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Pro Tools Elastic Audio

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Artigo publicado na Backstage. Para conhecer mais sobre a revista, clique aqui.

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Manipulação de tempo e afinação

Introduzida na versão 7.4, o recurso Elastic Audio foi um divisor de águas não só para o Pro Tools mas também para toda indústria fonográfica.

Resumidamente, ele permite que o usuário altere a duração do áudio sem mexer na sua afinação e foi a partir deste ponto que edições para criar execuções com precisão cirgurgica começaram a ser mais exigidas pelos produtores e músicos e se tornaram um padrão em muitos estilos musicais, especialmente a música pop e rock.

Baterias começaram a ser alinhadas no grid (independente do gosto do baterista), toda frase e convenção de banda com naipe de sopros começou a ser matematicamente recalculada, e vocalistas começaram a ganhar uma “forcinha” sempre que falta folego para cantar notas longas.

Não precisamos entrar no debate se isso foi bom ou ruim para a música. O ponto aqui é outro: reconhecer que é uma ferramenta absolutamente poderosa, e essencial de se ter domínio para trabalhar profissionalmente em qualquer mercado, seja de música ou vídeo.

Então vamos em frente, pois há muito que falar sobre o Elastic Audio.

Habilitando o Elastic Audio

A primeira coisa a fazer para usar o recurso é de fato ativa-lo. Isso é possível clicando na área abaixo botão de seleção de modos automação. (fig. 1).

Fig. 1 – Habilitando Elastic Audio

Existem várias opções, que na realidade são algoritmos responsáveis por tentar manter a integridade sonora. Eu vou ser bem enfático ao repetir a palavra “tentar”, porque é importante que você entenda que manipulação de velocidade e afinação prejudicam a qualidade sonora. Você pode até não notar ou pode perceber mas não achar comprometer o resultado, mas não pode ignorar o fato de que é um processo danoso à qualidade sonora.

Neste primeiro momento, vamos nos concentrar apenas nos três primeiros. Utilizamos o modo “Polyphonic” para tentar proteger a integridade sonora de áudios mais complexos e ricos em harmônicos. Pode ser um violão, um piano ou mesmo uma música completa.

A segunda opção chama-se “Rhythmic”, voltada a proteger áudio com ataques muito definidos. Não necessariamente precisa ser bateria ou percussão. A guitarra pode ser um instrumento polifônico, mas se estiver executando uma função rítmica como a guitarra funk, é mais interessante usar este segunda opção.

A terceira opção é o “Monophonic”, que novamente, não deve ser associada com “instrumento monofônico”. Ela foi projetada para evitar a descaracterização timbrística de uma voz humana.

Uma vez que a função Elastic Audio foi habilitada, o sistema analisa todas as ondas sonoras da pista em questão portanto, dependendo da velocidade do seu computador, pode ser que você veja as ondas sonoras em cinza temporariamente. Não costuma demorar mais que 1 segundo, mas se fizer em várias pistas simultaneamente, pode demorar mais.

aumentando ou diminuindo a duração de um clip

Uma das funções mais elementares é dividir um trecho de áudio com a função separate (CTRL + E no windows ou Command + E no Mac), para depois manipular a duração deste áudio.

Vamos então realizar isso juntos agora. Lembrando que é necessário primeiro habilitar o Elastic Audio na pista em questão, o próximo passo é acionar a ferramenta TCE Tool. Encontramos essa ferramenta clicando no Trim tool (fig. 2) com o botão direito.

fig. 2 – TCE Trim tool

Com ela em mãos, basta executar a função trim normalmente, clicando na borda do clip e arrastando para a direita para aumentar a duração ou para a esquerda para diminuir a duração (fig. 3A e 3B).

Fig. 3A – Antes

Fig. 3B – Depois

O processamento acontece em tempo real, então basta iniciar o playback e ouvir o resultado.

Alterando diversas partes de um único clip

No primeiro exemplo, fizemos uma alteração global, ou seja, todo o clip foi afetado da mesma forma. Agora chegou a hora de aprender a fazer múltiplas alterações internamente no clip. Isso se torna necessário quando dentro de um mesmo clip, há diversos momentos que precisam ser ajustado de forma individual. Você poderia fazer isso criando vários sub-clips usando o método anterior, mas é bem mais cansativo e demorado.

Para este segundo método, vamos mudar a visualização da pista para Warp View. Isso é feito através do Track View Selector (fig. 4).

