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Técnicas de seleção!

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Sim! Porque editar é fácil. Difícil é selecionar direito

Quando falamos que uma certa pessoa “edita muito rápido”, dá a impressão de que ela conhece bem os atalhos e digita rápido. Porém, como quase em tudo na vida, O que faz a diferença não é ser rápido. É saber o melhor caminho.

Para uma edição acontecer, primeiro, algo precisa ser selecionado. Parece simples, mas pare e pense: Quantas vezes vocês não demorou um tempão para fazer uma seleção com precisão em múltiplos tracks?

Ou quantas vezes você fez a seleção, mas clicou em algum lugar errado e perdeu o material selecionado?

Mais ainda, quantas vezes você concluiu uma edição, e quando foi ouvir, percebeu que ficou horrível porque o material não foi selecionado corretamente?

Então, o que quero dizer é que na realidade, ninguém precisa aprender a “editar” mais rápido, pois, editar é simplesmente a ação de deletar, mover, copiar ou colar um material.

O que temos que nos concentrar é em selecionar precisamente o material a ser editado, para não precisar refazer a edição depois.

Então vamos lá! Vamos neste artigo estudar diversas técnicas de seleção, com casos do nosso dia a dia.

Antes de tudo, não perca sua seleção!

Uma vez que a seleção foi feita, perder a seleção é o que de pior pode acontecer. Ter que começar de novo é improdutivo e frustrante. Então vamos ver as causas e como resolve-las.

1- se você esbarrou com o mouse e perdeu a seleção: neste caso, temos no menu Edit a função “Restore last selection“ (fig. 1). Funciona como um “Undo” das seleções.

fig. 1 – restore last selection

2- se você quiser ouvir algo na timeline: por padrão, se você tem uma seleção feita e precisa ouvir outro trecho do seu projeto, ao clicar em outro local, você vai perder a seleção, correto?

Para evitar que isso ocorra, desligue o botão link timeline and edit selection (fig. 2).

fig. 2 – Link timeline and edit selection

Com ele desativado, podemos tocar qualquer local da sessão clicando nas réguas cinzas (fig. 3), seja a de minutos e segundos, timecode ou bar|beats.

fig. 3 – Réguas para posicionamento do cursor de playback

Quando terminar de ouvir, não esqueça de ligar de novo a função link timeline and edit selection.

3- se quiser alterar uma seleção já feita: um erro comum, é clicar e arrastar nas setas azuis (fig. 4) para aumentar ou diminuir as seleções.

Fig. 4 – Setas de ajuste de seleção

Até que funciona, mas é extremamente fácil de clicar errado e perder a seleção.

Ao invés disso, se acostume a pressionar o Shift, pois assim, não há riscos da seleção se desfazer. Além disso, você poderá agora clicar em qualquer lugar sem riscos. Pode ser nas setas azuis, nas réguas de tempo ou diretamente nos clips.

Lidando com múltiplas pistas

Você sabe que é possível clicar e arrastar para baixo para estender sua seleção em múltiplas pistas. Se forem duas ou três pistas até que funciona bem, porém, é de longe é o mais limitado e impreciso método quando lidamos com 5, 10, 30 pistas.

Para simplificar e ganhar segurança, ativamos o botão “Link Track and edit selection” (fig. 5).

fig. 5 – Link track and edit selection

Com este botão pressionado, basta fazer a sua seleção horizonalmente em uma única pista. Uma vez pronta, para estender sua seleção para outras pistas, clique no nome das outras pistas utilizando os modificados Shift ou CTRL (win)/Command (mac), para acrescentar mais pistas, exatamente como você faria no Windows Explorer (win) ou Finder (mac) para selecionar diversos arquivos.

Dupla função da tecla TAB para seleções

Abaixo das ferramentas de edição, temos o botão “Tab To transients”(fig. 6), que configura o funcionamento da tecla TAB.

fig. 6 – TAB to transients

Se o “Tab To transients” estiver desligado, o usuário pode andar com o cursor de clip em clip utilizando a tecla TAB. Como nosso assunto aqui é “seleção”, pressione a tecla TAB com o Shift pressionado, para que conforme o cursor se desloca, clips vão sendo selecionados precisamente.

