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Waves C1 – Conheça os recursos do C1 – Parte 1

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Compressores são equipamentos cercados de mitos e mistérios. Diferente da maioria dos processadores de efeito, sua atuação varia de acordo com o sinal de entrada, isso faz com que seja um processor mais complexo para aprender a mexer na base da intuição. Simplesmente rodar os botões e ouvir os resultados não funciona, pois o comportamento do processador depende do sinal que está entrando.

O C1 é um dos compressores mais antigos da Waves e acabou perdendo espaço conforme a Waves lançava suas versões que emulavam hardwares analógicos. Porém, o C1 é uma ferramenta poderosa com recursos únicos e merece toda nossa atenção.

É importante ressaltar que este artigo não se propõe a ensinar o funcionamento dos compressores ou seus parâmetros básicos universais como Threshold, Ratio, Attack e Release. O foco será apenas em torno do C1, onde será apresentada construção dos módulos e alguns parâmetros específicos deste plug-in.

Obs.: para ver todos os processadores de dinâmica da Waves, acesse http://www.waves.com/content.aspx?id=91#Compressors

O que é o C1?

A primeira coisa a se entender é que o C1 não é um simples compressor, mas um compander, ou seja, um processador que possui módulos de compressor (fig. 1A) e expander/gate (fig. 1B), mas o que há de interessante nele é a maneira com a qual estes módulos foram implantados que faz com que o C1 seja uma ferramenta muito versátil para correção de problemas ou para o uso criativo. Estes podem atuar separadamente ou em conjunto e mais que isso, também inclui um terceiro módulo de filtro (fig. 1C) que pode interagir com os dois módulos ou de forma independente.

fig 1 - módulos do C1

fig 1 – módulos do C1

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Waves C1 – Conheça os recursos do C1 Parte 2 – Sidechain

Parte 2

No mês anterior, vimos que o C1 é um dos compressores mais versáteis da Waves. Diferente dos plug-ins que tentam emular a sonoridade de compressores analógicos, o compromisso do C1 está em comprimir porém mantendo o timbre intacto, ou seja, quando o objetivo é justamente não deixar caracterizado que um elemento foi comprimido. Neste artigo, vamos falar um pouco sobre os recursos de Sidechain dentro do C1.

Utilizando Sidechain embutido no C1

Antes de qualquer coisa, é essencial entender que existem vários módulos do C1, e para utilizar os recursos de sidechain, é preciso escolher o módulo “C1 comp-sc” ou “C1 comp-gate” na lista de plug-ins.

O que é Sidechain

De uma maneira muito simplificada, podemos dividir o compressor em dois componentes básicos. Um detector, que analisa a variação na amplitude do sinal e um atenuador, responsável por reduzir o sinal a partir de um certo nível (fig. 1).

fig. 1 - componentes básicos do compressor

fig. 1 – componentes básicos do compressor

 

Sobre o detector, ele monitora o sinal por completo, independente do espectro sonoro. Ou seja, ele detecta graves, médios e agudos da mesma forma, e nem sempre isso é o ideal.

As vezes, em instrumentos que cobrem boa parte do espectro sonoro (violão, bateria, piano), temos interesse em estabelecer um limite e comprimir apenas quando um elemento agudo passa do limite, mas não sentimos necessidade que a mesma compressão seja aplicada quando um elemento grave passa deste mesmo limite.

É ai que entra o sidechain. Ele é responsável por filtrar o sinal, antes de chegar no detector (fig. 2). Então, se ele for ajustado para cortar a região grave (fig. 3), consequentemente o detector só poderá analisar as partes mais agudas do sinal e o atenuador só irá ser acionando quando elementos agudos ultrapassem o limite estipulado no threshold.

fig. 2 - sidechain

fig. 2 – sidechain

fig. 3 - passa alta

fig. 3 – passa alta

 

Porém, é muito importante ressaltar que, o sinal foi filtrado apenas para o detector e influencia a ação do atenuador, e isso não significa a saída está sendo filtrada. Ou seja, o atenuador neste caso permanece atuando sobre o sinal completo.