Fig. 4 – Track View Selector

Neste modo, o usuário pode criar múltiplos pontos de ajustes chamados de warp markers (fig. 5). Eles são criados com um duplo clip utilizando o grabber tool, e movidos livremente para aumentar ou diminuir a duração de um certo trecho.

Fig. 5 – Warp Markers

Por fim, se mudar de idéia, você pode deletar um warp marker facilmente clicando com o botão Alt/Option pressionado.

Alterando a afinação com Elastic Pitch

Uma vez acionado, o usuário pode alterar também a afinação de qualquer clip de áudio. Para isso, acione a caixa de configuração do Elastic Audio disponível no menu Event > Elastic Audio Properties.

Com ela visível, basta selecionar o clip em questão e alterar a afinação com os controles Semi e/ou Cents (fig. 6A).

Fig. 6A – Elastic Pitch Habilitado

Vale uma observação: caso esteja utilizando a opção Monophonic este recurso estará desabilitado (Fig. 6B), pois lembre-se de que a idéia é justamente evitar qualquer alteração na qualidade timbrística da voz.

Fig. 6B – Elastic Pitch desabilitado

Processamento e mais algoritmos

Voltando as opções iniciais do Elastic Audio (Fig. 1), vamos ver agora mais alguns detalhes.

Como mencionando anteriormente, uma das facilidades no uso do Elastic Audio é que ele funciona em tempo real. Se por um lado é prático por poder ouvir o resultado imediatamente, por outro, pode pesar demasiamente no seu computador.

Para isso, o Pro Tools tem um plano B. Ao terminar suas edições, você pode mudar o processamento de “real-time” para “rendered”, que serve aliviar a CPU nas pistas que você já está satisfeito.

Também vale mencionar outros dois algoritmos que possuem características únicas. Um é o “Varispeed”, que diferente de todos os demais, afeta a afinação conforme o usuário muda a velocidade. É usado para fins muito mais artísticos e específicos, quando se quer simular o que aconteceria ao diminuir a velocidade de um gravador de rolo ou toca-discos de vinil.

Por último, vale a pena conhecer o “X-Form” que tem compromisso de oferecer a melhor qualidade possível. Seu processamento é extremamente intenso na CPU e por isso só pode ser usado no modo “rendered”.

E vamos ficando por aqui. Este é o último artigo do ano, então aproveito para desejar um feliz natal e próspero ano novo, com muita saúde e paz para todos os leitores da Backstage.

Abraços!

cris3x4 blog proclassCristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.

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Organização para mixagem – Parte 1

Organização para mixagem – Parte 1

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Quanto menos perdido na sessão, mais tempo para mixar.

Este artigo é uma sugestão do leitor Vitor Machado. Quer sugerir um tema? Basta enviar um e-mail para cmoura@proclass.com.br com sua sugestão.

Existem inúmeras táticas para manter sua sessão sob controle e conseguir navegar por ela com facilidade.

Além de economizar tempo, é algo que deixa o ambiente mais profissional. Se você está sendo observado por um cliente, produtor ou um empregador, estes são procedimentos que contam muito a favor.

Mais que isso, lembre-se de que tempo é dinheiro. Quanto menos tempo você gasta procurando o track, plug-in ou preset em que se quer trabalhar, mais tempo sobra para você cuidar do que realmente importa, que é a qualidade sonora da sua produção

Organização visual

Há um limite de caracteres ao dar nome nas pistas do Pro Tools. Pior que isso, em muitas superficies de controle (fig. 1), o limite ainda é menor. Ou seja, isso cria uma discrepância que atrapalha sua organização pois você pode ter um nome completo aparecendo na tela, mas reduzido numa superfície de controle.

Fig. 1 – Superficie de Controle C|24

Ainda que você não tenha uma superfície de controle, é bom se acostumar desde já, pois certamente você almeja um dia trabalhar em um estúdio de médio/grande porte, ou mesmo ser dono de um.

Se você não estiver acostumado, vai ter que repensar seus processos… e o que eu vejo na prática, é que ninguém tem tempo ou paciência para isso, e o resultado é uma superfície de controle quase inútil, que ninguém usa.

Então, recomendamos criar e se acostumar siglas. Evite “Guitarra”, prefira simplesmente “gt”.

Outra sugestão é colocar no início do nome um caracter como um hífen ou asterisco no início do nome para ajudar a identificação.

Um dos meus grandes mestres, usava uma barra invertida (/) no início dos auxiliares de efeito e um asterisco (*) nos subgrupos e me acostumei a fazer o mesmo por força do hábito. Esta simples organização fez toda a diferença para não me perder numa superfície de controle, principalmente quando bate o cansaço depois de horas de trabalho (fig. 2).

