Pro Tools

Preparando sua sessão para pré-produção

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Sugestões para um template eficaz

A produção musical em homestudios mudou muito nossa maneira de pensar e produzir em estúdio. Um dos principais fatores é que a figura do produtor musical e do técnico de som se fundiram. Aliás, a fusão do músico + produtor + técnico também é bem comum. Ou seja, uma mesma pessoa pode estar fazendo a função de três.

Certamente, se por um lado, produzir sua própria música em casa é muito confortável e um sonho para muita gente, o acúmulo de função pode atrapalhar bastante o seu fluxo criativo.

Para tentar separar ao máximo cada um dos processos é uma bela maneira de tentar se organizar mentalmente para produzir e ser criativo ao mesmo tempo.

Uma das principais é criar uma sessão pré-configurada para suas produções, para que, quando vier uma idéia ou inspiração, você possa abrir o Pro Tools e começar a gravar com menor número de clicks possíveis.

As suas idéias vem acompanhadas de instrumentos

Suas idéias musicais geralmente nascem de um instrumento. Ou você senta no piano, pega o violão ou algum outro instrumento para compor.

E mesmo que você esteja apenas “cantarolando” uma idéia musical mentalmente no ônibus, provavelmente ela está sendo imaginada na “voz” de algum instrumento.

Então é bom pensar um pouco nisso.

1) Quais são os instrumentos que você costuma usar para compor?

2) Quando você começa sua produção, quais outros instrumentos você costuma gravar em seguida, logo após a sua idéia inicial?

Estes são os tracks e instrumentos que devem já estar preparado. Por exemplo, no meu caso (sou guitarrista), a minha idéia inicial vem na guitarra, mas gosto de produzir uma levada básica na bateria logo de cara ao invés de usar o click.

Uma vez que a idéia está registrada com guitarra + bateria, normalmente já fico na ansiedade de pelo menos colocar um baixo + teclado temporário, só para poder sentir como a idéia flui com os outros instrumentos.

Então minha sessão inicial (template) já abre com: 3 tracks de guitarra, bateria, Baixo e teclado.

E por que 3 canais de guitarra? Por que eu não sei se a idéia que vai vir, vai ser de guitarra clean, ou uma base, ou mesmo uma linha melódica para um solo de abertura.

Como momentos de criatividade são raros e especiais, eu não quero nem perder tempo em inserir um efeito e pesquisar o som.

Então tenho um track clean, um segundo já com distorção (crunch) e um terceiro com uma distorção mais forte já preparada.

No canal do baixo, já tenho um compressor aplicado e uma equalização básica.

Além disso, tenho 4 auxiliares já configurados. Reverb, Delay, Chorus e Phaser.

Por último, tenho um Master Fader também já preparado.

Ou seja, uma vez criada a sessão, basta apertar REC no track que eu quero começar a gravar e partir para a execução. (Figura 1)

fig. 1 – Tracks Iniciais

Click

Apesar de ser rápido abrir um Click Track, eu acho o som padrão do click do Pro Tools extremamente ruim. Então também já tenho meu click track aberto, com o timbre alterado para Marimba 2, que é mais neutro (fig. 2).

Fig. 2 – Click com Marimba

Levadas pré-programadas em playlists

Se você tem uma banda com um estilo já meio definido de música por exemplo, pop rock, talvez você possa ir um passo além e ter um track de bateria com algumas das principais levadas que o seu estilo costuma comportar.

Para isso, não utilizamos múltiplos tracks como alguns podem pensar. Nós vamos usar playlists. É uma maneira de ter várias versões de uma execução no mesmo track.

Para isso, crie sua primeira levada normalmente. Para criar um novo playlist, basta clicar na seta ao lado do nome da track (fig. 3) e escolher a opção new.

Fig. 3 – Playlist Selector

Com isso, a pista fica livre novamente e você pode registrar uma nova levada e depois é só continuar repetindo o processo.

Para ver as playlists existentes, basta clicar novamente na mesma seta ao lado do nome do track para abrir a seleção playlists.

Mandadas de fones

Se seu estúdio de múltiplas mandadas de fones, sabe que este setup também toma um certo tempo para montar e configurar, então também é algo que você já pode ter preparado para economizar tempo.

Primeiramente, vale a pena já ter um I/O configurado com nomes para não se confundir. Ao invés de ter que lembrar que a saída 3–4 vai para o Fone 1 por exemplo, é melhor renomear logo de uma vez a saída 3–4 para “FONE 1”.

