Pro Tools

Preparando um projeto audiovisual

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Fundamentos para trabalhos com video

Na área da música, o Pro Tools é uma das ferramentas mais adotadas pelos estúdios e produtores, mas, também divide uma fatia do mercado com outros softwares de produção musical como o Logic Pro, Cubase, Ableton Live entre outros.

Já no mercado de produção sonora para vídeo, o Pro Tools reina soberano.

Seja na área de sonoplastia, dublagem, edição de som direto ou mixagem para TV e cinema, as opções de interação e compatibilidade com editores de vídeo, possibilidade expansão, processamento externo e integração de sistemas transformaram o Pro Tools em uma opção quase que única em grandes produções.

Com o mercado da música é muito instável, produtores musicais e engenheiros de som estão cada vez mais se aventurando na produção de som para vídeo, porém, é outro terreno, com outros termos, elementos e necessidades.

Se você é uma destas pessoas, que se interessa em buscar espaço neste nicho, este artigo é um bom começo para entender um pouco mais deste universo.

Características de um vídeo

Você que já trabalha/estuda com áudio, deve conhecer termos como taxa de amostragem (sample rate) e quantização (bit depth).

Vídeo também tem suas características e você vai precisar saber em diversos momentos. A primeira característica é a velocidade em quadros por segundo (frame rate, ou simplesmente FPS). Representa quantas amostras de imagem são capturadas ou reproduzidas por segundo.

É comum vermos velocidades de 23.976, 24, 25, 29.97, 30, 59.94 entre outros.

Esta é uma informação vital, pois a configuração errada resulta em áudio fora de sincronismo com vídeo.

Não existe nada no Pro Tools que detecte e ajuste automaticamente sua sessão. É seu dever descobrir o frame rate e configurar a sessão manualmente (veremos isso mais a frente).

Segunda característica: formato do vídeo. Estamos falando das dimensões do vídeo. SD, HD, Full HD, Ultra HD e 4K são alguns nomes que usamos, e todos estão relacionados ao tamanho do vídeo em pixels. Por exemplo, o formato mais usado atualmente é o Full HD, que tem dimensões de 1920 X 1080 pixels.

A terceira característica é a compressão (ou codificação). Diferente do áudio, onde ninguém pensaria em produzir algo profissional com material comprimido em MP3 ou AAC, o vídeo é quase sempre comprimido com algum CODEC Lossy. Eis alguns comuns no mercado profissional: Avid DNxHD e DNxHR, H.264, XDCAM e Apple ProRes.

A quarta característica é o tipo de arquivo. Alguns exemplos bem conhecidos: .MOV, .AVI, .MP4 .MXF.

Por favor, não confundam o tipo de arquivo com a codificação. Um arquivo .MXF pode ser codificado como XDCAM, mas também pode ser codificado como Avid DNxHD por exemplo.

Você precisa saber sobre formato de vídeo, compressão e tipo de arquivo para explicar ao editor de vídeo como precisa receber seu vídeo. A compatibilidade destas características com o Pro Tools são variáveis de acordo com a versão. Portanto, consulte o site da Avid para saber mais sobre a compatibilidade da sua versão para trabalhos com vídeo.

Informação de Timecode

Supondo que você já recebeu o vídeo, está quase na hora de importar, mas ainda falta descobrirmos o Timecode do vídeo, pois o grid da sessão deve estar alinhado a ele.

E o que é o Timecode? É uma informação de tempo contida no vídeo, que informa a posição absoluta durante o tempo.

Existem dois cenários: você pode recebe um vídeo comum, e neste caso, você deve perguntar ao editor em qual timecode o vídeo se inicia.

O segundo cenário, é quando recebe um vídeo com timecode já impresso na tela. Neste caso você tem toda a informação que precisa e fica mais fácil de conferir tudo. Tendo abertura, é sempre melhor pedir o timecode já impresso na tela.

Configurações iniciais e importação de vídeo

Ao criar sua sessão, tenha em mente que enquanto o mercado de música trabalha com sample rates de 44.1kHz e seus múltiplos, o mercado de vídeo trabalha com 48kHz, 96kHz e 192kHz. Isso precisa ser definido logo de início e não tem como mudar depois.

Com relação ao Bit Depth, você pode continuar trabalhando com 24 bits como em música, e mesmo se você configurou errado no início, é possível alterar o bit depth da sessão pelo menu Setup > Session.

Antes de importar o vídeo, também é bom já se adiantar e configurar o frame rate da sessão, pois como falado anteriormente, não há nenhuma função no Pro Tools de “auto-configuração” do frame rate.