Fig. 2 – Nomes com caracteres

Cores também são essenciais, inclusive as novas superfícies de controle identificam essas cores (fig. 3).

Fig. 3 – Organização_por_cores

A partir do Pro Tools 8, e a Avid permitiu ao usuário a colorir tracks, clips, markers e Clips na Clip list.

Este processo é feito através do menu Window > Color Palette (fig. 4). Com a janela ativa, basta selecionar a pista (clicando no nome da mesma) ou apenas em um clip e selecionar a cor desejada. Vale ressaltar que as superfícies de controle mais modernas já vem preparadas para identificar e reproduzir com um Led acima do canal, o código de cores correspondente. (fig. 5)

Fig. 4 – Color Palette

Fig. 5 – Avid S3 identificando e representando as cores dos canais

Ordenação lógica

Acima falamos de duas maneiras de ajudar na identificação das pistas. Mas temos também que colocar as pistas numa ordem que faça sentido.

Normalmente, acabam ficando organizando na ordem da gravação, ou seja, os instrumentos que foram gravados primeiro ficam em cima e os gravados por último, vão ficando no final.

Não se prenda a isso. Gravação é gravação, mixagem é mixagem. Eu costumo a reorganizar tudo, levando em consideração algumas premissas.

A ordem que eu vou mixar é uma delas. E nem se limite a achar que toda música precisa ser mixada na mesma ordem. É essencial conhecer bem a música primeiro (caso você não tenha participado da produção), e estabelecer quais são os principais instrumentos. Uma mesma banda pode ter uma música em que o instrumento principal, que “leva” a música, seja o teclado, e uma outra música, que o instrumento principal seja a guitarra.

Outra premissa é a quantidade de atenção que o instrumento necessita e quantas vezes eu vou precisar acessa-lo durante a mixar para fazer ajustes.

Voz é um exemplo. Se eu preciso ficar indo e voltando no canal da voz durante a mix, eu a coloco logo no início da sessão. É sempre mais fácil rolar a tela direto para o início do que ficar procurando no meio de outras pistas (Fig 3A).

Novamente, lembre-se da superfície de controle. Navegar direto para o início é fácil, mas ter que ficar passando de banco em banco e procurando a pista é dureza.

Pensando no lado inverso, auxiliares de efeito são acessados pouquíssimas vezes durante a mix. Então todos eles ficam organizados no final da minha sessão (fig. 3B).

Organização de plug-ins

Aos poucos, sua maneira de trabalhar vai se tomando forma, e um padrão começa a se repetir.

Então é hora de começar a criar e organizar plug-ins. Normalmente eles vem organizados por categoria, que já é muito bom, mas pelo menu Setup > Preferences podemos melhorar. Na aba “Display”, é possível organizar seus plug-ins por categoria e por empresa (fig. 6). Isso facilita bastante, pois para muita gente, é muito mais lógico procurar um “plug-in de compressão da Waves” na categoria “Waves” do que na categoria “Dynamics”.

Fig. 6 – Organização de plug-ins por empresa e categoria

O Pro Tools também permite que você adote um equalizador e um compressor padrão, que fica destacado da lista. Esta configuração também fica no Menu Setup > Preferences, mas na Aba Mixing (fig. 7).

Fig. 7 – Defindindo Eq e Comp padrão

Uma última dica valiosa: você pode na verdade destacar (ou “favoritar”, como muitos chamam informalmente) da lista qualquer plug-in. Basta ir na lista de plug-ins e clicar no seu plug-in de preferência com o botão Command (mac)/CTRL (win) pressionado e pronto. Na figura 8, veja que foi colocado o plug-in “Space” destacado.

Fig. 8 – Plug-in Space como favorito

Esta dica vale tanto para os plug-ins acessados pelos inserts quanto pelos plug-ins acessados pelo menu AudioSuite.

Organizando seus presets

Acredite, a organização de presets é um assunto mais longo que se imagina, e vale a pena um artigo exclusivo só para tratar deste assunto. É o que vamos falar no próximo artigo.

Mas desde já, quero que estejam cientes de como se cria um preset e como eles podem ser gerenciados.

Para salvar um preset é simples. Basta clicar no campo “factory default” e depois escolher a opção Save Settings (fig. 9).

Fig. 9 – Manipulação de presets

Agora, caso você esteja partindo de um preset já existente, precisa usar a opção Save Settings as, para não apagar o preset que já existe.

Repare que no mesmo menu, temos a opção de deletar um preset, mas tem um inconveniente de ter que deletar um a um. Por isso, vamos mais longe, e aprender a organiza-los por dentro do sistema operacional.

