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Rodar vídeo 10 bits ou H.265 no DaVinci Resolve

Para quem está recebendo mensagem de mídia offline / media offlline ao tentar rodar um vídeo com alguma característica como H.265, ou em 10 bits, ou H.264 4:2:2 entre outros, primeiramente vamos ver a resposta rápida:

Para quem usa DaVinci Resolve (versão gratuita)

  • Windows: de forma geral, não roda mesmo. (solução: transcodificar a mídia. Está descrito no final do artigo)
  • Mac: de forma geral, roda.

Para quem usa DaVinci Resolve Studio (versão paga)

  • Windows: de forma geral, roda
  • Mac: de forma geral, roda.

Importante destacar que mesmo com a versão Studio, dependendo da característica do arquivo, pode continuar não rodando. Abaixo, vamos ver:

  1. como identificar as características do seu arquivo
  2. Tabela com testes feitos apenas no DaVinci Resolve Studio (versão paga)
  3. Solução para o problema.

Uso dos Codecs de acordo com suas finalidades

Importante primeiro esclarecer que H.264 / H.265 são codificações que pertencem ao grupo que chamamos de GOP (group of images)”. Os codecs Long-GOP foram pensados para manter o tamanho do arquivo de vídeo o menor possível, mas nunca foram destinados para edição.

Características que podem limitar a decodificação dos arquivos:

Fique de olho em:

Codec: é H.264 ou H.265?

Bit Depth: é 8-bit ou 10-bit?

Chroma Subsampling: é 444, 422 ou 420?

Como saber quais as características do meu vídeo?

Recomendo o aplicativo gratuito MediaInfo. Simplesmente arraste o arquivo de vídeo para a janela do aplicativo e procure as características desejadas:

 

Como saber o que roda e o que não roda?

Visto que não há uma documentação precisa da Blackmagic Design, os incríveis caras da PugetSystems fizeram seus próprios testes e compartilharam com o público os resultados na tabela a seguir.

Importante observar que esta imagem da tabela é meramente ilustrativa e pode estar desatualizada dependendo de quando você está lendo este artigo, O correto é visitar o artigo deles, que segue sendo atualizado, clicando aqui

 

 

Como rodar arquivos 10 bits ou H.265 no DaVinci Resolve?

A solução é transcodificar arquivos H.264/H.265 para um codec como DNxHR ou Apple ProRes.

Minha recomendação é o Shutter Encoder. É gratuito.

Aqui os passos, neste caso usando o DNxHR como exemplo:

  1. carregar seu arquivo de vídeo H.264/H.265
  2. Em “Choose Function”, escolha DNxHR.
  3. Ao lado de Choose Function, escolha a qualidade. Recomendo HQX.
  4. Clicar em Start Function.

 

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Por que o timecode começa em 01:00:00:00 ao invés de 00:00:00:00

Primeiro quero bagunçar um pouco mais sua cabeça… 😀

Se iniciar a sequência em 01:00:00:00 já é “estranho” para você, saiba que em muitos países da Europa é ainda mais “estranho”… O padrão é iniciar em 10:00:00:00!

Existem duas razões para isso:

1) Uma forma de organização com fitas (Tape): mesmo hoje em dia em que praticamente não se usa mais fita, ainda é uma prática comum colocar a parte da hora coincidindo com o número da fita pois acaba sendo mais intuitivo e fácil de se organizar. Exemplo:

  • Conteúdo do Tape#01 começando em 01:00:00:00.
  • Conteúdo Tape#02 ficaria em 02:00:00:00
  • Tape#03 em 03:00:00:00 e assim por diante.

2) Em Televisão, antes do início do programa é comum colocar elementos técnicos como beeps, informações sobre o programa, barras de cor e até espaços vazios. Estes, podem ter duração variada dependendo da emissora de TV.

Vamos supor que estes elementos vão ocupar 30 segundos. Fica mais organizado colocar todos estes elementos em 00:59:30:00, para que o início do programa aconteça precisamente em 01:00:00:00.

