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Novas maneiras de consolidar áudio no Pro Tools

Novas maneiras de consolidar áudio no Pro Tools

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Track Bounce, Commit e Freeze

Imagino que como vocês, eu também pedi, reclamei e questionei centenas de vezes sobre o fato do Pro Tools não ter uma maneira mais prática ou automática para consolidar seu material e liberar recursos.

Bem, aos poucos e com muito cuidado nas novas versões do Pro Tools foram incorporando estes recursos, e agora a situação é oposta: há um excesso de recursos (todos muito bem-vindos) que confundem até os usuários mais experientes.

Então neste artigo, vamos entender melhor as pequenas diferenças entre eles e quais as recomendações de uso para cada um.

Mas o que é “consolidar áudio” por que eu precisaria disso?

Consolidar áudio é o processo de “oficializar” todas suas modificações de edição (fades, cortes, clip gain) e efeitos inseridos em um novo e único áudio.

Fazemos isso essencialmente para liberar recursos da CPU, facilitar o manuseio das pistas ou muitas vezes, também é exigido na entrega quanto temos outros profissionais envolvidos (masterizador, editor de vídeo entre outros)

As três funções fazem a mesma coisa na sua essência, ou seja, unificar toda a informação não-destrutiva em um arquivo único de áudio. A diferença entre elas está na flexibilidade após a conclusão do processo.

Track Bounce

O Bounce to Disk você já conhece, o recurso normalmente usado para transformar toda sua mixagem em um arquivo único de áudio, usado para entregar a um cliente, gerar um MP3 ou queimar um CD de áudio em um software à parte.

Mas e se você quiser enviar apenas um track? O que normalmente fazemos é uma “gambiarra”, que é colocar o track escolhido em solo e fazer o Bounce to Disk.

É ai que entra o Track Bounce (fig. 1). Mais certeiro, flexível e com menos chances de erro, faz exatamente a mesma coisa que a “gambiarra” anterior. É acessível com botão direito do mouse no nome da pista (fig. 2) ou pelo menu Track (fig. 3)

Fig. 1 – Track Bounce

Fig. 2 – Freeze, Commit e Bounce com botão direito na pista

Fig. 3 – Funções acessíveis pelo Menu Track

O detalhe é que este processo não altera a pista selecionada. Ele apenas exporta uma versão dela consolidada. E esta é a principal diferença desta função para as demais.

Use Track Bounce quando sua idéia é manter sua sessão exatamente como está mas precisa enviar uma versão consolidada para alguém.

Mais que isso, use especialmente se você precisa entregar a versão consolidada em outro formato de arquivo, sample rate ou bit depth.

Track Freeze

Esta função serve essencialmente para aliviar sua CPU. Plug-ins e instrumentos virtuais podem ser extremamente pesados, portanto não faz sentido ficar com eles pendurados eternamente na sua sessão, uma vez que você já está 100% satisfeito com os resultados.

Por exemplo, você quer criar uma música usando uma bateria que é muito voraz na sua CPU. Você pode começar produzindo suas batidas e escolhendo os sons enquanto tem poucos elementos na sua sessão. Uma vez que você esteja 100% satisfeito, faça um Track Freeze para gerar uma versão consolidada deste áudio e libera a CPU do plug-in antes de partir para os próximos instrumentos.

O Track Freeze pode ser feito também pelos menus ou ao clicar no botão similar a um floco de neve (ou um asterisco, alguns diriam), ao lado do botão de alocação de vozes, onde normalmente está na opção “Dyn” (fig. 4).

Fig. 4 – Botão para acionar o Track Freeze

Detalhe importante: uma vez que o Track Freeze é feito, os clips de áudio e notas MIDI não são mais acessíveis (fig. 5A e 5B). Repare que agora há uma forma de onda misturada à visualização das notas MIDI e o plug-in inserado se encontra inativo. É exatamente por isso estou escrevendo pela terceira vez que é para usar apenas quando estiver “100% satisfeito”.

Fig. 5A – Antes do Track Freeze

Fig. 5B – Após o Track Freeze

Porém não se desespere se você mudar de idéia. É possível reverter o Track Freeze clicando novamente no mesmo botão. Ele essencialmente deleta o áudio consolidado e te dá todo acesso novamente ao material para realizar alterações. Só é meio chato e contra-produtivo.

