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Fundamentos da edição

Fundamentos da edição

Artigo publicado na Revista Luz e Cena

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Criando sua primeira montagem

No artigo anterior, aprendemos como criar um projeto e organizá-lo em bins e folders. Agora vamos seguir em frente e conhecer os fundamentos de edição no Avid Media Composer antes de sequer começar a editar. Mais a frente, faremos todo o procedimento em etapas bem definidas.

Conceito essencial – edição em três pontos

O processo de edição em qualquer ferramenta se baseia no conceito de edição de três pontos, que se resume ao preceito de que toda edição necessita de dois pontos para indicar a duração do material a ser editado e um ponto para indicar a posição.

Repare que não é mencionado onde estes pontos devem que ser feitos. Isto porque a beleza deste processo é justamente ter esta flexibilidade. Mantenha isso em mente, e vamos seguir em frente e ver mais detalhes na prática.

Para fazer marcas dos trechos que quer utilizar, usamos a letra “i” (de IN) para a entrada e “o” (de OUT) para a saída. Caso não faça as marcas, o Avid Media Composer vai levar o cursor de posição (azul) como sendo a entrada e o final do clip como saída.

Conceito do código de cores nas funções de edição

Temos diversas funções de edição mas todas se resumem em duas cores. Botões vermelhos ou amarelos (fig. 1).

fig. 1 – botões de edição

Em funções com a cor vermelha, material pode ser editado, retirado ou aparado sem alterar a posição dos clips vizinhos.

Já nas funções de cor amarela, os clips vizinhos se deslocam para se adequar à edição que está sendo feita.

É importante então ter em mente que ferramentas amarelas podem fazer seu material já editado sair de posição e perder sincronismo.

Organização das sequências

Quando não se tem uma sequência carregada na timeline e o usuário tenta executar uma edição, automaticamente uma nova sequência é criada. Muito conveniente para os iniciantes, mas fica a pergunta… Com que nome? Onde ela está armazenada? Como vou encontrá-la mais tarde?

Então é preferível criar um bin exclusivo para sequências, e dentro dele, com o botão direito, acessar a opção “new sequence”. Além de criar a sequência no local correto, o usuário pode dar um nome de uma vez e assim manter tudo sobre controle.

Vai editar? Primeiro Avise o Avid em que pista

Um dos principais conceitos do Avid Media Composer é de executar funções apenas nas pistas que o usuário define. Diferente da maioria dos software, o Media Composer não tenta “decifrar” o que o usuário quer e muito menos toma alguma atitude que não tenha sido programada pelo usuário.

Por exemplo, o usuário pode ter um vídeo que contém duas pistas de áudio carregado no Source Monitor, mas não necessariamente isso quer dizer que ele pretende editar o áudio e o vídeo. O usuário deve então primeiro pensar: “o que eu quero editar? Somente o áudio, somente o vídeo ou tudo?”

A segunda pergunta a se fazer, é com relação ao timeline. Supondo que você tenha uma sequência com 4 pistas de vídeo. Também não espere que o Avid decida por você em que pista o material será editado. É o usuário que deve ativar a pista que ele onde ele prefere que o material seja editado.

Muito bem, entendido este conceito, vamos ver como funciona na prática.

Do lado esquerdo do timeline. temos os botões de ativação das pistas (fig. 2). O V1, A1 e A2 da primeira coluna, representa a mídia carregada no source. O V1, V2, V3, A1, A2, A3, A4 na segunda coluna, são pistas disponíveis na sua timeline. Basta clicar para ativar as pistas a serem levadas em consideração na edição.

fig. 2 – botões de ativação de pistas

Na figura 2, estamos com a configuração de forma a editar apenas o vídeo (V1) que está no source monitor, e editá-lo na pista V3.

Com estes conceitos esclarecidos, podemos partir para alguns exemplos de edição.

Exemplo 1 – inserindo uma cobertura em uma entrevista

Neste primeiro exemplo, temos uma cobertura na entrevista na timeline e vamos inserir um vídeo que ilustra o que o entrevistado está falando. Resumidamente, podemos dividir a edição em três principais passos. 1-fazer as marcas, 2-acionar as pistas, 3-executar a edição.