Imagine se a sequência/programa estivesse iniciando em 00:00:00:00. Estes elementos técnicos teriam que ficar em 23:59:30:00. E aqui temos dois problemas:

  • Fica mais bagunçado porque ao invés da unidade de hora subir de 23h para 24h (que seria o mais natural), na verdade o relógio zera para 00:00:00:00.
  • Muitos equipamentos não se davam bem com a passagem de 23hs para 00hs, pois muitos interpretavam como se estivesse retrocedendo no tempo.

Se você trabalha com internet ou outro tipo de entrega que não precisa deste timecode em 01:00:00:00, na maioria dos softwares de edição você pode alterar para 00:00:00:00 tranquilamente se preferir. Para alterar o Timecode de início, geralmente basta clicar com botão direito na sequência > Configurações de Timeline > e encontrar o opção de digitar o timecode de início.

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Migração sem traumas para Pro Tools

Migração sem traumas para Pro Tools

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Artigo publicado na Backstage. Para conhecer mais sobre a revista, clique aqui.

Para saber mais sobre treinamentos e certificações oficiais em Waves, Pro Tools, Sibelius ou outros treinamentos em áudio, clique aqui.

Primeiros passos para quem quer mudar para o Pro Tools

Além do Pro Tools, Cubase, Logic, Studio One e Reaper são apenas alguns dos muitos aplicativos de produção de áudio em que é possível produzir conteúdo de qualidade no seu estúdio próprio.

Porém, se você quer se oferecer como profissional para outros estúdios e produtores, é essencial saber o Pro Tools por ser o principal aplicativo que você vai encontrar para trabalhar.

Então independente da sua escolha pessoal, minha recomendação é instalar no seu computador o Pro Tools | First (versão gratuita do software) para no mínimo saber navegar nos principais setores e executar tarefas do dia-a-dia.

É exatamente nisto que pretendo ajudar neste artigo. Ele é dedicado para você que usa qualquer outro aplicativo mas quer aprender a se virar rapidamente no Pro Tools sem perder muito tempo.

Criar sessão ou projeto

No Pro Tools sua produção pode ser armazenada localmente no seu computador (Session), ou diretamente nos servidores da Avid (Project).

Ao iniciar, você será apresentado ao Dashboard (fig. 1), onde poderá escolher entre Session e Project (Fig. 1A).

Fig. 1 – Dashboard

As demais opções, Sample Rate e Bit Depth respeitam as mesmas premissas de outros softwares.

I/O Settings é referente a configuração de entradas e saídas da sua interface. Na dúvida, utilize a opção “Stereo Mix” para começar.

Na parte inferior, escolha o local para armazenar sua sessão. No seu computador uma sessão de Pro Tools é uma pasta, que contém diversas subpastas e um arquivo de sessão, de extensão .ptx (fig.2).

Fig. 2 – Sessão de Pro Tools no HD

Setup da interface de áudio

Antes de qualquer coisa, é importante confirmar se sua interface de áudio é reconhecida pelo Pro Tools.

Pelo menu Setup > Playback Engine (Fig. 3), veja se o nome da sua interface aparece ao lado da opção “Playback Engine” – na parte superior da caixa de diálogo.

Fig. 3 – Playback Engine

A opção H/W Buffer Size também é importante e funciona similar aos demais software: quanto menor o valor, menos latência o que é ótimo na hora de gravar, porém menos plug-ins poderão ser carregados que é péssimo na hora de mixar.
Por outro lado, quanto maior o valor, maior latência e quantidade de plug-ins poderão ser carregados.

Vale comentar a função “Video Engine”. Ela consome muita memória do computador, portanto, só deve ser ligada em projetos de vídeo.

Melhore sua visualização

Pelo menu View > Edit Window, podemos decidir o que manter visível na janela de edição.

Duas opções que considero importante são: I/O (para configurar entrada e saída das pistas) e Insert A-E (para colocar plug-ins)

Principais comandos na janela de edição

Junto com o Pro Tools ou Pro Tools | First, você pode baixar uma sessão de demonstração. Ela será útil agora, para aprender os principais comandos de navegação. Na tabela (fig. 4), separei alguns atalhos essenciais para todos que funcionam independente da versão ou configuração do Pro Tools.