Fazemos isso através do menu Setup > Session. Lá encontramos o campo de configuração de frame rate (fig. 1).

fig. 1 – session setup

Para importar, você pode usar menu File > Import > Video… e é muito importante evitar afobação na caixa de diálogo que vem em seguida (fig. 2).

Fig. 2 – Video import options

Se o editor já te informou timecode inicial, você pode acessar o campo “Location” e alterar da opção “Session Start” para “Spot” e já digitar o valor, assim, o vídeo já será posicionado no local correto. Agora, se não souber, simplesmente escolha a opção (session start) e mais para frente vamos ver como coloca-lo no local correto com o timecode impresso.

Ainda na mesma caixa de diálogo, temos a opção “import audio from file” que pode ser útil. Esta opção importa o áudio contido no vídeo, que muitas vezes contém uma versão “rascunho” de sonoplastia e mixagem que o próprio editor de vídeo fez. Isso é bom ter por perto como referência.

Antes de seguir em frente, é ESSENCIAL conferir se o frame rate que você configurou está de acordo. Isso é muito simples de verificar: na pista de vídeo, se a informação de frame rate estiver em escrita branco, está tudo certo. Se estiver em vermelho, significa que a configuração está incorreta.

Posicionando vídeos com Timecode impresso

Já vimos que a velocidade do vídeo é medida em frames por segundo. Então faz sentido configurar o Grid e o Nudge também para esta opção neste primeiro momento.

Fazemos isso diretamente pela barra de ferramentas (fig. 3).

Fig. 3 – Ajustes de Grid e Nudge

Agora vamos aprender a posicionar um vídeo com Timecode impresso. Para isso, basta parar o cursor de seleção em qualquer momento do clip de vídeo e anotar o timecode na tela (fig. 4).

Fig. 4 – Video com timecode impresso

Ainda com o cursor no mesmo local, vamos criar um sync point, que é uma marca verde (fig. 5) utilizada como ponto de referência em um clip.

FIg. 5 – Sync Point

Para criar um Sync Point, vamos acessar o menu Clip > Identify Sync Point (fig. 6).

Fig. 6 – Identify Sync Point

Agora já temos tudo que precisamos. Então vamos reposicionar o Clip de vídeo corretamente. Selecione o modo Spot (fig. 7), e clique com o Grabber no clip de vídeo.

Fig. 7 – Configuração do Spot Mode

Na janela que se abre, primeiro altere o Time Scale para Timecode, digite o valor de timecode no campo Sync Point e apertar o OK. Simples assim, seu vídeo será reposicionado.

Mais uma vez, não confie. CONFIRME. Para isso, posicione aleatoriamente o cursor de seleção em locais distintos do clip de vídeo, e veja se o valor de timecode do vídeo bate com o valor de timecode do Main Counter do Pro Tools (fig. 8).

Fig. 8 – Conferindo Timecode

Faça isso principalmente no final do vídeo, pois pequenas diferenças de sync acabam sendo mais perceptíveis conforme o vídeo se estende.

Com isso, terminamos todo o setup necessário e você estará pronto para iniciar sua produção sonora.

Vamos então ficando por aqui, mas seus estudos não… procure um curso especializado em Sonoplastia ou Sonorização para Rádio, TV e Cinema, e continue pesquisando sobre sonoplastia em geral, foley, bibliotecas de efeitos sonoros, edição de som direto, Lip Syncing, restauração de áudio, mixagem 5.1 e muito mais.

Estes são alguns dos muitos assuntos que fazem parte deste universo da produção de som para vídeo.

Abraços!

cris3x4 blog proclassCristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.

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Acelerando funções do dia-a-dia

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Dicas, truques e atalhos do Pro Tools

Eu lido diariamente com pessoas de diversas áreas, e que naturalmente utilizam softwares diferentes para cada tipo de trabalho.

Designers que Photoshop, Illustrator, Corel Draw por exemplo. Pessoal do administrativo que usa o pacote Office, videomakers que usam Premiere, Final Cut Pro, Avid, After Effects e DaVinci Resolve.

Mas de todos estes profissionais, não conheço nenhum mais sedento por atalhos e técnicas que ajudem a ganhar tempo como os editores de som, produtores musicais e engenheiros de som. Mesmo que sejam milésimos de segundos, qualquer click economizado é valioso.

Então vamos lá, para mais um artigo de Pro Tools, desta vez com foco em trabalhar com eficiência, e por consequência, mais rápido!

