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Waves Tune – afinação para vocais e instrumentos

Waves Tune – afinação para vocais e instrumentos

Artigo publicado na Revista Áudio, Música & Tecnologia. Para conhecer mais sobre a revista, clique aqui.

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Sim, existe vida sem Melodyne e Auto-tune

Nesta edição, estamos completando nosso artigo número 25 da série sobre plug-ins Waves. Caso você tenha perdido algum deles ou ficou sabendo apenas agora sobre esta série de artigos, saiba que você pode ler as edições anteriores de forma gratuita pelo próprio site da AMT.

Neste mês, vamos falar sobre o Waves Tune (fig. 1), que talvez seja um dos plug-ins mais menosprezados da Waves. Não por ser ruim, pelo contrário… Para o artigo, fiz diversos testes e em vários deles, o plug-in da Waves preservou muito mais o timbre e causou menos efeitos colaterais do que o Melodyne e Auto-Tune.

fig. 1 Waves Tune

Na verdade, O Waves Tune normalmente é deixado de lado porque tem dois concorrentes de peso: em primeiro o Auto-Tune (fig. 2) da Antares, que foi um dos pioneiros neste segmento e foi um padrão em qualquer estúdio do globo terrestre por muitos anos. O outro é o Melodyne (fig. 3) da Celemony, que é um “recém-nascido” se comparado ao tempo do Auto-tune, mas que chegou pegando pesado, revolucionando a maneira de se trabalhar com uma interface similar a de um editor MIDI. Mas seu grande mérito foi a introdução da tecnologia chamada de DNA (Direct Note Accesss), que permite ajustes não apenas em instrumentos monofônicos mas também polifônicos.

fig. 2 – Antares_Auto_Tune

fig. 3 – melodyne_editor

Então porque perder tempo aprendendo o Waves Tune? É uma pergunta pertinente e vale a pena pensar nisso.

Em primeiro, há um fato que não podemos ignorar. A maioria das pessoas que usam os plug-ins Waves possuem o pacote completo, então provavelmente todos já tem o Waves Tune e simplesmente não precisam de outro plug-in. Em segundo, caso a pessoa ainda não tenha nenhum plug-in de afinação e está na dúvida, o Waves Tune tem vantagem com relação ao preço: custa 4X menos do que o Melodyne Editor e o Auto-Tune.

Então vamos partir para o que interessa!

Primeiro trabalho: Análise do material

Antes de qualquer coisa, é necessário transmitir o áudio para o Waves Tune para que seja feita uma análise da performance. Para isso, primeiro insira o plug-in no insert do canal em questão e na opção Range (fig. 4) , selecione a área de maior atuação do material. Uma detecção mais precisa, ajuda muito na hora da correção. Por fim, aperte o play da sessão que o áudio seguirá automaticamente para o plug-in.

fig. 4- Controles Gerais

Uma vez analisado, teremos um gráfico laranja que representa a afinação detectada originalmente e um gráfico verde que já representa os ajustes feitos automaticamente pelo Waves Tune. Ou seja, depois da detecção, basta reproduzir novamente o material para ouvir os ajustes sugeridos pelo Waves Tune.

Segundo trabalho: Controlando correções automáticas

Apesar de ser muito útil o ajuste automático do Waves Tune, os erros de detecção sempre podem acontecer. Por exemplo, quando alguém canta uma nota um pouco mais aguda que um Dó mas um pouco mais grave que um Dó sustenido por exemplo, O Waves Tune tem que “chutar” entre Dó e Dó sustenido.

É possível melhorar os resultados ajustes alguns controles no lado esquerdo.

Primeiramente selecione o material detectado com o botão “Select All” e no setor “segmentation” (fig. 5), podemos especificar o tom e escala do trecho em questão, o que ajuda a minimizar os erros. Voltando ao caso anterior onde o Wave Tune iria “escolher” entre Dó natural e Dó sustenido o controle de tonalidade poderia ajudar. Por exemplo, se a tonalidade fosse Dó maior, o Waves iria escolher o Dó natural. Agora, se a tonalidade fosse Lá maior, o Waves Tune iria optar pelo Dó sustenido, já que o Dó natural não pertence a tonalidade de lá maior.

fig. 5 – Setor Segmentation

Terceiro trabalho: Entrando em ajustes finos

Como dito anteriormente, O Waves Tune já faz um trabalho automático e também já vimos como definir uma tonalidade e escala.