Fig. 4 – Tabela Comandos Pro Tools

Ferramentas de edição

O Pro Tools tem basicamente três ferramentas de edição. Utiliza-se o Selector Tool (Fig. 5B) para selecionar áreas ou posicionar o cursor. Atenção, pois esta ferramenta não pode ser usada para mover clips. Para isso, você precisa do Grabber Tool (Fig. 5C).

Ou seja, seu dia-a-dia será: selecionar um trecho com selector, cortar com Cmd+E (mac) ou Ctrl+E (win), e por último, trocar para o Grabber Tool antes de tentar mover um clip. Este vai-e-vem entre a ferramenta Selector e Grabber é tão frequente que vale a pena também memorizar o atalho, que é o F7 e F8.

Para simplificar esta manobra, o Pro Tools sempre iniciar com o recurso “Smart Tool” acionado, onde as três principais ferramentas ficam acionadas ao mesmo tempo. Neste caso, Para usar o selector, basta usar o mouse na parte superior do clip, e para usar o grabber basta usar a parte inferior.

A terceira ferramenta não mencionada até agora é o Trim Tool (Fig.5A), que serve meramente para aparar o início ou final do Clip.

Fig. 5 – Ferramentas de edição

Gravação de áudio

Vale lembrar: antes de tudo, é importante minimizar a latência do seu sistema para gravar. Fica no menu File > Playback Engine, na função H/W Buffer Size.

Os passos para gravar são similares aos outros softwares. Crie um track pelo menu Track > New.

Configure a entrada do track de acordo com a entrada da sua interface de áudio (Fig. 6).

Fig. 6 – Configuração de Input da Pista

Agora pressione o botão de REC da pista, confirme a monitoração e por último, aperte no botão de RECORD na parte superior da tela (fig. 7).

Fig. 7 – Record

Se precisar criar um canal de click, é muito fácil. Pelo menu Track, selecione a opção “Create Click Track”.

Inserir efeitos

Plug-ins de efeitos são inseridos pela área de insert. Se a sua não estiver visível, acesse menu View > Edit Window e escolha a opção “Insert A-E”.

Basta clicar em qualquer um dos espaços vazios para escolher o plug-in.

Gravação de MIDI

O Pro Tools possui dois tipos de tracks que podem gravar MIDI. São eles, o MIDI TRACK e o INSTRUMENT TRACK.

Para o uso de instrumentos virtuais monotimbrais (que só executam um timbre), utiliza-se o Instrument Track – Stereo.

Pelo menu Track > New podemos criar este track, e em seguida basta selecionar o instrumento virtual desejado pelos inserts.

Para instrumentos virtuais multitimbrais (Kontakt por exemplo), cria-se um Instrument Track da mesma forma, porém para cada uma das performances, é bom criar MIDI tracks individuais, com a saída direcionada para o Kontakt.

Janela de Mixagem

Pelo menu Window, encontramos a função Mix. A Edit e Mix window são são importantes, que compartilham do mesmo atalho para alternar entre as duas: Cmd + = (mac) ou Ctrl + = (win).

Exportação

O conceito de pegar a mixagem final e gerar um arquivo único é chamado de “Bounce” No Pro Tools.

É feito pelo menu File > Bounce to > Disk…

Repare que é possível gerar ao mesmo tempo uma versão em WAV e também em MP3 (fig. 8). Em muitos casos é útil e evita o retrabalho.

Fig. 8 – Bounce to Disk

Por padrão, estes arquivos são armazenados na sub-pasta “Bounced Files”, dentro na pasta principal da sessão.

E com isso, vamos ficando por aqui. Tem mais alguma função que faz parte do seu dia-a-dia e que não foi coberta aqui? Escreva para cmoura@proclass.com.br e dê sua sugestão.

Abraços e até a próxima!

cris3x4 blog proclassCristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.

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