Criação de tracks

Estes dois métodos muito rápidos para criar tracks no Pro Tools. Primeiramente, usando atalhos de teclado. Para iniciar o processo e abrir a caixa de diálogo (fig. 1), usamos a combinação Command + Shift + N (mac) / CTRL + Shift + N (win).

Fig. 1 – Caixa de diálogo para crição de tracks

Agora falta configurar. Para escolher o número de tracks, basta digitar o número. Para escolher o formato multicanal de track, usamos a combinação Command + Setas para esquerda e direita no Mac, ou CTRL + Setas para esquerda e direita no Windows.

Para configurar o tipo de track, é parecido. Neste caso, usa-se a combinação Command + Setas para cima e para baixo no Mac, ou CTRL + Setas para cima e para baixo no Windows.

Caso queira criar mais de um tipo de track, normalmente clicamos no botão de soma (Fig.1A), mas também temos atalhos. Usa-se a combinação Command + Shift + Setas para cima e para baixo no Mac, ou CTRL + Shift + Setas para cima e para baixo no Windows.

Caso você esteja na segunda camada (Fig. 2) mas precise revisar uma das suas configurações anteriores, basta pressionar o botão TAB.

Fig. 2 – Caixa de diálogo para múltiplos tracks

Por último, temos a área de base de tempo (Fig. 1B), que sinceramente, a não ser que você saiba exatamente o que está fazendo, eu não recomendo alterar. Porém, só por uma questão de complemento de informação, o atalho para altera-la é Command + Option + Setas para cima e para baixo no Mac, ou CTRL + Alt + Setas para cima e para baixo no Windows.

Se quiser ver uma demonstração deste método, A ProClass tem uma videoaula gratuita disponível no YouTube. Segue o Link: http://bit.ly/2eSM9x7

Agora vamos ver outro método, que foi incorporado a partir do Pro Tools 12.

O sistema se baseia em um duplo click na área cinza onde não há track criados (fig. 3). Muito prático e as vezes rápido do que usar os atalhos acima mencionados dependendo da necessidade.

Fig. 3 – Area para criação de track com duplo click

Para escolher o tipo de track, usamos teclas modificadoras junto com o duplo click.

Anote ai: Command (mac)/CTRL (win) criar audio tracks, Option (mac)/Alt (win) para criar Instrument Tracks, Control (mac)/ Start Key (win) para criar Aux tracks, e por fim, Shift para criar Master Fader Tracks.

Criação de mandadas

Usamos o termo “mandada” sempre que queremos enviar o sinal de um canal para outro numa mesa de som, seja para processar por um efeito, montar subgrupos os stems.

Se pararmos para pensar, é um processo chato e longo. Vamos enumerar por exemplo a criação de um canal de efeito: 1-criar um auxiliar, 2- dar um nome ao canal, 3- atribuir um Bus na entrada do canal, 4- adicionar o efeito no insert, 5- rotear o send de um canal para o mesmo bus. Agora vamos simplificar:

Supondo que você quer criar um canal de efeito para a voz por exemplo, vamos começar clicando em um send do canal da voz, mas desta vez vamos escolher a opção “New Track…” (fig. 4).

Fig. 4 – Route to track via Send

Na caixa de diálogo que se abre, basta escolher o tipo e formato do track (com os mesmos atalhos vistos anteriormente) e dar o nome. Ao confirmar, seu canal auxiliar já está criado, com os roteamentos feitos e até renomeados. A única coisa que fica faltando é adicionar o efeito no insert.

A mesma coisa pode ser feita na hora de criar subgrupos, só com algumas pequenas alterações.

Selecione os canais que serão agrupados, e para atribuir todos para o mesmo subgrupo pressione Option + Shift (mac) / Alt + Shift (win) e clique no output do track. Você vai encontrar a mesma opção “New Track…” (fig. 5).

Fig. 5 – Route to track via Output

Limpeza de sessão

Durante uma sessão de gravação, é normal você fazer diversos takes. Sem uma limpeza constante, sua sessão vai ocupar muito espaço de disco, com diversos arquivos de áudio que não foram utilizados.

Para limpar sua sessão rapidamente, primeiro precisamos selecionar os arquivos que não estão em uso. No Pro Tools, o nome do comando é “select unused”. Depois, podemos apagar o que está selecionado com o comando “clear”.

Agora para a prática: Para executar a função “select unused” usamos o atalho Command + Shift + U (mac) / CTRL + Shift + U (win). A clip list vai como na figura 6, com alguns clips selecionados e outros não.

Fig. 6 – Clip List com arquivos não utilizados selecionados

Já para apagar com o comando “clear”, usamos o atalho Command + Shift + B (mac) / CTRL + Shift + B (win).