Em alguns casos, a correção da afinação pode soar muito artificial por causa da interpretação, ligaduras, vibratos ou distâncias entre as notas.

Nestes casos, vale a pena selecionar (ainda no setor segmentation) apenas estas notas com o seletor e no campo “tolerance”, podemos aumentar o valor “note”. Este valor funciona como uma “área de escape” para que o usuário possa definir ao menos um alguma flexibilidade ao intérprete. Quanto menor o valor, mais rígida é a afinação e qualquer tentativa de sair do tom será anulada.

Pode parecer bom na teoria, mas na prática faz mal a intepretação de forma geral. É possível deixar a performance mais “solta” utilizando valores mais altos, e com isso, só serão corrigidas as notas que foram tocadas realmente muito fora da afinação esperada.

Por outro lado, se a idéia é usar o Waves Tune como um “efeito” comum em centenas de trabalhos de pop e rap americano, o ideal é usar no mínimo para dar uma característica mais artificial, porém desta vez, proposital.

Agora o que realmente faz toda a diferença são os controles abaixo das ferramentas (fig. 6), que definem o comportamento, atitude e atuação do Waves Tune.

fig. 6 – Controles de velocidade de atuação e flexibilidade

O primeiro botão é o Speed, que define quanto tempo o Waves Tune vai levar para efetuar a correção assim que ela for detectada. Valores muito rápidos servem melhor como efeito… para algo mais natural, alguns millisegundos são bem vindos. Lembro-me de um professor que dizia que ninguém toca/canta afinado. Tocamos “afinando”, e o bom músico é aquele que consegue afinar mais rápido.

De fato, é natural atacar a nota e nem sempre ela sair perfeita logo de cara e ir fazendo ajustes naturalmente.

O parâmetro Note Transition também é importantíssimo, pois está relacionado no tempo de ajuste da afinação entre uma nota e outra. Quanto mais rápido, mais “dura” e falsa é a afinação. Funciona de forma similar ao Speed, mas o Note transition permite que floreios entre uma nota e outra aconteçam de forma natural, sem interferências do Waves Tune.

Por último, temos o parâmetro Ratio e pode ter certeza que também é importante. Ele também dá alguma flexibilidade ao Waves Tune (como o parâmetro Tolerance), e explicando de uma maneira simples e com termo bem popular, é como se fosse um ajuste para que o Waves Tune faça “vista grossa” caso a performance já tenha sido suficientemente boa e com isso, mantém naturalidade.

Outras opções interessantes

Correndo por fora, o Waves Tune também traz a opção de mudar o tom da execução. Ele pode ser ajustado pelo parâmetro Shift (fig. 4), onde cada valor significa um semitom.

Qualquer coisa acima de 3 semitons já começa a ficar artificial demais e sinceramente, só serve para casos muitos extremos mesmo.

Sem chamar muito atenção, na barra de menu do plug-in temos o botão “Export MIDI” permite gerar um arquivo MIDI da execução, que pode ser muito bem vinda em diversos casos. Por exemplo, uma flauta gravada pode ter a performance exportada em MIDI para que, com instrumentos virtuais, uma dobra de flauta, oboé ou fagote quem sabe seja facilmente criado.

E com isso vamos ficando por aqui! Até o próximo mês!

cris3x4 blog proclass Cristiano Moura é instrutor certificado oficialmente pela Avid para lecionar cursos de nível 100, 200 e 300 em Pro Tools. Por meio da ProClass,  oferece consultoria, treinamentos customizados além de cursos oficiais em Pro Tools, Mixagem e Masterização.

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Waves H-Reverb

Waves H-Reverb

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Chega o irmão mais novo do Trueverb e Rverb

No ano passado, tratamos dos reverberadores da Waves, que incluem o Trueverb, Reinassence Verb e o reverberador baseado em convolução IR–1.

Apesar das diferentes características entre eles, A Waves entendeu que havia ainda uma lacuna a ser preenchida. Neste artigo, vamos entender mais sobre o novo o H-Reverb e seus diferenciais se comparado aos outros reverberadores da empresa.