Já com a função “tab to transients” a tecla TAB se deslocada entre os picos sonoros, também chamados de transientes. É a função ideal editar elementos percussivos, bateria, loops etc. Não esqueça de acrescentar a tecla SHIFT, para garantir que o cursor faça a seleção conforme ele se movimenta pelos transientes.

Seleção durante o playback

Muitas vezes percebo que o usuário já sabe (de ouvido) o trecho que quer selecionar. O que todos nós fazemos intuitivamente é dar playback na sessão, ficar de olho na tela para ver mais ou menos onde está o trecho que queremos selecionar.

Uma vez identificado, paramos o playback e começamos a fazer a seleção normalmente. E qual é o problema disso?

São vários. Você muitas vezes se engana, e acaba selecionando mais do que precisa. Se isso acontecer, voltamos a estaca zero.

Também se você ficou com duvidas, o que você provavelmente vai fazer é dar play de novo na sessão para confirmar se selecionou a área correta. Ou seja, vai ter o que ouvir 2x o material.

Perda de tempo. Se você já sabe de ouvido o que você quer, melhor fazer logo a seleção de uma vez durante o Playback. Inicie o playback e onde você achar que deve ser o início da seleção, pressione a seta para baixo no seu teclado (sem interromper o playback). Você não vai perceber muita mudança, mas siga em frente.

A sessão vai continuar tocando, e quando chegar o momento em que você quiser definir como final da seleção, pressione a seta para cima.

Agora sim, a seleção já está feita e você pode interromper o playback.

Provavelmente ela não vai ficar 100% perfeita. Depende da precisão com que você pressionou as teclas. Mas tudo bem, você já sabe que pode corrigir sua seleção de forma segura utilizando mantendo a tecla Shift pressionada.

Ajustes finos na sua seleção

O Nudge é um recurso muito conhecido para mover clips com extrema precisão, simplesmente pressionando o sinal de soma ou de subtração no teclado numérico (fig. 7). Porém, também pode ser utilizado para aumentar ou diminuir seleções.

fig. 7 – Teclado numérico

Primeiro, configure o nível de incremento no campo adequado (fig. 8). Agora, para alterar o início da seleção, pressione os modificadores Shift+Alt ao utilizar os botões de soma/subtração.

fig. 8 – Configuração do Nudge

Para ajustar o final da seleção, faça o mesmo procedimento, porém utilizando os modificadores Shift+CTRL (win) ou Shift+Command(mac).

E com isso, vamos ficando por aqui. Lembre-se que cada caso merece um tratamento diferente. Não é questão de velocidade! É questão de conhecer as estratégias de seleção. Use este artigo para aumentar seu “arsenal” de opções e pratique!

Abraços, e até a próxima!

cris3x4 blog proclassCristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.

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Bug, defeito ou má utilização?

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Entenda algumas configurações que confundem iniciantes

Antes de ligar para o suporte ou formatar o seu computador, há algumas coisas que podem ser feitas para tentar solucionar um problema no Pro Tools.

Aliás, muitas vezes nem há um problema de fato… É comum o usuário ativar uma função sem querer com combinações de teclas ou cliques no mouse. E isto pode dar a impressão de que o Pro Tools não está respondendo corretamente.

Neste artigo, vamos apontar algumas das principais situações e configurações que confundem usuários quanto a operação do Pro Tools.

Comportamento do cursor de posição

Quando interrompemos o playback, pode acontecer do cursor ficar estacionado no local, ou também pode acontecer dele voltar a posição de origem, onde foi iniciado o playback.

O nome desta opção chama-se “insertion follows playback” e acessível pelo menu options ou pelo seu botão correspondente na barra de ferramentas (Fig. 1).

Fig. 1 – Insertion Follows Playback

Agora algo muito comum de acontecer, é de usuários terem a impressão de que esta configuração está mudando sozinha… É isto inicia toda uma especulação sobre a “procedência” do Pro Tools, “bugs”, e configuração inadequada.

Na verdade, na maioria das vezes isso acontece por acidente, pois o atalho para desta configuração é a letra “N”, que o usuário esbarra ao iniciar e interromper o playback com a barra de espaço.