E com isso, vamos ficando por aqui. Não deixe de escrever enviando suas sugestões de temas.

Abraços e até a próxima!

cris3x4 blog proclassCristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.

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Premium Plug-ins para Pro Tools

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Conheça a série “Pro” da Avid

Faz algum tempo, saiu uma nova linha de plug-ins para Pro Tools, que inclui o Pro Compressor, Pro Limiter, Pro Expander, Pro Multiband Dynamics e Pro Subharmonic.

Este lançamento foi feito de forma sutil e sem muita propaganda, portanto acabou passando desapercebido por muita gente.

Neste artigo, vamos conhecê-los um pouco melhor e entender as diferenças entre a série “Pro” (paga à parte) e a suite de plug-ins já incluída no Pro Tools.

Pro Compressor vs. Dyn3 Compressor/Limiter

O Pro Compressor (fig. 1) talvez seja um dos principais plug-ins da série “Pro”.

Fig. 1 – Pro Compressor

Não espere nada com coloração ou que emule compressão analógica, pois não é essa a proposta. Ele foi feito para ser sua escolha na hora de buscar uma compressão “transparente”, que possa trazer mais estabilidade ao som sem distorções ou alterações timbrísticas aparentes.

Seu grande diferencial são seus modos de detecção. Diferente da maioria dos compressores, ele possui várias configurações de regulagem do detector (fig. 1A).

A opção SMART vem como padrão, para molda a detecção de acordo com o sinal, mas vale a pena explorar os outros modos.

A opção RMS que é boa para usar em mixagens fechadas, ou grupos de instrumentos por exemplo.

AVG (average), que significa “média” em inglês, e é bom em instrumentos que não tem ataque tão rápido, como vocais, sopros etc.

As opções PEAK e FAST são voltados aos instrumentos com ataque bem definido como uma bateria, percussão, guitarra funk ou um baixo com slap por exemplo.

À parte disso, outra pequena preciosidade incluída neste plug-in é o botão de “Solo Gain Reduction”, que fica ao lado dos modos de detecção (fig. 1B), que é uma ótima maneira de você entender mais sobre a atuação do seu compressor.

Mais abaixo, temos a seção de Sidechain, que também é um pouco mais completa do que no Dyn3 Compressor/Limiter, pois possui filtros peaking/notch, que permitem com muita facilidade usar o Pro Compressor para atenuar baseado em uma faixa de frequência específica. Por exemplo em vocais, você poderia ajustar para o Pro Compressor atenuar de acordo com as baixas frequências para amenizar momentos que em o cantor emite com muita ênfase palavras com “p” e “b”, que costumam gerar excessos.

Para finalizar, temos também o controle de “Mix”, que também não existe no Dyn3. Não é nada muito fantástico, mas é um facilitador sempre que estiver pensando em fazer compressão paralela.

Pro Limiter vs. Maxim

O Pro Limiter (fig. 2) entra na categoria dos “ultra-maximizers”, como o Maxim da Avid e L1, L2, e L3 da Waves.

Fig. 2 – Pro Limiter

Não há muito o que falar, a não ser a dura realidade… O Maxim, foi desenvolvido muitos anos atrás, e distorce o sinal relativamente rápido, por isso é raramente usado hoje em dia como plug-in de masterização/finalização em qualquer ambiente profissional.

O Pro Limiter veio então para preencher esta lacuna no Pro Tools, ou seja, oferecer um Ultra-Maximizer com desenvolvimento mais moderno, capaz de limitar muito mais o sinal sem o lado negativo das distorções aparentes.

Porém ele não para por ai, pois também possui os mesmos modos de detecção vistos no Pro Compressor.

Também está bem mais atualizado com relação as medições, pois nos dias de hoje, se fala muito mais em medição de Loudness em LUFS e True Peak do que a medição por picos.

Ele é capaz de analisar Loudness de acordo com os todos os padrões necessários (Fig. 2A), e ainda inclui um Audiosuite para analisar um trecho de áudio instantaneamente, sem precisar dar play no material de fato.

Para finalizar, temos o parâmetro “Character” (fig. 2B), que gera uma saturação ao sinal, porém diferente do Maxim, de forma controlada.

Pro Expander vs. Dyn3 Expander/Gate

O Expander é um processador pouco conhecido, mas muito valioso. Sua idéia básica é atenuar sinais que estão abaixo do Threshold e é muito usado diminuir ruídos quando um instrumento não está sendo tocado por exemplo.

Com relação ao Pro Expander, a primeira coisa a notar é que temos também a nossa disposição os modos de detecção vistos no Pro Compressor.