Configurando o sidechain

A primeira etapa será configurar o C1. O seu equalizador possui 3 modos de operação (fig. 4). “Wideband” é o modo normal de operação, onde o detector analisa todo o espectro sonoro. Clique uma vez para alterar para o modo “Sidechain”.

fig. 4 - modos de sidechain

fig. 4 – modos de sidechain

 

Em seguida, ajustes o tipo de filtro, frequência e Q da curva de equalização vermelha, de acordo com o que se deseja filtrar ou “omitir” do detector. A curva azul representa o sinal que não deve seguir para o detector. Então, no caso de uma bateria, se o objetivo é comprimir apenas quando os pratos forem tocados, faça ajuste o EQ do sidechain com um passa alta para cortar os graves como na figura 5.

fig. 5 - sidechain regulado para cortar graves

fig. 5 – sidechain regulado para cortar graves

Resumindo: Se um prato for tocado acima do threshold, o compressor é disparado e atua sobre todo o sinal. Já se um bumbo ultrapassar o sinal, nada acontece pois o detector não tem “acesso” as frequências mais baixas.

Um passo além – Equalização dinâmica

Como ressaltado anteriormente, mesmo se o detector identificar que “um som agudo” ultrapassou o limite, o atenuador continua atuando sobre o grave, médio agudo.

Mas imagine como poderia ser interessante e útil se pudéssemos fazer com que a atenuação fosse também filtrada. Ou seja, caso um sinal agudo ultrapasse do threshold, apenas o agudo é atenuado.

Este é o processo básico de um compressor multibanda como o C4 (fig. 6), mas também pode ser facilmente atingido no C1. Basta clicar mais uma vez nos modos de EQ até encontrar o modo “Split”.

fig. 6 - compressor multibanda C4

fig. 6 – compressor multibanda C4

 

Neste modo, o C1 também vai separar o sinal de saída em duas partes. Como antes, uma parte é chamada de “banda ativa” e é ajustada através da equalização vermelha e é apenas nesta banda de frequência que o compressor irá atuar. A outra parte, chamada de “banda passiva” é ajustada através da equalização azul, e qualquer sinal dentro dessa banda não será afetado pelo compressor.

Resumindo: Se um prato for tocado acima do threshold, o compressor atenua os agudos de acordo com a curva de equalização vermelha. Todo o resto representado pela curva azul não é afetada.

Abraços e até a próxima!


cris3x4 blog proclass Cristiano Moura é instrutor certificado oficialmente pela Avid. Por meio da ProClass, oferece  consultoria, treinamentos customizados além de lecionar cursos oficiais em Avid Media  Composer.

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Produzindo com Waves GTR3 Bundle

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Não só guitarras, mas de vocais a sintetizadores

Quando se fala em processadores de guitarra em plug-ins, os primeiros nomes que costumam vir a mente é o Amplitube e Guitar Rig, desenvolvidos pela IK Multimedia e Native Instruments respectivamente.

Talvez por ter vindo por último e pela vasta gama de produtos, o pacote GTR3 da Waves não é tão conhecido mas sua qualidade e possibilidades sonoras são indiscutíveis. Vamos neste artigo conhecer mais sobre toda a coleção e suas utilidades não só para guitarra, mas também para outros instrumentos.

O alicerce do pacote

O pacote GTR3 tem 4 plug-ins. O principal deles é o GTR3 Amps (fig. 1) que trás emulações de amplificadores e caixas de diversos amplificadores clássicos de guitarra como Marhsall, MESA/Boogie, Fender e Vox. No total são 25 amplificadores de guitarra e 7 de baixo além de 25 caixas de som, e seu sistema flexível permite misturas de todos, algo até possível mas pouco viável no mundo analógico. Ou seja, é possível experimentar ligar um Amplificador Marshall numa caixa da MESA/Boogie ou qualquer outra.

Fig. 1 - GTR 3 Amps

Fig. 1 – GTR 3 Amps

 

Além de emular amplificadores, o usuário pode experimentar livremente o posicionamento e tipo de microfone que ajuda a esculpir o timbre final.