A segunda situação que gera estranheza é do usuário posicionar o cursor em algum lugar para fazer o playback, e o Pro Tools começar a tocar a sessão de outro lugar diferente. E por que isso acontece?

É uma mistura de fatores; erro na operação do software e uma configuração.

Primeiramente, é importante entender que local mais “correto”, ou seja, “a prova de erros”, para clicar e posicionar o playback é na régua de tempo, e não nas réguas de andamento, compasso, markers ou nas pistas (fig. 2). Primeiro porque independe da ferramenta que você tem habilitado, e sem segundo porque nunca vai depender de configuração para funcionar corretamente.

fig. 2 – Régua de tempo

Isso é conceito geral, válido para qualquer outro software que envolva timeline, seja Pro Tools, Logic, Cubase ou mesmo softwares de vídeo como Avid Media Composer, Final Cut ou Premiere.

Aplicando apenas este conceito, o usuário dificilmente iria ter problemas do playback iniciando em um local diferente de onde foi o click.

Mas no Pro Tools, também é possível clicar nas pistas para posicionar o cursor, e a bem da verdade, a maioria das pessoas usar este recurso. Mas neste caso, o usuário precisa usar obrigatoriamente o selector tool e precisa conhecer a função “Link Timeline and Edit Selection (fig. 3).

fig. 3 – Link Timeline and Edit Selection

Se ela estiver desativada, o usuário tem que obrigatoriamente clicar nas réguas de tempo para posicionar o cursor para playback. Posicionar o cursor clicando nas pistas simplesmente não funciona.

Por último, o Pro Tools também tem um recurso chamado de “pre roll” que pode interferir no playback. Com ele acionado, faz com que o Pro Tools inicie um pouco antes de onde está o cursor. Ele é acionado e configurado através da janela transport localizada no menu window. (Fig. 4).

Fig. 4 – Pre Roll Habilitado

O misterioso sumiço da ferramenta de fade

Com o smart tool acionado, podemos fazer um fade in ou out ao posicionar o mouse no canto superior esquerdo, ou direito, respectivamente.

Porém, algumas vezes a ferramenta não aparece (Fig. 5). Por que?

Fig. 5 – Fade Tool que não aparece

Na verdade, o que acontece é que já existe um fade no clip mas que o usuário não está vendo. Isso acontece quando o fade é muito pequeno. Se você abrir bastante o zoom, vai conseguir reparar que ele está lá.

Neste caso, basta selecionar o clip e através do menu edit > fades > delete para retirar os fades já existentes. Este é um comando pouco conhecido, que inclusive pode ser útil para apagar fades de diversos clips de uma única vez.

Audiosuite que não aplica o resultado

Pelo menu Audiosuite, podemos aplicar um processamento de áudio em um ou mais clips específicos.

Porém, o usuário seleciona o clip, faz a regulagem do plug-in e ao pressionar o botão render, nada muda. Onde está o erro?

A parte superior da janela de AudioSuite é muito poderosa, porém subutilizada. Em particular, temos o botão “playlist” (fig. 6), que se tiver desabilitado, a versão processada vai para a clip list mas não substitui a versão original que está na timeline.

Fig. 6 – Função Playlist do AudioSuite

Loop Playback que não funciona

Podemos confirmar que o Loop Playback está acionado pelo menu Options ou pelo ícone na janela de transport. (fig. 7).

fig. 7 – Loop Playback Habilitado

Ainda assim, pode acontecer dele não funcionar.

Muitas vezes no processo de sound design, ou avaliando apenas o ataque inicial de uma peça de bateria, o usuário faz uma seleção muito curta, e é ai que mora o perigo.

O Loop Playback do Pro Tools é limitado a 0,5 segundos. Se sua seleção for menos que isso, nada feito!

Arquivos tocam no projeto, mas não estão na pasta Audio Files

A pasta Audio Files, dá a entender que concentra todos os arquivos de áudio da sessão, mas na prática não é bem assim.

Quando importamos um arquivo pelo menu file > Import > Audio, podemos percebemos que na verdade o Pro Tools pode se comportar de duas maneiras (fig. 8).