Se você precisa liberar CPU, mas ainda precisa fazer alterações, chegou a hora de conhecer a terceira opção, Commit.

Commit

As vezes estamos em um estúdio com acesso a outros plug-ins e instrumentos virtuais que não teremos mais acesso ao levar o material de volta para o estúdio próprio, e portanto precisamos “oficializar” este áudio. Outra vezes, ainda estamos no meio do trabalho, mas o computador já não está dando mais conta de tocar a pista em questão.

Para isso, o que fazíamos até então é talvez a maior “gambiarra” de todas, que é fazer um roteamento interno via BUS e gravamos todo o áudio em uma nova pista. Além de confuso, é um processo lento, pois é necessário colocar a música para tocar em tempo real! Ou seja, uma música de 5 minutos vai demorar 5 minutos para fazer essa gravação.

O Commit entra neste cenário. Além de ter uma janela que oferece toda a flexibilidade com relação aos itens que você de fato quer oficializar (fig. 6), diferente do Track Freeze que processa todo o material na mesma pista e inviabiliza edições futuras, o Commit pega todo o conteúdo de uma pista (seja pista de áudio, Instrument ou mesmo um Aux Input) e grava numa pista de áudio nova, desta vez em um processo offline, bem mais rápido do que em tempo real.

Fig. 6 – Commit Tracks

Como o comando Track Bounce, também é acessível com botão direito no nome da pista.

Então vamos às recomendações: prefira o Commit quando você precisa liberar recursos da CPU ou plug-ins que não serão acessíveis no futuro, mas ainda planeja continuar trabalhando no material.

Neste caso, a pista de áudio nova continua totalmente funcional e 100% editável.

E onde entra a função consolidate?

A função Consolidate (fig. 7) existe desde a primeira versão do Pro Tools continua sendo útil.

Fig. 7 – Consolidate Clip

Ela também serve para “oficializar” edições do áudio como todas as demais. Então fica a pergunta de qual é a real diferença?

Você vai usar o Consolidate quando quiser oficializar APENAS edições no clips. De todas as funções, é a única que ignora os plug-ins inseridos nas pistas.

Ou seja, o Consolidate serve para oficializar fades, cortes, movimentações em clips e ajustes de ganho com Clip Gain.

E com isso, vamos ficando por aqui. Minha recomendação agora é que você repense todos os seus processos e descubra quais das funções são as mais adequadas para cada situação do seu dia-a-dia.

Abraços e até a próxima!

cris3x4 blog proclassCristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.

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Ao longo do curso você vai receber material prático para download, enviar a sessão de Pro Tools de volta para o instrutor, e receber feedback sobre o exercício enviado.

O Instrutor

Cristiano de Abreu

Formado em licenciatura em música pela UNIRIO, é instrutor de Pro Tools certificado oficialmente pela Avid e possui o nível mais elevado de certificação: Pro Tools Expert Post.

Atualmente é Editor de Som para TV e Cinema, e assina diversos longas metragens como A Falta Que Nos Move, Positivas, O Samba Que Mora em Mim, Sudoeste, Unicórnio; séries televisivas como Preamar (HBO), Hei De Torcer (ESPN), O Infiltrado (History Channel).

Certificações Oficiais: Pro Tools Expert Post, ACSR 400- Certificação Oficial de Suporte em Pro Tools, Pro Tools Operator Music, Pro Tools Certified Instructor, Avid Media Composer Professional.

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ProClass

A ProClass foi a primeira escola a trazer para o Brasil os cursos internacionais com Certificação Oficial emitida pela Avid. 

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Técnicas avançadas de MIDI – Parte I

Técnicas avançadas de MIDI – Parte I

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Métodos de gravação com instrumentos virtuais

Se por um lado o Pro Tools é referência quando o assunto é produção de áudio, por outro, ainda sofre de muito preconceito quando o assunto é MIDI.

Logic Pro e Cubase costumam ser vistos como uma melhor solução para produção MIDI, mas independente da opinião de cada um, a verdade é que o Pro Tools já evoluiu muito, e tem a maioria das funções dos concorrentes.

Neste artigo, vamos ver alguns destes recursos e técnicas avançadas de gravação e produção MIDI dentro do Pro Tools.