Conceito

Algo que podemos perceber rapidamente é a proposta de dar mais flexibilidade no ajuste de primeiras reflexões (ER) e a reverberação (tail) do que a maioria dos reverberadores. Não custa lembrar: usamos as configurações de Early Reflections (ER) para ajustar o tamanho e formato da sala e a reverberação, que reflete as características do revestimento e itens de uma sala e estão diretamente relacionados à absorção da mesma.

Também introduz outras seções que não estão ligadas diretamente à reverberação, mas são úteis se usadas em conjunto. Equalizadores, moduladores e controle de saturação são alguns deles.

Customização total

Na parte central do plug-in, temos um “seletor de ER” (fig. 1) e à esquerda, controles de Pre Delay, Build Up e size. Em especial, o “build up” não é um controle comum em outros reverberadores.

fig. 1 – opções de primeiras reflexões

Ele funciona como um “attack” do reverb, ou o tempo que a reverberação demora para se concretizar. Por ser confundido com o Pre Delay, mas sonoramente os resultados são distintos.

Enquanto o Pre Delay causa um atraso no reverberação (fig. 2A e 2B), podemos de uma maneira bem “informal”, encarar o controle de Build up como um controle de fade-in da reverberação (Fig. 3).

fig. 2A – Nenhum Pre delay

fig. 2B – Atraso ocasionado pelo Pre Delay

Fig. 3 – Atuação do parâmetro Build up

Existem muitos casos em que um artista pede uma mixagem bem carregada de reverberação, mas que em contrapartida, deixa os instrumentos embolados e sem definição. Atrasar ou amenizar a entrada da reverberação com o Pre Dely e Build Up é muito útil neste caso, pois permite que o ouvinte perceba primeiro o som natural que é mais claro e depois de alguns milisegundos, também ouvir a reverberação atuando no elemento sonoro em questão.

Outro controle inusitado está do lado esquerdo. Chama-se de “Decay Envelope” (fig. 4), e não lembro de ter visto em nenhum outro reverberador. Os controles X-Time, X-Gain e Density ajustam a curta de decaimento da reverberação, o que deixa bem claro a intenção da Waves de elevar o nível de customização da reverberação.

Fig. 4 – Atuação do Decay Envelope

Extras que andam juntos

Afim de criar uma assinatura sonora, oferecer algum diferencial, trazer algum interesse ou mesmo corrigir alguma limitação, mais e mais engenheiros de som dedicam boa parte do tempo da sua mixagem trabalhando em processadores ligados em série após a reverberação.

A Waves usou sua experiência no desenvolvimento dos pacotes signature series e colocou no canto inferior direito uma seção de modulação, filtros baseados em LFO e envelope (Fig. 5A, 5B e 5C). Eles permitem extrapolar um pouco o conceito de “natural” e buscar uma característica sintética. Independente do modo usado, todos possuem um controle de Mix para dosar o quanto este filtro deve atuar na reverberação. É um recurso excelente e cada dia mais comum na música pop, seja numa voz, bateria ou guitarra.

fig. 5A – Decaimento por frequências

Fig. 5B – Envelope Filter com controle de mix

Fig. 5C – Filtro de ressonância atuando via LFO. A velocidade pode ser regulada em Hz ou em tempos musicais sincronizada com o andamento da sessão

Também há um controle de Drive (fig. 6) muito bem feito, pois ajuda a saturar de uma maneira muito suave o output do HReverb.

fig. 6 – Global Section com destaque no parâmetro de Drive

Por fim encontramos na parte central um equalizador, algo que foi implementado também em outros reverberadores da empresa. Geralmente usamos o equalizador pensando em como podemos encaixar o reverb na mixagem. Não há mais tanto comprometimento em simular com perfeição uma sala. O objetivo é fazer a mixagem funcionar, mesmo que se tenha que por exemplo, cortar os graves e acentuar os agudos, algo que não acontece naturalmente.

Mais profundidade à vista

A seção Input Echoes / Output Echoes (fig. 7) servem como pequenos delays que podem ajudar a aumentar a sensação de espaço. Eles são representados no gráfico pela cor amarela.

fig. 7 – Atuação do input e output echoes

Um erro muito comum é aumentar o tamanho do reverb para ter uma sensação de um espaço maior ou pior ainda, a quantidade de reverberação. Estas duas ações corroboram mais atrapalham do que ajudam. Misturar reverberadores e delay é uma opção mais fácil de controlar de forma a destacar e aumentar a dimensão de um elemento sonoro e é de olho nisso que a Waves já incluiu estes dois setores no H-Reverb.