Fig. 8 – Opções de Importação

Ao clicar na função “Copy”, os arquivos serão de fato copiados para a pasta Audio Files (como esperado), mas a função “Add”, não.

Com a função Add, o Pro Tools continua lendo os arquivos a partir do seu local de origem, o que gera uma discrepância entre os arquivos contidos na sessão e os arquivos contidos na pasta Audio Files.

A pergunta é: o Pro Tools efetua a função Add ou a função Copy quando arrastamos um arquivo diretamente do finder (mac) / window explorer (win)?

Por padrão, O Pro Tools executa a função add sempre que possível. Ou seja, os arquivos NÃO SÃO COPIADOS para a pasta Audio Files.

Se o formato do arquivo não for nativo do Pro Tools (MP3 por exemplo), ou estiver em um Sample Rate diferente, ai o Pro Tools vai executar uma conversão, e ai sim, este arquivo vai para a Pasta Audio Files.

Também é possível mudar este comportamento através do menu Setup > Preferências. Na aba “processing”, encontramos a opção “copy all files during import”, que na prática significa que agora, a função padrão do Pro Tools vai ser efetuar a função Copy ao invés da função Add.

E com isso ficamos por aqui. Lembrou de mais alguma configuração que pregou uma peça em você algum dia na vida? Compartilhe conosco!

Abraços,

cris3x4 blog proclassCristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.

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Recursos para edição de bateria no Pro Tools

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Melhorando performance sem abrir mão da integridade sonora

Bateria acústica é um capítulo à parte em uma produção musical. De forma geral, tudo é mais complexo, desde as opções de captação, vazamentos, sonoridade na mixagem e em particular a edição. Múltiplos microfones geram múltiplas dificuldades, e neste artigo vamos ver quais opções temos em diversos cenários.

Limpando vazamentos

Para limpar vazamentos de peças que nem sempre são executadas como os tons, no menu Edit temos o recurso Strip Silence. Tem o conceito similar ao noise gate, ou seja, elimina partes do áudio caso estejam abaixo de um certo nível, definido no parâmetro Threshold.

O Strip Silence também possui parâmetros Clip Start Pad e Clip End Pad, que permitem uma “área de escape” para garantir que o pico inicial e a ressonância do tambor não seja perdida.

Caso tenha dificuldade de encontrar o valor ideal, não se preocupe. Acontece bastante. Simplesmente escolha a opção mais aproximada e pressione o botão Strip (fig. 1 e 2). Agora, apague o resto manualmente.

fig. 1 – antes do Strip Silence

fig. 2 – depois do Strip Silence

Este processo é feito pista a pista, então é necessário rever os valores para cada uma das pistas.

Preparando para lidar com múltiplas pistas

Sempre que for editar um instrumento gravado em múltiplas pistas, é importante conhecer o recurso de agrupar pistas. Para isso, basta selecionar as pistas corretas e em Track > Group dar um nome ao grupo e garantir que a opção “edit” esteja selecionada. (fig. 3).

Fig. 3 – Agrupando pistas de bateria

Repare que existe a opção “edit e mix” que pode parecer mais conveniente à princípio, mas sinceramente é só uma complicação a mais se ainda estamos na fase de edição. A opção edit é mais adequada, pois permite que os recursos do Mixer continuam funcionando de forma independente.

Corrigindo performance manualmente

Se a execução foi boa mas uma parte ou outra precisa ser corrigida, o ideal é ajustar caso a caso. Porém, a chave para fazer ajustes finos são dois recursos: tab to transients e nudge.

A função TAB To transients é o segundo botão abaixo das ferramentas de edição (fig. 4), e permite que o usuário ande com o cursor de transiente em transiente. É perfeito para fazer cortes e seleções precisas sem precisar ficar abrindo e fechando o zoom.

fig. 4- Tab To transients

Já a função Nudge não precisa ser habilitada. Ela sempre está ativa, faz com que o clip selecionado seja deslocado por um certo valor apenas pressionando os botões de soma ou subtração no teclado numérico. Se o clip selecionado estiver andando mais do que você gostaria, você pode regular este valor na direita da barra de ferramentas. Recomendo começar com 10ms. (fig. 5).