Gravando sem pressa

Uma situação corriqueira é do usuário precisar gravar um trecho que exija muita habilidade como um solo por exemplo. Para gravar de forma mais confortável, é possível diminuir o andamento da sessão temporariamente para fazer a gravação. Quando concluir, basta voltar ao andamento “oficial”.

Para isso, existem várias opções. Talvez a mais prática e que vai funcionar na maioria dos casos é pelo menu Window > Transport.

Caso não esteja vendo os controles MIDI (fig. 1), basta acessar o menu View > Transport > MIDI controls.

fig. 1 – MIDI Controls da Janela Transport

Por último, basta desligar o botão chamado “Conductor” (fig.1A) (caso ainda não esteja) e digitar o BPM que quiser gravar. Depois de terminar a gravação, é só voltar ao andamento original.

Porém, se o usuário precisar gravar algo extremamente rápido (como um arpegio numa harpa), em semi fusa por exemplo, que nem abaixando o BPM você se sente confortável, podemos utilizar o recurso Step Input, encontrado no menu Event > Event Operations > Step Input (fig. 2).

fig. 2 – Step Input

Desta vez, a bem da verdade, não há gravação envolvida. “Step” significa “passo” em inglês, e se refere a fazer um registro passo a passo. Ou seja, é um registro nota-a-nota que será feito com o Pro Tools em stop. Podemos fazer uma analogia com uma partitura, onde o músico vai escrevendo as notas conforme quiser. Não há andamento nem execução envolvida.

O funcionamento é bem simples. Primeiro, marque a opção “Enable” para habilitar a função. Em seguida, na opção “destination track”, escolha qual pista você quer registrar as notas. O próximo passo é escolher a duração das notas na opção “step incremation” e comece a pressionar as notas do arpegio em um controlador MIDI.

Isso te dá todo o tempo do mundo para pensar, passo a passo, qual a próxima nota a ser escrita.

Mais abaixo, repare que existem configurações relativas ao velocity. “Use Step input velocity” permite que o Pro Tools registre a força de cada nota pressionada pelo usuário. Isso vai garantir um resultado mais natural. Já a opção “Set velocity to”, deve ser usada quando o usuário prefere algo preciso, sem oscilações de dinâmica.

Acrescentando performance aos poucos

Por último, vamos conhecer um recurso que permite o usuário ir gravando sua performance em etapas/camadas, porém registrando no mesmo clip. Novamente, é algo que não seria possível em áudio, pois o usuário teria que obrigatoriamente gravar cada execução em uma nova pista.

Isto pode ser útil em diversos casos. Por exemplo, para montar uma levada de bateria, o usuário pode primeiro gravar o Hi-Hat e numa segunda passada, gravar o bumbo e caixa.

Outra situação: se o usuário tem um controlador MIDI de poucas oitavas, e quer gravar cordas em oitavas distantes, dificilmente será possível gravar a mão esquerda e a mão direita ao mesmo tempo. Então, ele pode primeiro gravar as partes mais graves e numa segunda passada, gravar as partes mais agudas.

Por padrão, o MIDI funciona exatamente como o áudio neste sentido. Ou seja, se existe um material gravado e aperta o REC de novo, o material gravado é substituído pelo novo.

Temos que mudar este comportamento. Para isso, vamos de novo acessar a janela de transport com a visualização de MIDI Controls habilitado. Por lá, você vai encontrar o botão da função “MIDI Merge” (fig. 3) que deve ser habilitada.

Fig. 3 – MIDI Merge

Pronto! Basta realizar uma nova gravação, que você vai reparar que as novas performances são acrescentadas ao que já existe.

Ajudando a performance acontecer

Pelo menu Event > Event operations temos a opção “input quantize”, que nada mais é do que corrigir erros de performance (relacionados à rítmica) logo após o usuário parar de gravar.

Para ativar esta função, basta habilitar a função “enable input quantize”. Fig 4.

fig. 4 – Input Quantize

Há de se ter um cuidado especial neste caso, pois por padrão, o Pro Tools vai cravar sua execução 100% no grid, o que pode deixar a performance “perfeita demais”. Vale a pena gastar um tempo nos controles adicionais.