Botões pequenos de grande utilidade

No parte inferior do medidor de ganho de entrada temos o botão “test”. Ele dispara um ruído que ajuda a regular o reverb sem precisar ficar dando play na sessão.

Não é apenas uma questão de conveniência. O ruído branco disparado permite ouvir a resposta da reverberação de forma mais completa do que com um instrumento, pois qualquer outro elemento sonoro vai ter sempre uma ênfase numa região e deficiência em outra.

Já no medidor de saída, temos o botão reverse para gerar o efeito de reverb reverso facilmente (fig. 8).

fig. 8 – Comando Reverse

presets que prestam e muito!

Tinha uma época em que reverberadores vinham com centenas de presets que os fabricantes faziam com intenção de demonstrar os produtos e mostrar sua flexibilidade, não necessariamente se comprometendo com sua usabilidade.

A biblioteca do H-Reverb também explora este conceito, mas é repleta de pré-configurações interessantes como as sugestões de vários vários mixadores e em especial uma, que se compromete a simular hardwares clássicos como o Lexicon 480L (fig. 9).

fig. 9 – Menu de presets com destaque à categoria de hardwares

Num reveberador mais do que complexo, vale muito a pena e ajuda bastante o iniciante a entender os controles e o que esperar da sua sonoridade.

Em resumo, apesar de muito pesado na CPU, é sem dúvida um reverberador que vale a pena conhecer e ter por perto. Principalmente para quem gosta de produzir reverberação em conjunto com outros efeitos, o H-Reverb é muito conveniente por já ter vários outros processadores integrados na mesma interface.

E com isso, vamos ficando por aqui.

Abraços e até a próxima!

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Greg Wells Plug-ins

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PianoCentric e VoiceCentric

greg-wells-pianocentric

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A Waves já tem um bom histórico na produção de plug-ins em parceria com grandes engenheiros de som e produtores musicais. Em colunas passadas já falamos da série Chris Lorde-Alge, Eddie Kramer, Manny Marroquin, Jack Joseph Puig entre outros. Se você perdeu, não deixe de conferir as revistas antigas de forma gratuita no site da Audio Música e Tecnologia.

Desta vez, vamos ver dois plug-ins criado em parceria com Greg Wells, um para voz e outro para piano.

Conceito: “Garbage in, Garbage out”

Esta frase é muito usada no exterior, que em uma tradução livre significa que, se entrar lixo, vai sair lixo.

É um conceito que vale a pena esclarecer antes de tomar a decisão de usar qualquer um destes plug-ins que são pre-programados.

Nenhum deles serve para consertar algo mal gravado e não podem ser vistos como “salvadores da pátria” que uma das características é não tem valores radicais. Pelo contrário, podem até piorar.

Enfim, para uma gravação ruim, continua sendo melhor gravar de novo. Se não é possível uma nova gravação, você vai precisar de processadores que permitam mais flexibilidade e valores mais exagerados como os equalizadores paramétricos tradicionais.

Test drive do PianoCentric

Como o próprio nome diz, é voltado para piano, que é um instrumento muito traiçoeiro para encaixar numa mixagem de pop, rock, onde ele geralmente não é o elemento principal e tem que dividir espaço com guitarras e violões.

Ele é rico em harmônicos, ressonância, trabalha em toda faixa de frequências e se seu pianista gosta do pedal de sustain, multiplique por 10 a dificuldade.

Por outro lado, em arranjos onde o piano tem papel importante como em baladas pop, música instrumental etc, acontece o inverso. Muitas vezes ele não tem “tamanho” suficiente para cumprir o papel, principalmente se estivermos usando instrumentos virtuais no lugar de um piano acústico microfonado, que seria o mais adequado para a função.

É ai que entra o PianoCentric. Com um único botão central, o usuário consegue regular o “tamanho” que este piano ocupa na mix.

Este único botão está interagindo com compressores e equalizadores.