Fazemos isso pelo menu Setup > I/O. Na janela de diálogo que se abre, escolha a aba “output” e altere os nome de acordo.

Já no mixer do Pro Tools, não fique esperando o músico te pedir para fazer a mandada de fone. Já tenha todos os tracks preparados. Vamos fazer quatro passos para preparar da melhor forma possível.

Primeiramente, com o Alt pressionado, você pode criar um send em todos os canais de uma única vez, e mante-los zerados até o músico de fato pedir para abrir o sinal.

O segundo passo, é alterar a visualização para Expanded Send (fig. 4). Esta visualização te dá mais feedback visual de como está a configuração da mixagem, níveis em cada canal e VU.

Fig 4 – Expanded Sends

O terceiro passo é alterar a configuração de todos os Sends para pre-fader. Em expanded send, isso é muito fácil. Basta pressionar o botão “p” com o Alt pressionado. (fig. 4).

O quarto e último passo é criar um Master Fader da saída de fone. Ele vai servir como um controle geral de tudo que está sendo enviado para os fones. Ele é importantíssimo pois é comum o sinal chegar muito forte e distorcer o sinal no fone. Sem este Master Fader, você teria que atenuar o nível de cada canal e provavelmente ia acabar mexendo na proporção das tracks.

Salvando seu template

Com tudo preparando, só falta salvar mesmo a sua configuração para que ela seja útil em outras oportunidades. Para isso, basta clicar no menu File > Save as Template.

Com isso, sempre que quiser fazer uma sessão com essa configuração basta ir em File> Create New… e escolher a opção “Create From Template”. (fig. 5).

Fig. 5 – Create From Template

E é isso ai. Agora você está preparado para deixar de lado a parte técnica e deixar sua concentração totalmente voltada ao seu lado criativo.

Abraços e até a próxima!

cris3x4 blog proclassCristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.

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Novas maneiras de consolidar áudio no Pro Tools

Novas maneiras de consolidar áudio no Pro Tools

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Track Bounce, Commit e Freeze

Imagino que como vocês, eu também pedi, reclamei e questionei centenas de vezes sobre o fato do Pro Tools não ter uma maneira mais prática ou automática para consolidar seu material e liberar recursos.

Bem, aos poucos e com muito cuidado nas novas versões do Pro Tools foram incorporando estes recursos, e agora a situação é oposta: há um excesso de recursos (todos muito bem-vindos) que confundem até os usuários mais experientes.

Então neste artigo, vamos entender melhor as pequenas diferenças entre eles e quais as recomendações de uso para cada um.

Mas o que é “consolidar áudio” por que eu precisaria disso?

Consolidar áudio é o processo de “oficializar” todas suas modificações de edição (fades, cortes, clip gain) e efeitos inseridos em um novo e único áudio.

Fazemos isso essencialmente para liberar recursos da CPU, facilitar o manuseio das pistas ou muitas vezes, também é exigido na entrega quanto temos outros profissionais envolvidos (masterizador, editor de vídeo entre outros)

As três funções fazem a mesma coisa na sua essência, ou seja, unificar toda a informação não-destrutiva em um arquivo único de áudio. A diferença entre elas está na flexibilidade após a conclusão do processo.

Track Bounce

O Bounce to Disk você já conhece, o recurso normalmente usado para transformar toda sua mixagem em um arquivo único de áudio, usado para entregar a um cliente, gerar um MP3 ou queimar um CD de áudio em um software à parte.

Mas e se você quiser enviar apenas um track? O que normalmente fazemos é uma “gambiarra”, que é colocar o track escolhido em solo e fazer o Bounce to Disk.

É ai que entra o Track Bounce (fig. 1). Mais certeiro, flexível e com menos chances de erro, faz exatamente a mesma coisa que a “gambiarra” anterior. É acessível com botão direito do mouse no nome da pista (fig. 2) ou pelo menu Track (fig. 3)

Fig. 1 – Track Bounce

Fig. 2 – Freeze, Commit e Bounce com botão direito na pista

Fig. 3 – Funções acessíveis pelo Menu Track

O detalhe é que este processo não altera a pista selecionada. Ele apenas exporta uma versão dela consolidada. E esta é a principal diferença desta função para as demais.

Use Track Bounce quando sua idéia é manter sua sessão exatamente como está mas precisa enviar uma versão consolidada para alguém.

Mais que isso, use especialmente se você precisa entregar a versão consolidada em outro formato de arquivo, sample rate ou bit depth.