Pedais para criar sua identidade

Apesar da escolha e regulagem do amplificador ser algo fundamental para seu timbre (além da guitarra), eles tem características muito próprias. O que quero dizer é que um Marshall “soa como Marshall” independente de como você o regula. Eles tem limites de regulagem bem definidos, portanto, da mesma forma, um Fender não soa como um VOX mesmo que se passe o dia inteiro a procura de um timbre similar.

É neste momento que entram os pedais. A interação entre pedais e amplificadores é um dos principais motivos pelos quais dois guitarristas que usam a mesma guitarra e o mesmo amplificador podem ter timbres tão diferentes. O fundamento está na maneira com que o usuário prepara e produz seu timbre antes da entrada do amplificador.

Entra então o segundo plug-in do pacote, o GTR Stomps (fig. 2). Ele combina pedais de efeito e nesta categoria também não faltam opções. São 25 pedais, que vão desde os essenciais compressores, distorcedores e equalizadores gráficos que ajudam a esculpir o timbre, passando por Phaser, Delay, Flanger, Tremolo e outros para modular o sinal e criar efeitos mais criativos. Em especial, vale destacar o Pitch Shifter e o Axxpress Dynamics, que são os novos pedais incluídos apenas na versão 3 do GTR.

Fig. 2 - GTR3 Stomps

Fig. 2 – GTR3 Stomps

 

Para uso ao vivo ou simplesmente diversão

Os plug-ins precisam de um “hospedeiro” e isto significa que para usar o GTR3 é necessário carregar primeiro alguma ferramenta de produção musical como o Pro Tools, Logic Pro, Cubase etc.

Para facilitar nos momentos em que o usuário simplesmente quer sentar com o instrumento para estudar por exemplo, a Waves oferece o GTR3 ToolRack (fig. 3), que é uma versão “Standalone” da ferramenta. É uma maneira prática de acionar um setup de amplificadores e pedais sem precisar abrir outro software antes.

Fig. 3 - GTR3 ToolRack

Fig. 3 – GTR3 ToolRack

 

Como mencionado acima, o GTR3 ToolRack também é pensado para ser usado ao vivo, onde bastaria estar ativo num laptop no backstage seus presets podem ser disparados por qualquer Pedaleira MIDI.

Além da guitarra e baixo

Pedais de guitarra são usados de forma exaustiva para processar outros elementos como voz, Rhodes, sintetizadores e até bateria. Já muito inclusive muitos tecladistas com pedalboards de dar inveja em muito guitarrista.

Como dito anteriormente, eles são fundamentais para criar uma assinatura ou identidade de um timbre, portanto merecem ser experimentados sem restrições.

Em especial, os distorcedores ganharam muito destaque nos últimos anos e é comum ouvir quase todos os instrumentos com pelo menos um mínimo de saturação.

Então não se prenda ao rótulo de “plug-in para guitarra” e recomendo pelo menos uma experiência de uso do GTR3 em instrumentos virtuais. Na maioria das vezes, mesmo que apenas passando por um amplificador de guitarra como o Fender sem alterar nenhum parâmetro o resultado é supreendente! Caso não agrade, não há nenhum problema em desistir e retirar o efeito.

Efeitos como reverberadores, delays, flangers e phasers em pedeais também tem características bem diferentes dos mesmos processadores usados em estúdio.

Para finalizar, vale mencionar que em todos os plug-ins temos o GTR3 Tuner, afinador embutido que me chamou atenção pois sempre preferi usar o velho e guerreiro afinador da Boss pela estabilidade e resposta na medição e ao testar alguns afinadores em plug-in, sentia muita diferença.

O GTR é uma exceção, e foi muito tranquilo afinar a guitarra por ele.

Então vamos ficando por aqui. Até a próxima!


cris3x4 blog proclass Cristiano Moura é instrutor certificado oficialmente pela Avid. Por meio da ProClass,  oferece consultoria, treinamentos customizados além de lecionar cursos oficiais em Avid  Media Composer.

 

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