Fig. 5 – Configurações do Nudge

Correção com Beat Detective

Se não foi um bom dia para o baterista, e vamos precisar fatiar a música toda e colocar no tempo, vamos convocar um assistente. e o nome dele é Beat Detective e está localizado no menu Event.

O processo se divide em três etapas. Encontrar os picos sonoros e fatiar, depois deslocar para o tempo e por fim, preencher os espaços.

O Beat Detective é uma ferramenta que causa certa confusão, então vamos com calma. O alicerce para seu funcionamento é uma boa seleção.

Então recomendo nunca selecionar a música toda enquanto estiver pegando o jeito. Faça uma seleção de 4 ou 8 compassos no máximo e não deixe de usar o comando Tab to transients para garantir precisão.

Atenção: não é para selecionar usando o grid. É essencial que a seleção seja baseada no áudio, mesmo que esteja fora do grid (fig. 6).

fig. 6 – Seleção para Analise do Beat Detective

Na área central, preencha informando ao Beat Detective quais foram os compassos selecionados e a resolução da nota mais curta que foi executada. Por exemplo, do compasso 4 ao 8, com a nota mais curta sendo uma semicolcheia (1/16 note).

Mesmo que sua seleção esteja fora do grid, você deve informar como “deveria ser”

Agora do lado esquerdo, vamos executar as etapas. Primeiro selecione “clip separation” e do lado direito pressione o botão Analyze e mova lentamente o cursor de sensibilidade para a direita. Repare que os picos começam a ser detectados e triggers de cor roxa vão aparecendo (fig. 7). Assim que tiver concluído, pressione o botão separate.

fig. 7 – Análise do Beat Detective

Voltando ao lado esquerdo, pressione “clip conform”. Agora do lado direito, temos opções bem similares ao quantize. Recomendo acionar a opção Strength e colocar em algo como 80% como ponto de partida. Se deixar desligado, a execução vai ser toda cravada matematicamente no grid, ou seja, o beat detective se transforma em um groove-destroyer que nem sempre é o ideal.

Como a resolução já foi ajustada na parte central (selection), podemos neste primeiro exemplo simplesmente pressionar “conform”.

Pronto, neste momento, seus clips foram alinhados ao grid (fig. 8). Repare que alguns espaços em branco vão aparecer. É normal, e aqui entra a terceira e última etapa.

fig. 8 – Clips Alinhados após conform e espaços em branco

Do lado esquerdo, selecione a opção “edit smoothing”, e do lado direito escolha a opção Fill and Crossfade e depois em “Smooth”. O que acontece é um trim e um crossfade feito pelo Beat Detective, corte a corte e o trabalho está finalizado (fig. 9).

fig. 9 – Espaços corrigidos com a operação Edit Smoothing

Agora é só partir de novo para os próximos compassos. Tente ir de 16 em 16 compassos conforme for sentindo mais confiança, mas lembre-se que invarialmente, alguns trechos precisam ser ajustados individualmente, pois o audio conform depende do que está sendo executado.

Por que o Elastic Audio ficou de fora?

Aqui o subtítulo do artigo vem a calhar. O Elastic Audio é uma ferramenta incrível, e pode ser infinitamente mais prático aciona-lo e executar um comando de Quantize para obter o mesmo resultado… ou quase…

Este artigo tem um compromisso com a integridade sonora (e deve ser o compromisso de todos os profissionais de áudio), portanto, o Elastic Audio tem que estar de fora. É essencial termos consciência de que qualquer alteração no tempo do material (time strech) pode alterar a relação entre harmônicos e riqueza timbrística do material.

Atenção: não estamos falamos que piora o som, mas que ALTERA o som. Também não vamos nos prender se altera muito ou pouco, ou se é ou não perceptível, pois isso é totalmente relativo e caberiam boas discussões de caso a caso.

O fato é que a edição manual ou a edição com o Beat Detective não envolve nenhum processamento. É simplesmente um deslocamento do áudio para a esquerda ou direita, portanto, 100% fiel a sonoridade capturada.

Abraços e até a próxima!

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