Para o passo 1: vamos aplicar o conceito da edição de 3 pontos: carregar o vídeo no source e marcar com a letra “i” o ponto de entrada e “o” o ponto de saída do trecho desejado, e assim, define-se a duração. O terceiro ponto é o local. Para isso, basta colocar o cursor de posição da timeline no local onde você quer o vídeo da entrevista seja cortado e substituindo pela imagem de cobertura. Não é necessário marcar com a letra “i”, pois lembre-se que na ausência de marcas, o Avid já leva em consideração como “in” a posição do cursor. (fig. 3A)

Fig. 3 – Marcas feitas e cursor no local de destino

Para o passo 2: lembre-se de perguntar: o que eu quero editar? áudio, vídeo, ou os dois? E acione as pistas adequadamente.

Neste caso, queremos apenas editar o vídeo de cobertura. O áudio não me interessa editar, pois gostaria de continuar ouvindo o entrevistado enquanto o vídeo de cobertura é apresentado.

Então apesar de ter à disposição do lado do Source Monitor as pistas V1, A1 e A2, vou apenas acionar a pista V1. Do lado da timeline, vou acionar a pista V1 também, pois não me interessa alterar em nada as pistas de áudio. (fig. 3B)

Para o passo 3: na janela do composer temos duas setas, que são os botões de edição. O botão amarelo (splice-in) e o vermelho (overwrite). (fig. 4)

Fig. 4 – Ferramentas de edição do source para a timeline

Lembre-se, botões amarelos deslocam o material que estão na timeline, e neste caso, os vídeos das entrevistas vão sair de sincronismo com as pistas de áudio (fig. 5). Péssima opção neste caso.

fig. 5 – Edição fora de sincronismo

O que vamos usar é o Overwrite, que substitui o material que está na timeline pelo novo material editado. Com isso, tudo continua no seu lugar, e a edição está feita (fig. 6).

fig. 6 – Cobertura colocada corretamente com a função Overwrite

Exemplo 2 – inserindo um novo trecho de entrevista

Neste exemplo temos uma sequência com três trechos de entrevista. Temos três momentos da entrevista já editados, e foi pedido para incluir um novo clip, que deve ser colocado logo após o primeiro trecho.

O passo 1 mantém. Faremos as marcas e posicionaremos o cursor na timeline (fig. 7A). Sobre a ativação das pistas, desta vez precisamos incluir a pista V1, A1 e A2, para garantir a edição tanto do áudio quanto vídeo (fig. 7B) e por último, novamente colocamos o cursor no local de destino (fig. 7C).

fig. 7 – Preparação para acrescentar um novo trecho de entrevista

Mas a diferença principal é o passo 3, pois desta vez queremos incluir um trecho novo sem substituir nada que está na timeline.

Então neste caso, vamos usar o botão “Splice-in”, que nada será perdido. Ele vai inserir o novo trecho e empurrar para a direita todos os clips que já estão na timeline (Fig. 8).

fig. 8 – resultado da edição com o Splice-In

Exemplo 3 – retirando material da timeline

O produtor chegou a conclusão que a entrevista ficou grande demais. Vamos cortar uma parte dela.

O passo 1 continua parecido, porém desta vez o usuário precisa fazer as marcas na Timeline e não no Source Monitor. Em seguida, ative as pistas normalmente (fig. 9A).

Fig. 9 – Se preparando para retirar material da timeline

Agora chegou a hora de conhecer os botões LIFT e o EXTRACT. Estes dois botões situados na janela da timeline são utilizados para retirar material da sequência, e pelas cores, já podem imaginar a diferença entre eles (fig. 9B).

Se o usuário usar o botão LIFT, o material é retirado e um buraco permanece na sequência. No nosso caso, não interessa muito porque a idéia é justamente diminuir o tamanho da entrevista (Fig. 10).

Fig. 10 – Resultado ao retirar material da timeline com o LIFT

A opção ideal é o EXTRACT, que retira o material da sequência e elimina o buraco também. Todo o material da direita é movido para a esquerda (Fig. 11).

