ambiente com caixas.

Então não se esqueça de antes de fazer a exportação/bounce da sessão, colocar o plug-in em bypass.

E com isso, vamos ficando por aqui! Abraços e até a próxima!

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Waves Butch Vig vocals

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O plug-in 5 em 1 modelado para voz, mas útil para muito mais

A parceria da Waves com o lendário produtor Butch Vig já tem alguns anos, e novamente fizeram um excelente trabalho, que simplifica a vida para quem esta começando, mas também não deve ser menosprezado pelos profissionais.

Neste artigo, vamos dar uma olhada no Butch Vig Vocals.

Estrutura do sinal do plug-in

Como mencionado no subtítulo, não se trata de um processador único. É um multiprocessador, com parâmetros pré estabelecidos e direcionados para voz.

Seu fluxo de sinal é bem interessante (fig. 1), porém não muito intuitivo olhando pela interface. Vamos primeiro conhecer o fluxo, para depois pensar em como utilizá-lo a nosso favor.

fig. 1 – Fluxo sinal Butch Vig Vocals

Após a regulagem do input, o sinal segue pelos filtros passa baixa e passa alta e além do parâmetro MID DIP (Fig. 2A), que é um filtro peaking, regulado com atenuação de –6.5dB.

fig. 2 – Principais componentes

Após estes cortes, o sinal segue para a área de processamento de dinâmica. Primeiro o de-esser, e em seguida o compressor (Fig. 2B).

Depois da compressão, o sinal volta para a seção de equalização, desta vez processados pelos controles low, presence e air (Fig. 2C).

O ciclo de processamentos em série termina por aqui, mas ainda há outros processamentos que acontecem em paralelo.

Entra em campo o setor de saturação (Fig. 2D), onde temos um controle que emula a saturação de válvula, e outro que emula a saturação de transistor (Solid state). Para limpar um pouco a saturação, também foram incorporados outros filtros passa baixa e passa alta.

Também em paralelo, encontramos o controle “focus” (Fig. 2E), que internamente trabalha como um compressor multibanda já pre regulado para comprimir e depois dar ganho em busca de ênfase. O usuário apenas escolhe se quer o processamento centralizado em torno de 1khz ou 2khz.

Organizando o pensamento para configurar

Quando você pega um processador comum para usar, existem centenas de maneiras de trabalhar, quais parâmetros escolher primeiro, quais deixar por último.

Mas se você vai partir para uma solução destas, desenvolvidas em torno da linha de pensamento específica, é legal saber mais sobre como ele foi projetado incialmente. A melhor parte disto, é que você acaba também aprendendo muito sobre mixagem, e os mesmos conceitos poderão ser aplicados em qualquer outra combinação de processadores.

Grande parte dos mixadores concordam que, é melhor começar fazendo cortes, retirando excessos ou áreas que não interessam.

E é por este motivo, que o no Butch Vig Vocals, temos os filtros atuando logo no primeiro estágio do sinal.

Na maioria das vozes, não há muita informação abaixo de 80Hz, e mesmo que tenha, nem sempre é necessário ou desejável manter. Então o primeiro parâmetro a ajustar é LoCUT passa alta. Quando voz começar a perder corpo, é hora de parar.

O mesmo conceito vale para o HiCUT, porém seja bem mais cuidadoso para não exagerar.

O controle MidDIP está fixo em –6.5dB, e pode ser usado em dois casos: primeiro, para amenizar os médio-graves, que em excesso, embolam e tiram definição. Geralmente estão situados em torno de 250 a 600Hz.

Uma segunda situação, para casos em que você esteja processando uma voz muito “anasalada”. É possível amenizar ajustando o MidDIP entre 700Hz e 1kHz.

Com o sinal devidamente filtrado, vá seguindo o fluxo de sinal.

O próximo processador é o De-esser, que cuida da sibilância. Só para esclarecer, a sibilância é uma característica comum de muitas pessoas, que tem o “S” ou o “Ch” muito pronunciado. É algo que excesso, pode se tornar irritante.

Importante: o De-esser do Butch Vig Vocals já está fixo para atuar em 6kHz, que nem sempre vai ser o ideal. Experimente a vontade, mas não descarte a possibilidade de usar um De-esser separado.