Track Freeze

Esta função serve essencialmente para aliviar sua CPU. Plug-ins e instrumentos virtuais podem ser extremamente pesados, portanto não faz sentido ficar com eles pendurados eternamente na sua sessão, uma vez que você já está 100% satisfeito com os resultados.

Por exemplo, você quer criar uma música usando uma bateria que é muito voraz na sua CPU. Você pode começar produzindo suas batidas e escolhendo os sons enquanto tem poucos elementos na sua sessão. Uma vez que você esteja 100% satisfeito, faça um Track Freeze para gerar uma versão consolidada deste áudio e libera a CPU do plug-in antes de partir para os próximos instrumentos.

O Track Freeze pode ser feito também pelos menus ou ao clicar no botão similar a um floco de neve (ou um asterisco, alguns diriam), ao lado do botão de alocação de vozes, onde normalmente está na opção “Dyn” (fig. 4).

Fig. 4 – Botão para acionar o Track Freeze

Detalhe importante: uma vez que o Track Freeze é feito, os clips de áudio e notas MIDI não são mais acessíveis (fig. 5A e 5B). Repare que agora há uma forma de onda misturada à visualização das notas MIDI e o plug-in inserado se encontra inativo. É exatamente por isso estou escrevendo pela terceira vez que é para usar apenas quando estiver “100% satisfeito”.

Fig. 5A – Antes do Track Freeze

Fig. 5B – Após o Track Freeze

Porém não se desespere se você mudar de idéia. É possível reverter o Track Freeze clicando novamente no mesmo botão. Ele essencialmente deleta o áudio consolidado e te dá todo acesso novamente ao material para realizar alterações. Só é meio chato e contra-produtivo.

Se você precisa liberar CPU, mas ainda precisa fazer alterações, chegou a hora de conhecer a terceira opção, Commit.

Commit

As vezes estamos em um estúdio com acesso a outros plug-ins e instrumentos virtuais que não teremos mais acesso ao levar o material de volta para o estúdio próprio, e portanto precisamos “oficializar” este áudio. Outra vezes, ainda estamos no meio do trabalho, mas o computador já não está dando mais conta de tocar a pista em questão.

Para isso, o que fazíamos até então é talvez a maior “gambiarra” de todas, que é fazer um roteamento interno via BUS e gravamos todo o áudio em uma nova pista. Além de confuso, é um processo lento, pois é necessário colocar a música para tocar em tempo real! Ou seja, uma música de 5 minutos vai demorar 5 minutos para fazer essa gravação.

O Commit entra neste cenário. Além de ter uma janela que oferece toda a flexibilidade com relação aos itens que você de fato quer oficializar (fig. 6), diferente do Track Freeze que processa todo o material na mesma pista e inviabiliza edições futuras, o Commit pega todo o conteúdo de uma pista (seja pista de áudio, Instrument ou mesmo um Aux Input) e grava numa pista de áudio nova, desta vez em um processo offline, bem mais rápido do que em tempo real.

Fig. 6 – Commit Tracks

Como o comando Track Bounce, também é acessível com botão direito no nome da pista.

Então vamos às recomendações: prefira o Commit quando você precisa liberar recursos da CPU ou plug-ins que não serão acessíveis no futuro, mas ainda planeja continuar trabalhando no material.

Neste caso, a pista de áudio nova continua totalmente funcional e 100% editável.

E onde entra a função consolidate?

A função Consolidate (fig. 7) existe desde a primeira versão do Pro Tools continua sendo útil.

Fig. 7 – Consolidate Clip

Ela também serve para “oficializar” edições do áudio como todas as demais. Então fica a pergunta de qual é a real diferença?

Você vai usar o Consolidate quando quiser oficializar APENAS edições no clips. De todas as funções, é a única que ignora os plug-ins inseridos nas pistas.

Ou seja, o Consolidate serve para oficializar fades, cortes, movimentações em clips e ajustes de ganho com Clip Gain.

E com isso, vamos ficando por aqui. Minha recomendação agora é que você repense todos os seus processos e descubra quais das funções são as mais adequadas para cada situação do seu dia-a-dia.

Abraços e até a próxima!