Fig. 11 – Resultado ao retirar material da timeline com o Extract

Então com estes conceitos e os três exemplos, praticamente qualquer edição pode ser feita. Basta lembrar do alicerce: marcar corretamente, acionar pistas e editar levando-se em consideração que botões amarelos deslocam material e alteram o tamanho da sequência enquanto botões vermelhos, substitui material e não altera a duração da sequência.

Agora é hora de vocês praticarem! Abraços e até a próxima!

Cristiano Moura é um instrutor certificado pela Avid em Media Composer e ministra treinamentos oficiais de certificação Avid em todo o Brasil pelo centro de treinamentos ProClass, com sede no Rio de Janeiro.

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Correção de cor no Media Composer

Correção de cor no Media Composer

Artigo publicado na Revista Luz e Cena

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Ferramentas e técnicas

Cada vez mais, espera-se que o editor possa apresentar ao produtor uma edição “com cara de finalizada”, ou seja, com cores e som previamente ajustados.

Já discutimos em muitos artigos anteriores sobre as ferramentas de processamento de áudio e desta vez, chegou a vez de conhecer o sistema de correção de cor do Avid Media Composer.

Operação essencial da interface

O Avid Media Composer já tem uma organização própria para correção de cor e podemos acessar pelo menu window > workspaces > color correction.

Deste modo, a interface entra no modo de correção de cor, onde as principais características são os três monitores na parte superior e a ferramenta de correção de cor no centro (fig. 1).

fig. 1 – interface color correction mode

Estes três monitores são muito flexíveis, pois permitem que o usuário selecione que tipo de informação deseja ver em cada um dos monitores. Basta clicar no nome no canto de cada

Monitor (fig. 2) e escolher a melhor opção.

fig. 2 – menu de configuração dos monitores

A primeira parte do menu refere-se a frames de outros clips para referência. É muito útil clips “vizinhos” lado a lado clips, pois é comum que uma cena gravada com câmeras diferentes necessitem ajustes finos de cor para manter o equilíbrio.

A segunda parte, tem relação com os scopes, que são ferramentas Essenciais ao editor, pois dão suporte às decisões através dos modos de leitura, como veremos a seguir.

Sobre a ferramenta, perceba que cada parâmetro tem quadrados ao lado (fig. 3), e estes têm dupla função. Podem ser usados como um liga/desliga do parâmetro para fins comparativos e, com o alt/option pressionado eles servem como uma forma rápida de zerar o parâmetro em questão.

duas ferramentas em uma

Na parte superior, repare que existe a aba HSL e a aba CURVES (fig. 3).

fig. 3 – botões de liga, desliga e reset

Podemos entende-las como duas ferramentas distintas com duas abordagens e operações matemáticas distintas. Ou seja, pode acontecer de você se sentir mais à vontade com uma ou outra, como também pode acontecer de um resultado específico só poder ser alcançado com uma uma delas.

O mais importante é entender que as duas podem funcionar em conjunto. Ou seja, caso esteja trabalhando em HSL e depois resolva trabalham em CURVES, uma boa prática, pelo menos no princípio, é desligar a ferramenta HSL (no quadrado mencionado acima) antes de partir para o CURVES para não se confundir.

Ajustando luminância

O termo Luma é na verdade mais comum, e tem relação com a claridade e definição da imagem. Nosso objetivo inicial deve ser aumentar o contraste entre as partes mais claras e as partes mais escuras da imagem.

Para este ajuste, vamos manter o scope Y Waveform no monitor da direita, pois é nossa principal ferramenta para este ajuste.

Começamos com o parâmetro gain, que puxa mais luz nas partes mais claras da imagem. Repare que o gráfico do waveform começa a se deslocar para cima.

Em seguida, utilizamos o controle setup, que faz o oposto. Escurece as partes mais escuras da imagem. E este é o conceito essencial do contraste.

Repita os dois processos até que o gráfico do waveform esteja mais abrangente, próximo dos valores 235 e 16 para as imagens mais claras e escuras, respectivamente.

Atingido este objetivo, vale a pena ligar/desligar a ferramenta clicando no quadrado ao lado do nome HSL para ver o antes e depois (fig. 4A e 4B).

fig. 4A – Original

fig. 4B – Após ajuste de Luma

Por último, temos o controle gamma, que cuida das áreas médias mas pode ser encarado como um controle mais geral, mas escurecer ou clarear a imagem como um todo.