Após o De-Esser, é hora de partir para a compressão. Segundo o próprio Butch Vig, este compressor foi emulado com as características do TLA 100 e 1176, mas o que vale mesmo é entender os efeitos práticos.

Apesar do usuário acessar apenas um controle, na verdade vários parâmetros estão mudando ao mesmo tempo. Usando valores baixos, ele é bem sutil, como se o ratio tivesse ajustado em 2:1 ou similar.

A partir da metade, tudo fica mais intenso, tanto o Ratio quanto as características timbrísticas começam a ficar mais aparentes.

Para saber o quanto está comprimindo (Gain Reduction), é preciso configurar os medidores para a posição GR (fig. 3).

Fig. 3 – Meter ajustado para visualizar o Gain Reduction

Agora vamos partir para o ajuste final, que são os equalizadores. Vamos as informações técnicas: o controle Low, está ajustado em 250Hz, o Presence em 3kHz e o Air em 15kHz.

Estes três controles visam terminar de esculpir o “alicerce” do seu timbre. É muito comum, após a compressão, precisarmos de um novo equalizador, e estas três faixas de frequências são de fato, as que vão funcionam em 99% dos casos, tanto para cortar, quanto para dar ganho.

Por fim, vale mencionar o Led “sensitivity” (Fig. 4), para garantir que seu sinal esteja bem equilibrado para o melhor desempenho do plug-in.

fig. 4 – Medidor de entrada

O ideal é o LED permanecer a maior parte possível no amarelo. Use o controle “Input” para compensar caso o sinal esteja muito baixo ou muito alto.

Focus e Saturation – o toque final

Como visto no fluxo de sinal, O output é o encontro três sinais, e até agora vimos apenas o primeiro, que vem dos processadores em série, onde o último, é o equalizador.

Em paralelo, temos mais dois componentes.

A área de saturação é bem interessante, pois foi construída com duas opções. As nomenclaturas são sugestivas (Tube e Solid State), mas sinceramente, não gosto muito desta abordagem por conta da polêmica em torno da intepretação. Muita gente simplesmente associa “tube” com algo bom, e solid state como algo ruim e ai é que mora o perigo.

Eu acho que devemos carregar menos preconceito e imediatismo, portanto prefiro que se concentrem de acordo com a característica sonora e não com o componente.

Para um som mais “rasgado”, use o controle Tube. Para um som mais “ardido”, prefira o controle Solid State.

Ainda com relação a saturação, você vai reparar que em certas faixas de frequências, a saturação cai bem, mas em outros casos, fica extremamente exagerada ou desagradável. E é ai que entra o segundo par de filtros.

Por exemplo, é comum a saturação estar suave na área média, onde a voz tem mais destaque, porém estar exagerada nos na região médio-grave. Use então o controle LoCUT para filtrar os graves.

O inverso vai fatalmente acontecer ao saturar usando o controle Solid State. Quando eu chamei de “ardido”, é porque de fato ele pode ficar muito estridente nas frequências mais altas. Então o HiCUT é muito bem vindo em conjunto com a saturação Solid State.

O último, porém um dos recursos que eu mais gostei é o Focus. Podemos e encará-lo como um compressor que atua apenas na região média. Ele vem com duas pré-configurações, 1kHz ou 2kHz.

É nesta região que a voz tem maior inteligibilidade, ou seja, a voz chama mais atenção e o que está sendo dito se torna mais claro.

O Focus estabiliza a informação em uma das duas áreas e amplifica levemente. O resultado é extremamente útil, principalmente em músicas com arranjo muito denso ou em estilos como rock e pop, onde a voz não pode ficar muito alta, mas precisa de alguma maneira “atravessar” uma parede de guitarras.

Partindo para outras possibilidades

Não gosto de pensar que estou usando um “plug-in para voz”. Ele pode até ter sido “otimizado” para voz, mas não necessariamente ele só serve para voz.

Como sempre faço com todos os plug-ins deste estilo, testei também em outros instrumentos e como sempre, tive ótimas supresas!

Em especial com os controles de saturação e Focus, funcionam incrivelmente bem com guitarras, caixa, sintetizadores, hammond e rhodes. Recomendo a todos, fazerem seus próximos experimentos e tenho certeza que vão descobrir muitas outras utilidades para este plug-in.

Abraços e até a próxima!

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