Nos valores iniciais, você tem um piano magro, sem muita presença e em mono, que pode ser exatamente o que você procura numa mixagem de pop onde ele divide o mesmo espaço com baixo, guitarra e violão.

A partir da metade, frequências baixas e altas muito bem escolhidas começam a aparecer, compressores começam a estabilizar as flutuações de dinâmica e você começa a ouvir ele atuando no campo estereofônico. Mesmo com ele no máximo, você ainda tem um som interessante, principalmente se em formações pequenas, com dois ou três instrumentos.

Experimentei tanto em uma gravação de piano quanto com instrumento virtual, onde utilizei o piano gratuito que vem com o Pro Tools, Mini Grand, que não chega a ser ruim, mas não compete com instrumentos virtuais dedicados como o Plug-in Alicia’s Keys da Native Instrumentos ou o Ivory, da Synthogy.

A impressão foi das melhores. Eu realmente gostaria de ter este plug-in à disposição em outros momentos da minha vida, e tenho a sensação que usaria em cada uma das faixas que mixei.

Sobre os efeitos, temos um setor de delay que não tem nada de bobo. Ele é saturado levemente e tem um pouco de phaser, que é muito bem vindo principalmente para música pop e rock.

Complementando o plug-in, temos o doubler, que é funciona mais como um chorus. Novamente, os parâmetros foram muito bem escolhidos e se encaixa com praticamente qualquer estilo musical.

VoiceCentric: tudo, menos timbre

O VoiceCentric mexe menos ainda no timbre. A equalização é muito sutil, então a primeira coisa que recomendaria é equalizar antes a voz e colocar o VoiceCentric só slot seguinte de inserts.

Seu botão principal (intensity) cuida basicamente da compressão, algo que é muito comum ver iniciantes com dificuldades. A vantagem é ser um controle único, que vai ajustando Threshold e Ratio não de um, mas de dois compressores, e ao mesmo tempo. Um Equalizador também vai atuando limpando um pouco os graves conforme o usuário começa a exagerar nos controles.

Dá para colocar no limite, e ainda assim, não comprometer o timbre.

Na parte de efeitos, temos o Delay, que tem um timbre muito particular… ele funciona em estéreo, soltando repetições no lado esquerdo e direito. Também é bem saturado mas não chega a soar “sujo” na mixagem, tem um passa baixa que corta as altas frequências a cada repetição, emulando um delay de fita. É um timbre que “gruda” bem na voz, sem sobras.

Eu sinceramente vejo este delay sendo utilizado em muitos outros instrumentos, pois dá aquela sensação de espaço sem consumir tanto espaço na mix.

O Doubler é um efeito bem simples, mas que ganha pela praticidade. Normalmente optamos por gravar instrumentos duas vezes, e não exatamente dobra-los artificialmente. Mas quando esta é a única solução, o Doubler do VoiceCentric vai funcionar muito bem, pois tem diversos processamentos acontecendo. Atrasos, afinação e deslocamento entre o L e R acontecem de forma diferente. Se quiser caprichar mesmo, o ideal é fazer automações aleatorias neste parâmetro para ter uma dobra convincente.

A reverberação é bem simples e vale para quem tem pressa ou pouca experiência. Nos valores iniciais é um reverb meio cheio como um Hall mas conforme o usuário avança com o controle, a quantidade e tamanho da reverberação aumenta, mas o reverb fica mais brilhante como um Plate e com pouca densidade. É uma tática muito usada em mixagens onde a música já tem muitos elementos competindo entre si.

Conclusão

Principalmente o PianoCentric, vale muito a pena. Eu não sei nem contabilizar quantas tentativas frustradas eu precisava (e ainda preciso fazer) fazer para achar o “local” o piano em uma mixagem.

Já o VoiceCentric, eu vejo como um grande aliado dos iniciantes, mas não há nada que alguém com alguma experiência não possa fazer com processadores convencionais.

Ele vale pela praticidade/conveniência, ou seja, se eu estiver em um estúdio que o VoiceCentric esteja instalado, provavelmente eu usaria, principalmente a parte da compressão e dobra, pois são coisas que são “chatas” de montar as mandadas, dobrar pistas e achar os valores ideais. Isto por que você não tem nada a perder em inserir o plugin e rodar um botão para ver se é o que você está procurando

Abraços e até a próxima!

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