O controle Exclude Within é extremamente útil neste caso, pois serve como uma “área de escape”, fazendo com o Pro Tools NÃO corrija nada que já esteja próximo do grid. Em outras palavras, se o músico já tocou perto o suficiente do grid, o Pro Tools “faz uma vista grossa” e deixa quieto. Recomendo começar trabalhar com valores de 10–20%.

Agora se o músico tocou muito mal, o quantize vai atuar. Mas isso não quer dizer que precisa ser uma atuação 100% radical e cravada no grid. Vale a pena deixar um certo nível de flexibilidade também nestes casos.

Para isso, usamos a opção “Strength”. Em 100%, o material é colocado no grid matematicamente. O que eu recomendo, é trabalhar com valores de 80–90%, que vão apenas aproximar a execução do grid, mas sem a obrigação de ficar perfeitamente alinhado.

No próximo mês, vamos mais longe falar sobre técnicas de edição MIDI, incluindo o MIDI Editor e mais funções do Event Operations.

Abraços e até a próxima!

cris3x4 blog proclassCristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.

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Trabalhos com Vídeo no Pro Tools

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Configurações e Funções

Cada dia, mais profissionais da área musical só tornam mais atuantes no mercado audiovisual. E não imagine que estamos falando apenas da produção de trilhas sonoras para TV e cinema.

Sonoplastas, artistas de foley, sound designers, editores de diálogo, dubladores são algumas outras atividades que músicos e produtores musicais estão se aventurando e se desenvolvendo rapidamente.

Mais que isso, hoje temos uma série de profissionais de áudio que trabalham em paralelo na área de vídeo, realizando trabalhos como assistente de edição, editor, finalizador, colorista, etc.

Neste artigo, vamos entender o que podemos esperar do Pro Tools para os trabalhos com vídeo, ver suas configurações e algumas funções que são especialmente importantes para qualquer produção de som que esteja atrelada à imagem.

Capacidades e limitações do Pro Tools

O Pro Tools convencional permite que o usuário tenha apenas um arquivo de vídeo na sessão. O sistema de reprodução de vídeos aceita vídeos em SD e HD, compactados com codificadores mais populares como o h.264 e codificadores mais profissionais como o Avid DNxHD.

Importante entender que o vídeo é reproduzido no Pro Tools convencional, mas não há nenhuma capacidade de edição.

Para estes casos, é preciso partir para o Pro Tools HD, solução de grande porte da Avid, onde o usuário ganha a possibilidade de colocar mais de um vídeo na sessão, e também mais de uma pista de vídeo na Edit Window. Ainda assim, há limites pois o Pro Tools não é um editor de vídeo. Por exemplo, apenas um vídeo pode estar tocando de cada vez.

O usuário também poderá realizar edições básicas nos vídeos. cortar trechos, deletar, copiar ou aparar.

Preparando a sessão para receber um vídeo

Do mesmo jeito que áudio pode ser gravado em 44.1, 48, 96kHz etc, o vídeo é gravado em quadros por segundo. Os termos em inglês “frame rate” ou “FPS” também são usados com frequência.

Se o Pro Tools não for configurado corretamente, o vídeo vai tocar na velocidade errada e toda sua produção de áudio vai ficar fora de sync na entrega. Veja na fig. 1A, que na pista de vídeo, temos o frame rate indicado em vermelho. Isto indica que o frame rate da sessão está incorreta. Na figura 1B, já vemos o setup corrigido.

fig. 1A – Pro Tools informando em vermelho o Frame rate incorreto

 

Fig. 1B – Frame Rate configurado corretamente

Bem, então vamos ver como fazer este setup. Precisamos saber qual o frame rate do vídeo e configurar o Pro Tools para não haver nenhuma disparidade na reprodução.

Para isso você pode abrir o vídeo em algum reprodutor como o QuickTime movie, e acessar as propriedades do vídeo. O atalho é Command(mac)/CTRL(win)+i. (Fig. 2.)

Fig. 2 – Descobrindo o frame rate do vídeo via Quicktime Player

No pro tools, vamos configurar com o mesmo valor, acessando o menu setup > session setup (fig. 3). No segundo campo, vemos a opção de frame rate.