Corrigindo tendência de cor

Os três círculos coloridos são chamados de color wheels, e serve para ajustar imagens que estão desequilibradas no que se refere a cor. Muito amareladas, azuladas, esverdeadas etc.

Dois scopes são bem vindos aqui, são eles o vectorscope e o rgb parade.

O color wheels da esquerda corrige as partes mais escuras. A sigla Shd, refere-se a “shadow”, termo técnico mais comum é universal.

O color wheel central corrige as partes médias, chamadas de midtones. O da direita, atua sobre as partes claras, também chamadas de highlights.

Repare na figura 5A e 5B o antes e o depois de uma imagem azulada sendo resolvida.

fig. 5A – Original

fig. 5B – Após ajuste de luma e tendência de cor

Este ajuste pode ser mais desafiador para um iniciante, ou para quem não tem um monitor de referência devidamente equilibrado. Para facilitar um pouco, podemos fazer uso da ferramenta “color cast removal tool” (fig. 6).

fig. 6 – Color Cast Removal Tool

A idéia é o usuário informar ao Avid um pixel onde deveria ser neutro, ou seja, com valores iguais em R, G e B. E com essa informação, caso haja alguma tendência de cor, o Avid se encarrega de remover.

Para usar esta opção, basta clicar no ícone do color cast removal tool dos hightlights e clicar na imagem em um local onde deveria ser branco ou mais próximo possível do branco e repare que automaticamente o Avid tenta fazer a correção no color wheel.

Agora basta repetir o procedimento no color wheel do midtones e dos shadows.

Modos automáticos

Os botões abaixo dos controles gain, gamma e setup são os modos automáticos. Analisando pelos scopes, os ajustes são feitos automaticamente pelo Avid.

Da esquerda para a direita, temos:

• Auto balance, para ajuste de tendência de cor.

• Auto black para ajuste do controle setup.

• Auto contrast para ajuste dos controles gain e setup.

• Auto White para ajuste apenas do controle gain.

A ordem em que eles são pressionados faz diferença. De forma geral, recomendamos primeiro fazer o auto contrast, e depois o auto balance.

Repare que no modo CURVES (fig. 7), temos os mesmos botões, porém, lembre-se Que são algoritmos diferentes, portanto recomendamos a ordem inversa. Primeiro faça o auto balance e depois, auto contrast.

fig. 7 – Color Cast Removal Tool no modo Curves

E com isso, vamos ficando por aqui. Lembre-se de que o tratamento de cor vai muito além do mero equilíbrio da imagem. Há componentes artísticos e de conceito que também permeiam o assunto e suas decisões, como por exemplo, se o visual do seu produto é para ter cores mais vibrantes ou mais foscas, se é mais quente ou frio, claro ou escuro e muito mais.

Abraços e até a próxima!

Cristiano Moura é um instrutor certificado pela Avid em Media Composer e ministra treinamentos oficiais de certificação Avid em todo o Brasil pelo centro de treinamentos ProClass, com sede no Rio de Janeiro.

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Entregando seu Projeto – Exportação

Entregando seu Projeto – Exportação

Artigo publicado na Revista Luz e Cena

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Um simples comando, mas com diversos cenários e necessidades

Ao concluir seu projeto, chegou a hora de mostrar para o cliente. Mas já sabe onde ele vai assistir? Vai passar na TV também? Vai ser entregue online ou fisicamente? É apenas uma prévia ou é a versão final?

Tudo isso pode influenciar nas configurações de exportação e é isso que vamos ver neste artigo.

Opções da janela de exportação

para chegar nas configurações de exportação, vamos manter a sequência selecionada e clicar no menu File > Export.

Na caixa de diálogo seguinte o usuário poderia simplesmente usar alguma configuração pré-definida (export settings) definir o local onde salvar o arquivo. Porém, neste artigo vamos clicar no botão “options” para aprender a fazer sua própria configuração de exportação (fig. 1).

fig. 1 – Acesso as configurações de exportação

Na janela de exportação (fig. 2), temos alguns comandos à direita que vale a pena conhecer.

fig. 2 – Janela de Exportação do Media Composer 8 em diante

Use Marks”, serve para exportar apenas o trecho marcado com In/out. Perfeito quando você precisa enviar uma prévia apenas de um trecho para alguém.