Você encontra sua biblioteca de presets no Home Folder do usuário (command + Shift + H)/Documents/Pro Tools/Plug-in Settings. Já no Windows, fica em C:/Meus Documentos/Pro Tools/Plug-in Settings.

Por lá, é possível não apenas deletar, como também criar subpastas para facilitar. Criar sub-pastas para instrumentos ou estilos musicais é muito útil por exemplo.

Eu uso este mecanismo para deletar todos os presets de fábrica, pois na maioria das vezes, não me interessam. Isso ajuda a limpar minha lista.

Se você não quiser ser tão radical quanto eu, pelo menos crie uma sub-pasta com o nome de “presets de fabrica” ou similar e arraste todos os presets para lá.

E com isso, vamos ficando por aqui, mas não se esqueça que mês que vem vamos continuar este assunto.

Abraços e até a próxima!

cris3x4 blog proclassCristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.

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Preparando um projeto audiovisual

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Fundamentos para trabalhos com video

Na área da música, o Pro Tools é uma das ferramentas mais adotadas pelos estúdios e produtores, mas, também divide uma fatia do mercado com outros softwares de produção musical como o Logic Pro, Cubase, Ableton Live entre outros.

Já no mercado de produção sonora para vídeo, o Pro Tools reina soberano.

Seja na área de sonoplastia, dublagem, edição de som direto ou mixagem para TV e cinema, as opções de interação e compatibilidade com editores de vídeo, possibilidade expansão, processamento externo e integração de sistemas transformaram o Pro Tools em uma opção quase que única em grandes produções.

Com o mercado da música é muito instável, produtores musicais e engenheiros de som estão cada vez mais se aventurando na produção de som para vídeo, porém, é outro terreno, com outros termos, elementos e necessidades.

Se você é uma destas pessoas, que se interessa em buscar espaço neste nicho, este artigo é um bom começo para entender um pouco mais deste universo.

Características de um vídeo

Você que já trabalha/estuda com áudio, deve conhecer termos como taxa de amostragem (sample rate) e quantização (bit depth).

Vídeo também tem suas características e você vai precisar saber em diversos momentos. A primeira característica é a velocidade em quadros por segundo (frame rate, ou simplesmente FPS). Representa quantas amostras de imagem são capturadas ou reproduzidas por segundo.

É comum vermos velocidades de 23.976, 24, 25, 29.97, 30, 59.94 entre outros.

Esta é uma informação vital, pois a configuração errada resulta em áudio fora de sincronismo com vídeo.

Não existe nada no Pro Tools que detecte e ajuste automaticamente sua sessão. É seu dever descobrir o frame rate e configurar a sessão manualmente (veremos isso mais a frente).

Segunda característica: formato do vídeo. Estamos falando das dimensões do vídeo. SD, HD, Full HD, Ultra HD e 4K são alguns nomes que usamos, e todos estão relacionados ao tamanho do vídeo em pixels. Por exemplo, o formato mais usado atualmente é o Full HD, que tem dimensões de 1920 X 1080 pixels.

A terceira característica é a compressão (ou codificação). Diferente do áudio, onde ninguém pensaria em produzir algo profissional com material comprimido em MP3 ou AAC, o vídeo é quase sempre comprimido com algum CODEC Lossy. Eis alguns comuns no mercado profissional: Avid DNxHD e DNxHR, H.264, XDCAM e Apple ProRes.

A quarta característica é o tipo de arquivo. Alguns exemplos bem conhecidos: .MOV, .AVI, .MP4 .MXF.

Por favor, não confundam o tipo de arquivo com a codificação. Um arquivo .MXF pode ser codificado como XDCAM, mas também pode ser codificado como Avid DNxHD por exemplo.

Você precisa saber sobre formato de vídeo, compressão e tipo de arquivo para explicar ao editor de vídeo como precisa receber seu vídeo. A compatibilidade destas características com o Pro Tools são variáveis de acordo com a versão. Portanto, consulte o site da Avid para saber mais sobre a compatibilidade da sua versão para trabalhos com vídeo.

Informação de Timecode

Supondo que você já recebeu o vídeo, está quase na hora de importar, mas ainda falta descobrirmos o Timecode do vídeo, pois o grid da sessão deve estar alinhado a ele.

E o que é o Timecode? É uma informação de tempo contida no vídeo, que informa a posição absoluta durante o tempo.

Existem dois cenários: você pode recebe um vídeo comum, e neste caso, você deve perguntar ao editor em qual timecode o vídeo se inicia.