Fig. 3 – Configurando Pro Tools Session Setup

Opções de visualização

Por padrão, o pro tools apresenta pequenos quadros no clip de vídeo (thumbnails) (Fig. 4A), para ajudar ao usuário a se localizar, mas isso consome um pouco da cpu e nem sempre é necessário. Então recomendo acessar o Track view selector e mudar para blocks. Fig. 4B.

Fig. 4A – Track View em Frames

 

Fig. 4B – Track View em Blocks

Para ver o vídeo, usamos o menu Window > Video. A janela que se abre tem tamanho ajustável, bastando apenas clicar no canto inferior esquerdo e arrastar para redimensiona-la. O ideal seria ter um segundo monitor sempre para este tipo de trabalho, mas sabendo que muita gente trabalha apenas em um laptop sem segunda tela, é essencial memorizar o atalho command(mac)/CTRL(win)+9 que abre e fecha esta janela. O com atenção do detalhe de que o “9” tem q ser pressionado no teclado numérico.

Confirmando o Timecode

Timecode Burn-in é o termo que usamos quando recebemos um vídeo com timecode impresso na imagem. Ele serve de referência, para garantirmos que o Timecode do Pro Tools coincide com o Timecode do editor de vídeo.

Basicamente, precisamos então fazer um processo manual, de alinhar o timecode do vídeo com o timecode do Pro Tools. Existem 1000 maneiras de fazer isso, mas ver uma maneira bem simples utilizando funções nem tão conhecidas, mas muito úteis: Nudge, Sync Point e Spot Mode.

Primeiro, ajuste o valor do Nudge para 1 Frame (fig. 5). Se você não vê esta opção, confirme que está usando “Timecode” como unidade de medida.

Fig. 5 – Configurando o Nudge para 1 Frame

O Nudge serve para o usuário andar com o cursor em valores pré-determinados (no nosso caso, 1 frame), utilizando as teclas de soma (+) e subtração (-) no teclado numérico.

Agora coloque o seu cursor no primeiro frame do vídeo e observe o valor do Timecode impresso no vídeo (fig. 6A).

Fig. 6 – Configuração de Timecode

Agora, vamos mudar para o modo “SPOT” (fig. 6B) e clicar no clip de vídeo com a ferramenta grabber (Fig. 6C). Na caixa de diálogo que aparece (fig. 6D), na coluna “Start Point”, basta inserir o timecode que você vê no vídeo e pressionar ok para confirmar.

Neste momento, você deve ver o vídeo com o timecode impresso 100% alinhado com o timecode da régua de tempo do Pro Tools (Fig. 7).

Fig. 7 – Timecode alinha com Pro Tools

Exportando seu projeto

Além do Bounce to Disk, que usamos para exportar a mixagem completa da sessão como um arquivo único, você pode ser solicitado a entregar de outras formas.

Pelo mesmo menu File > Bounce to…, temos a opção “To Quicktime…”, ou seja, é possível exportar o vídeo combinado com o áudio que você produziu de uma só vez, sem precisar passar pelo editor de vídeo.

Também é possível que o editor de vídeo queira ter acesso e alguma flexibilidade da mixagem, e peça para você exportar submixagens (Stems) de acordo com alguma lógica de grupo. Exemplos comuns são submixagens de diálogos, efeitos e música (trilha sonora).

Para estes casos, temos duas opções. A primeira é pressionar o solo em todas as pistas de diálogo por exemplo, e mandar fazer o Bounce to Disk. Depois basta repetir o processo com os canais de efeitos e mais uma vez com os canais de música. Ou seja, executar três vezes a função Bounce to Disk.

Outra opção, podemos fazer um endereçamento dividido por categoria e gravar em novas pistas de áudio. A vantagem é fazer três “bounces” de uma só vez.

Para isso, precisamos enviar os canais de diálogos para um mesmo bus via send. Mantenha o nível do send zerado e a opção “pré” desligado.

Faça mesma coisa com os canais de efeitos, e também com os canais de música.

Feito este endereçamento, podemos criar três novas pistas de áudio, e atribuir para cada uma delas, o bus criado anteriormente (fig. 8). Por fim, basta colocar para gravar o sinal.

Fig. 8 – Endereçamento para gravação de Stems

E com isso, vamos ficando por aqui.

Abraços e até a próxima!

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