Use Selected Tracks”, exporta apenas as pistas selecionadas. Útil por exemplo, caso você exportar as pistas de diálogos, mas não a pista com a trilha sonora por exemplo.

Então olhando por outro ângulo, a maneira mais segura de exportar toda sua timeline é mantendo estas duas opções desabilitadas.

Um pouco sobre Formato e CODEC

Se você entrar em uma lanchonete e simplesmente pedir um sanduíche, não vai ser suficiente. Qual o recheio? Vai ter molho?

Para beber, você poderia pedir um suco. O atendente vai te perguntar, de qual fruta? Batido com leite com água? Com ou sem açúcar?

É isso que acontece quando alguém pede para você entregar um vídeo em QuickTime, ou pede para você gerar um AVI por exemplo.

Você deve solicitar o formato (também chamado de wrapper ou container) e o CODEC. O formato é método em que os vídeos serão empacotados (.MOV e .AVI por exemplo). Já o CODEC, é a codificação, ou seja, método de compactação do vídeo.

Sem esta informação, você pode estar perdendo tempo exportando um arquivo  que não seja compatível com o equipamento que vai reproduzi-lo.

Decidindo o espaço de cor

O campo “Color Levels” define o espaço de cor, ou seja, a quantidade de níveis e limites relacionados de cor e luminância.

O que precisamos ter em mente é simples: para broadcast, devemos obedecer a especificação REC.601 para SD e REC.709 para HD. Agora, caso seu vídeo é para web ou será reproduzido em computadores, dispositivos móveis, podemos utilizar o o padrão RGB, mais rico em possibilidades.

Até a versão 7 do Avid Media Composer, os termos eram exatamente estes (fig. 3). Já a partir da versão 8 (fig. 2C), a Avid optou por substituir por uma linguagem menos técnica.

fig. 3 – Janela de Exportação até o Media Composer 7

Para exportar em RGB, use a opção “Scale from Legal to Full Range”. Para exportar REC.601/709, use a opção “Keep as Legal Range”.

Exportando para outra ilha

Se o material vai ser simplesmente reproduzido em outra máquina com o Avid Media Composer instalado, ou ainda, se você estiver exportando para ainda continuar o trabalho em outra ferramenta (After Effects, DaVinci Resolve, Adobe Media Encoder etc.), podemos escolher fazer um vídeo no formato Quicktime Movie no primeiro campo (Export as).

Quanto ao CODEC, no campo abaixo (fig. 2A), podemos escolher a opção “same as source”. É um processo mais rápido apesar do arquivo ficar um pouco grande.

Exportando para web, computadores ou dispositivos móveis

Seja para sites de streaming (YouTube etc.) ou vídeos que serão visualizadas em computadores pessoais, tablets e celulares, temos que usar um formato e codificação que reduza bastante o tamanho do arquivo (para não pesar o carregamento) e que seja o mais compatível possível.

Recomendo então gerar um Quicktime Movie com a codificação H.264, pois é um CODEC que além de reduzir bastante o tamanho do arquivo sem muita perda de qualidade, ainda é amplamente compatível com os diversos tipos de computadores e celulares.

Para isso, vamos alterar a configuração do CODEC (Fig. 2A) para “Custom” e clicar no botão “Format Options” para ter acesso a configuração de codificação. Na caixa de diálogo seguinte, clique no botão “settings” (localizado na parte superior) referente as configurações de vídeo.

Na caixa de diálogo, com um clique no campo “compression type” (fig. 4), onde temos uma lista de todos os CODECs instalados na sua máquina, e entre eles, você vai encontrar o H.264. Basta selecionar e pressionar OK.

fig. 4 – Especificando compressão

Um passo além: exportando prévias ou pequenas alterações

Ao escolher a opção “custom” para a codificação, também foi habilitada a possibilidade de alterar o tamanho do vídeo (fig. 2B).