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Entender as diferenças entre os diferentes tipos de Pro ToolsConhecer e aplicar técnicas diversas de produção e edição MIDI
Conseguir organizar uma mixagem com diversos canais em etapas

PT 101 – Fundamentos IPT 110 – Fundamentos II
Fundamentos do áudio digitalPlayback Engine e I/O Setup
Criação de sessão e sua visão do HDEdição com Elastic Audio
Gravação de Áudio essencialTécnicas de punch in manual e automático
Trim, Selector e Grabber ToolEdição com MIDI Editor
Slip, Grid, Shuffle e Spot modeReal time Properties
Importação de áudio via WorkspaceManuseio de Loops via Workspace
Fundamentos de vídeoImport Session Data
Link Timeline e Edit Selection, Tab to transientsQuantize – visão aprofundada
NudgeClip Loop, Group
Inserção de efeitosEfeitos em série e paralelo
Bounce to Disk e Bounce to TracksTrack Groups
Automação essencialPropriedades de automação avançada
Finalização e BackupsOrganização de Mixagem
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Para quem é o curso?

O PT 101 é voltado para iniciantes, para quem utiliza outros softwares ou busca uma reciclagem. Não é necessário ter experiência prévia. Você deve ter conhecimento básico da utilização do computador, não importa se em Mac ou PC. 

O PT 110 é voltado para quem já conhece os fundamentos e o dia-a-dia no Pro Tools, mas precisa dominar suas configurações para projetos de maior porte, e estar preparado para fluxos de trabalho mais complexos de áudio ou MIDI. Também é essencial para quem pretende conquistar a certificação oficial Avid. 

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Em 2005, a ProClass trouxe pela primeira vez ao Brasil os cursos oficiais de certificação internacional e é uma das principais referências no mundo quando o assunto é Pro Tools, pois é uma das poucas do mundo credenciadas pela Avid a oferecer todos os níveis de treinamentos

Importante: A certificação oficial é paga a parte e excepcionalmente por conta do COVID-19, poderá ser realizada em sua própria casa. Mas fique tranquilo, quem optar por não fazer a certificação oficial, recebe o diploma da ProClass. Basta enviar seus projetos finalizados.

 

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Nossos instrutores possuem raríssima certificação oficial Pro Tools Expert Post e Music. Um dos poucos instrutores do mundo com certificação oficial nos níveis mais avançados em Pro Tools. Você poderá entrar em contato diretamente para tirar qualquer dúvida sobre os assuntos da aula. 

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Exercícios práticos
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Ao longo do curso você vai receber material prático para download, enviar a sessão de Pro Tools de volta para o instrutor, e receber feedback sobre o exercício enviado.

O Instrutor

Cristiano de Abreu

Formado em licenciatura em música pela UNIRIO, é instrutor de Pro Tools certificado oficialmente pela Avid e possui o nível mais elevado de certificação: Pro Tools Expert Post.

Atualmente é Editor de Som para TV e Cinema, e assina diversos longas metragens como A Falta Que Nos Move, Positivas, O Samba Que Mora em Mim, Sudoeste, Unicórnio; séries televisivas como Preamar (HBO), Hei De Torcer (ESPN), O Infiltrado (History Channel).

Certificações Oficiais: Pro Tools Expert Post, ACSR 400- Certificação Oficial de Suporte em Pro Tools, Pro Tools Operator Music, Pro Tools Certified Instructor, Avid Media Composer Professional.

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ProClass

A ProClass foi a primeira escola a trazer para o Brasil os cursos internacionais com Certificação Oficial emitida pela Avid. 

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Técnicas avançadas de MIDI – Parte I

Técnicas avançadas de MIDI – Parte I

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Métodos de gravação com instrumentos virtuais

Se por um lado o Pro Tools é referência quando o assunto é produção de áudio, por outro, ainda sofre de muito preconceito quando o assunto é MIDI.

Logic Pro e Cubase costumam ser vistos como uma melhor solução para produção MIDI, mas independente da opinião de cada um, a verdade é que o Pro Tools já evoluiu muito, e tem a maioria das funções dos concorrentes.

Neste artigo, vamos ver alguns destes recursos e técnicas avançadas de gravação e produção MIDI dentro do Pro Tools.

Gravando sem pressa

Uma situação corriqueira é do usuário precisar gravar um trecho que exija muita habilidade como um solo por exemplo. Para gravar de forma mais confortável, é possível diminuir o andamento da sessão temporariamente para fazer a gravação. Quando concluir, basta voltar ao andamento “oficial”.

Para isso, existem várias opções. Talvez a mais prática e que vai funcionar na maioria dos casos é pelo menu Window > Transport.

Caso não esteja vendo os controles MIDI (fig. 1), basta acessar o menu View > Transport > MIDI controls.

fig. 1 – MIDI Controls da Janela Transport

Por último, basta desligar o botão chamado “Conductor” (fig.1A) (caso ainda não esteja) e digitar o BPM que quiser gravar. Depois de terminar a gravação, é só voltar ao andamento original.