O segundo cenário, é quando recebe um vídeo com timecode já impresso na tela. Neste caso você tem toda a informação que precisa e fica mais fácil de conferir tudo. Tendo abertura, é sempre melhor pedir o timecode já impresso na tela.

Configurações iniciais e importação de vídeo

Ao criar sua sessão, tenha em mente que enquanto o mercado de música trabalha com sample rates de 44.1kHz e seus múltiplos, o mercado de vídeo trabalha com 48kHz, 96kHz e 192kHz. Isso precisa ser definido logo de início e não tem como mudar depois.

Com relação ao Bit Depth, você pode continuar trabalhando com 24 bits como em música, e mesmo se você configurou errado no início, é possível alterar o bit depth da sessão pelo menu Setup > Session.

Antes de importar o vídeo, também é bom já se adiantar e configurar o frame rate da sessão, pois como falado anteriormente, não há nenhuma função no Pro Tools de “auto-configuração” do frame rate.

Fazemos isso através do menu Setup > Session. Lá encontramos o campo de configuração de frame rate (fig. 1).

fig. 1 – session setup

Para importar, você pode usar menu File > Import > Video… e é muito importante evitar afobação na caixa de diálogo que vem em seguida (fig. 2).

Fig. 2 – Video import options

Se o editor já te informou timecode inicial, você pode acessar o campo “Location” e alterar da opção “Session Start” para “Spot” e já digitar o valor, assim, o vídeo já será posicionado no local correto. Agora, se não souber, simplesmente escolha a opção (session start) e mais para frente vamos ver como coloca-lo no local correto com o timecode impresso.

Ainda na mesma caixa de diálogo, temos a opção “import audio from file” que pode ser útil. Esta opção importa o áudio contido no vídeo, que muitas vezes contém uma versão “rascunho” de sonoplastia e mixagem que o próprio editor de vídeo fez. Isso é bom ter por perto como referência.

Antes de seguir em frente, é ESSENCIAL conferir se o frame rate que você configurou está de acordo. Isso é muito simples de verificar: na pista de vídeo, se a informação de frame rate estiver em escrita branco, está tudo certo. Se estiver em vermelho, significa que a configuração está incorreta.

Posicionando vídeos com Timecode impresso

Já vimos que a velocidade do vídeo é medida em frames por segundo. Então faz sentido configurar o Grid e o Nudge também para esta opção neste primeiro momento.

Fazemos isso diretamente pela barra de ferramentas (fig. 3).

Fig. 3 – Ajustes de Grid e Nudge

Agora vamos aprender a posicionar um vídeo com Timecode impresso. Para isso, basta parar o cursor de seleção em qualquer momento do clip de vídeo e anotar o timecode na tela (fig. 4).

Fig. 4 – Video com timecode impresso

Ainda com o cursor no mesmo local, vamos criar um sync point, que é uma marca verde (fig. 5) utilizada como ponto de referência em um clip.

FIg. 5 – Sync Point

Para criar um Sync Point, vamos acessar o menu Clip > Identify Sync Point (fig. 6).

Fig. 6 – Identify Sync Point

Agora já temos tudo que precisamos. Então vamos reposicionar o Clip de vídeo corretamente. Selecione o modo Spot (fig. 7), e clique com o Grabber no clip de vídeo.

Fig. 7 – Configuração do Spot Mode

Na janela que se abre, primeiro altere o Time Scale para Timecode, digite o valor de timecode no campo Sync Point e apertar o OK. Simples assim, seu vídeo será reposicionado.

Mais uma vez, não confie. CONFIRME. Para isso, posicione aleatoriamente o cursor de seleção em locais distintos do clip de vídeo, e veja se o valor de timecode do vídeo bate com o valor de timecode do Main Counter do Pro Tools (fig. 8).

Fig. 8 – Conferindo Timecode

Faça isso principalmente no final do vídeo, pois pequenas diferenças de sync acabam sendo mais perceptíveis conforme o vídeo se estende.

Com isso, terminamos todo o setup necessário e você estará pronto para iniciar sua produção sonora.

Vamos então ficando por aqui, mas seus estudos não… procure um curso especializado em Sonoplastia ou Sonorização para Rádio, TV e Cinema, e continue pesquisando sobre sonoplastia em geral, foley, bibliotecas de efeitos sonoros, edição de som direto, Lip Syncing, restauração de áudio, mixagem 5.1 e muito mais.

Estes são alguns dos muitos assuntos que fazem parte deste universo da produção de som para vídeo.

Abraços!

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