Se a idéia é enviar apenas uma amostra pela internet, além de escolher o CODEC H.264, você pode reduzir as dimensões do seu vídeo para deixar o arquivo menor.

Por exemplo, se seu vídeo for em Full HD (1920 X 1080), você pode alterar os valores para 960 X 540 para ter um vídeo com dimensão e tamanho do arquivo 50% menor.

Também lembre-se da opção “use marks”, que é excelente caso você queira exportar apenas um trecho que foi modificado precisa ser aprovado antes de você seguir em frente.

Exportando para Broadcast

Já sabemos que precisamos consultar nosso cliente sobre qual o Formato e o CODEC o que material precisa ser entregue.

Também vimos que precisamos definir o espaço de cor de acordo com a regulamentação REC.601/709.

Muitas emissoras também vão solicitar um espaço de black antes do seu vídeo e sinais de calibragem (Color Bars e Tom de 1kHz em –20dB). Então vamos lá:

Para criar o black no início (espaço sem imagem e som) utilizamos o menu Clip > Add Filler at Start. O padrão são 30 segundos, mas se seu cliente quiser 60 segundos, basta repetir o comando. Se ele quiser algo como 45 segundos, você pode alterar o padrão de 30 segundos em Settings > Timeline.

Para o color bars, temos uma série de imagens instaladas com o Avid Media Composer que podemos importar e editar. Elas estão localizadas no seguinte endereço:

Windows

C:\Arquivos de programas\Avid\Avid Media Composer\SupportingFiles\Test_Patterns

Mac

Mac HD\Aplicativos\Avid Media Composer\SupportingFiles\Test_Patterns

O que não podemos esquecer de jeito nenhum é de conferir se nas opções de importação (fig. 5), temos a opção REC.601/709 (até o MC v.7) ou “Do no modify, treat as legal range” (do MC v.8 em diante) selecionada, pois com o espaço de cor errado, seu vídeo será também reproduzido no ar com cores erradas. Também aproveite para colocar a duração solicitada pelo seu cliente no campo “Frame Import Duration”.

fig. 5 – Configuração de espaço de cor para Color Bars

Por último, falta o tom de 1kHz em –20dB. Este é gerado por dentro do Avid Media Composer. Acesse o menu Tools > Audio Tool. Clique no botão PH e escolha a opção “Create Tone Media” (fig. 6).

fig. 6 – Criando tom de teste

Confirme que está definido para gerar um tom 1kHz em –20dB e escolha a duração solicitada pelo seu cliente no campo “Tone media length in seconds”. No campo “target bin” escolha um bin para receber este material e pressione OK.

A mídia será automaticamente criada no bin escolhido e pode ser editado normalmente, logo abaixo do color bars. No final, a montagem deverá estar similar a figura 7.

fig. 7 – Montagem com color bars, tom de 1kHz e Filler

Quicktime Movie Vs. Quicktime Reference

O Quicktime Movie já vimos bastante, mas vocês devem ter reparado que no campo “Export as” também temos a opção de usar um Quicktime Reference.

Esta opção, gera um arquivo .MOV idêntico ao anterior, porém ele funciona de forma similar a um atalho no windows / alias no Mac.

Ou seja, o arquivo.MOV não contém a mídia dentro dele. As mídias continuam na pasta Avid MediaFiles.

Então ao carregar este arquivo.MOV criado como Quicktime Reference em outro programa (After Effects por exemplo), na verdade apenas dispara um comando para que o After Effects acesse as mídias presentes na Pasta Avid MediaFiles.

A questão é, por que alguém faria isso?

Este método de exportação é imediato, pois lembre-se, nenhuma nova mídia é criada. Simplesmente o arquivo aponta para as mídias originais.

É um excelente método para exportar um material que ainda vai ser trabalhado em outro software na mesma máquina. Além de mais rápido, economiza espaço no seu HD pois não cria mídias novas no seu computador.

E com isso vamos ficando por aqui, abraços e até a próxima!

Cristiano Moura é um instrutor certificado pela Avid em Media Composer e ministra treinamentos oficiais de certificação Avid em todo o Brasil pelo centro de treinamentos ProClass, com sede no Rio de Janeiro.

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