Porém, se o usuário precisar gravar algo extremamente rápido (como um arpegio numa harpa), em semi fusa por exemplo, que nem abaixando o BPM você se sente confortável, podemos utilizar o recurso Step Input, encontrado no menu Event > Event Operations > Step Input (fig. 2).

fig. 2 – Step Input

Desta vez, a bem da verdade, não há gravação envolvida. “Step” significa “passo” em inglês, e se refere a fazer um registro passo a passo. Ou seja, é um registro nota-a-nota que será feito com o Pro Tools em stop. Podemos fazer uma analogia com uma partitura, onde o músico vai escrevendo as notas conforme quiser. Não há andamento nem execução envolvida.

O funcionamento é bem simples. Primeiro, marque a opção “Enable” para habilitar a função. Em seguida, na opção “destination track”, escolha qual pista você quer registrar as notas. O próximo passo é escolher a duração das notas na opção “step incremation” e comece a pressionar as notas do arpegio em um controlador MIDI.

Isso te dá todo o tempo do mundo para pensar, passo a passo, qual a próxima nota a ser escrita.

Mais abaixo, repare que existem configurações relativas ao velocity. “Use Step input velocity” permite que o Pro Tools registre a força de cada nota pressionada pelo usuário. Isso vai garantir um resultado mais natural. Já a opção “Set velocity to”, deve ser usada quando o usuário prefere algo preciso, sem oscilações de dinâmica.

Acrescentando performance aos poucos

Por último, vamos conhecer um recurso que permite o usuário ir gravando sua performance em etapas/camadas, porém registrando no mesmo clip. Novamente, é algo que não seria possível em áudio, pois o usuário teria que obrigatoriamente gravar cada execução em uma nova pista.

Isto pode ser útil em diversos casos. Por exemplo, para montar uma levada de bateria, o usuário pode primeiro gravar o Hi-Hat e numa segunda passada, gravar o bumbo e caixa.

Outra situação: se o usuário tem um controlador MIDI de poucas oitavas, e quer gravar cordas em oitavas distantes, dificilmente será possível gravar a mão esquerda e a mão direita ao mesmo tempo. Então, ele pode primeiro gravar as partes mais graves e numa segunda passada, gravar as partes mais agudas.

Por padrão, o MIDI funciona exatamente como o áudio neste sentido. Ou seja, se existe um material gravado e aperta o REC de novo, o material gravado é substituído pelo novo.

Temos que mudar este comportamento. Para isso, vamos de novo acessar a janela de transport com a visualização de MIDI Controls habilitado. Por lá, você vai encontrar o botão da função “MIDI Merge” (fig. 3) que deve ser habilitada.

Fig. 3 – MIDI Merge

Pronto! Basta realizar uma nova gravação, que você vai reparar que as novas performances são acrescentadas ao que já existe.

Ajudando a performance acontecer

Pelo menu Event > Event operations temos a opção “input quantize”, que nada mais é do que corrigir erros de performance (relacionados à rítmica) logo após o usuário parar de gravar.

Para ativar esta função, basta habilitar a função “enable input quantize”. Fig 4.

fig. 4 – Input Quantize

Há de se ter um cuidado especial neste caso, pois por padrão, o Pro Tools vai cravar sua execução 100% no grid, o que pode deixar a performance “perfeita demais”. Vale a pena gastar um tempo nos controles adicionais.

O controle Exclude Within é extremamente útil neste caso, pois serve como uma “área de escape”, fazendo com o Pro Tools NÃO corrija nada que já esteja próximo do grid. Em outras palavras, se o músico já tocou perto o suficiente do grid, o Pro Tools “faz uma vista grossa” e deixa quieto. Recomendo começar trabalhar com valores de 10–20%.

Agora se o músico tocou muito mal, o quantize vai atuar. Mas isso não quer dizer que precisa ser uma atuação 100% radical e cravada no grid. Vale a pena deixar um certo nível de flexibilidade também nestes casos.

Para isso, usamos a opção “Strength”. Em 100%, o material é colocado no grid matematicamente. O que eu recomendo, é trabalhar com valores de 80–90%, que vão apenas aproximar a execução do grid, mas sem a obrigação de ficar perfeitamente alinhado.

No próximo mês, vamos mais longe falar sobre técnicas de edição MIDI, incluindo o MIDI Editor e mais funções do Event Operations.

Abraços e até a próxima!

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