Porém, repare que temos uma última opção um pouco diferente, que é o “Duck” (fig. 3A).

Fig. 3 – Pro Expander

O termo “Duck”, vale esclarecer que neste caso, não é para ser traduzido como “Pato”. “Duck” ou “Ducking” neste caso, tem a ver com o conceito de “abaixar”.

A idéia é inserir o Pro Expander no canal com uma música de fundo, e atenuar a música sempre que uma voz (por exemplo uma narração) entrar em ação.

Este é um processo bem comum em trabalhos do mercado de rádio e TV, mas o conceito pode ser tranquilamente aplicado em música, abaixando a base de uma guitarra na hora do solo por exemplo.

Para configurar, basta seguir os passos no Pro Expander:

1) Insira o Pro Expander no canal a ser atenuado

2) Escolha a opção “Duck” nos modos de detecção (Fig. 3A)

3) Escolha um “Bus” como External Key Input (Fig. 3B)

4) Na área de Sidechain, procure a opção “Source” e altere para Ext-All (w/LFE) (Fig. 3C)

Agora, no canal da voz, configure um Send Pre Fader para o mesmo Bus e coloque o fader em 0dB (fig. 4).

Fig. 4 – Configuração Ducking

A princípio, a redução de ganho será muito drástica, mas você regular pelo parâmetro “Depth” do Pro Expander (Fig. 3D).

Pro SubHarmonic

Não há nenhum plug-in similar na suíte padrão do Pro Tools que possa ser comparado com o Pro SubHarmonic (Fig. 5).

Fig. 5 – Pro Subharmonic

Sabemos que um equalizador pode ser usado para acentuar baixas frequências existentes na fonte de sinal. Mas o que acontece se não houver nenhuma informação de baixa frequência na fonte de sinal? Ou se usuário estiver em busca de algo mais impactante e ênfatico que nem existe na fonte sonora?

É nesta hora que o Pro SubHarmonic entra em ação. O que ele faz é gerar artificialmente sinais de baixa frequência baseado na fonte sonora. Principalmente para o mercado audiovisual, onde terremotos, ventos, explosões precisam usar e abusar do SubWoofer, o Pro SubHarmonic é muito bem vindo.

No mercado musical, também não faltam situações em que ele pode ser útil. Um caso muito recorrente é de um bumbo que foi captado com muito “kick” e praticamente grave nenhum. Um equalizador talvez não resolva o problema como você quer.

Surdo de Samba e SubKick em Rap, mesmo que bem gravado, também podem ser beneficiados pelo Pro SubHarmonic.

Uma das coisas que chamam atenção positivamente são as possibilidades de regulagem.

Além de ser totalmente flexível com relação a sintonia e ganho de frequência e suas parciais, também permite colocar cada uma das frequências em “Solo”, que é ótimo para o usuário entender melhor que tipo de informação ele está manipulando. Também possui um controle de Drive que funciona muito bem, controles de passa alta e passa baixa e regulagem de Mix.

Pro Multiband Dynamics

Fig. 6 – Pro Multiband Dynamics

Este é mais um processador que não tem similar na suíte padrão do Pro Tools.

Possui 4 bandas distintas como a maioria dos compressores multibanda do mercado, porém tem uma funcionalidade muito interessante: permite direcionar cada uma das bandas para um BUS diferente.

Isso é muito bem vindo, pois o usuário pode ter as 4 bandas em canais auxiliares separados. Além de ficar muito mais confortável de regular ganho de cada faixa de frequência, o usuário ganha total flexibilidade para outros processamentos.

Por exemplo, você poderia colocar reverberação apenas nas áreas médias, ou re-equalizar apenas os agudos ou saturar/distorcer apenas os graves utilizando qualquer plug-in que venha a sua cabeça.

Conclusão

Acho uma pena estes plug-ins não serem incluídos na compra do Pro Tools, pois realmente foram uma grata surpresa.

A Avid não é muito conhecida por desenvolver os principais plug-ins do mercado, então logicamente, acaba havendo um pouco de preconceito do mercado. Mas para quem está disposto a investir em plug-ins, vale a pena deixar o preconceito de lado.

Percebe-se claramente que tem muitas opções baseadas em feedback dos usuários, e com certeza para quem usa Pro Tools, devem haver pacotes que façam valer a pena financeiramente o investimento, se comparado a compra de plug-ins de empresas terceirizadas.

Com isso, vamos ficando por aqui.

Abraços e até o próximo mês!

cris3x4 blog proclassCristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.

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