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DaVinci Resolve – Partes Claras x Partes Escuras

DaVinci Resolve – Partes Claras x Partes Escuras

 

Tutorial de DaVinci Resolve – Como clarear as áreas mais escuras 

Nesse tutorial, vamos resolver um problema recorrente: Quando é preciso captar uma área muito clara ao mesmo tempo que se tem uma área muito escura. Fazer o set up na câmera será meio complicado: um ou outro vai sair perdendo.

Através do DaVinci Resolve, da Blackmagic Design, eu consegui trazer luz para estas áreas escuras e vou mostrar como a gente faz isso.

Então a primeira coisa que vem na cabeça da maioria das pessoas, é desenhar uma máscara e clarear. Olha o trabalho que seria para fazer uma máscara aqui neste caso.

Ao invés disso a vamos usar o setor chamado Qualifier. A gente vai tentar escolher apenas as áreas escuras da imagem. Uma das maneiras de você trabalhar com Qualifier seria ir direto com o conta gotas na parte clara para conseguir isolar o céu, por exemplo. Só que nesse caso específico não funciona muito bem. A gente vai fazer diferente: vamos desligar a informação de Cor ( Qualifier / Hue ), desligar a informação de Saturação ( Qualifier / Saturation ) e trabalhar apenas nos controles de Luminância (Qualifier / Luminance).

Na opção High (em Luminance) eu consigo determinar como eu quero fazer este isolamento. Então, conforme for eu for alterando (para o lado esquerdo) você vai ver que, aos poucos, só as partes mais escuras da imagem permanecem.

Como tem folhagem escura, também acabou pegando, essa área. Neste caso eu posso pegar então a Saturação (em Saturation), diminuir o High para que elementos mais saturados também saiam da minha Qualificação. Sobrou só pouco nos troncos da árvores, mas não tem problema.

A vantagem dessa Qualificação ( Qualifier ) ao invés do Power Window é que não preciso perder tempo desenhando perfeitamente, e se a imagem estiver em movimento também não haverá problema.

Então agora pra voltar a ver a imagem inteira, vou apertar o botão Highlight, e agora eu posso trabalhar com o Gamma, Lift e Gain; estes 3 controles embaixo permitem que você ajuste exatamente como você quer sua tonalidade. Reparem que os troncos também melhoraram. Eles estavam sem muita informação, principalmente o da esquerda. Agora dá pra ver um pouco mais da casca da árvore.

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cris3x4 blog proclassCristiano Moura é instrutor certificado oficialmente pela Blackmagic Design para oferecer os cursos e certificações de DaVinci Resolve aqui no Brasil, através da ProClass Treinamentos.
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Waves Cobalt Saphira


Artigo publicado na Revista Áudio, Música & Tecnologia. Para conhecer mais sobre a revista, clique aqui.

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Uma nova visão sob o controle de harmônicos

Quando menos se espera, a Waves aparece novamente oferecendo não apenas um novo plug-in, mas uma nova proposta para manipular áudio com uma nova linha de pensamento.

Cobalt será o nome de um novo pacote, e o Saphira é o primeiro plug-in a ser anunciado.

Fizemos o primeiro test drive, e neste artigo vamos conhecer as opções dentro deste plug-in.

Proposta

De forma bem simples, podemos resumir o Saphira como um plug-in de manipulação de harmônicos do áudio. Existem outros processadores e preamplificadores que nos permitem manipular harmônicos, mas não há nada que eu conheça possui o nível de controle e opção do Waves Cobalt Saphira.

Por exemplo, temos controles independentes do quanto queremos acrescentar de harmônicos pares e ímpares. Mais que isso, podemos manipular apenas em uma faixa de frequência, por exemplo acrescentando harmônicos ímpares apenas no médio e agudo mas não no grave.

Internamente, há um processo em paralelo acontecendo e não em série (fig. 1). O plug-in é subdividido o sinal em três fragmentos: sinal original, processador de harmônicos pares, e de harmônicos ímpares. Na prática, é importante que entender tudo acontece de forma independente e é somado no final da cadeia.

fig. 1 – Fluxo de sinal do Cobalt Saphira

Conhecendo a interface

O setor principal do plug-in é dividido em 4 faders (fig. 2). Do lado esquerdo (azul) temos os controles dos harmônicos pares e do lado direito (vermelho), harmônicos ímpares.

Fig. 2 – Controles principais

Sabendo que o estudo e conhecimento sobre a série harmônica (fig. 3) e os efeitos no som dependem muito da formação do usuário, a Waves optou também por uma linguagem menos técnica, utilizando os adjetivos como “edge” e “warmth”. É uma linguagem mais informal para ajudar os iniciantes. “Edge” no Brasil normalmente traduzimos como aquele som mais “ardido” ou “pontudo”, enquanto o termo “warmth” é ligado ao supervalorizado som “quente”. Todos já devem ter ouvido alguém falar sobre passar uma mix por um gravador de fica para “dar uma esquentada” no som.

fig. 3 – Serie Harmonica com destaque aos harmônicos pares

Repare que cada um deles tem dois controles, send e return (nomenclatura mais adequada por conta do fluxo de sinal). Mais a frente vamos dar sugestões de como utiliza-los.

Abaixo, temos os harmonics modes. São 7 opções de como o plug-in vai se comportar na manipulação de harmônicos. A barra cinza representa a fundamental, barras azuis representam os harmônicos pares e vermelhas, ímpares.

Infelizmente acaba ficando confuso a primeira vista ver que “H1”, “H3” etc com cor azul e sendo considerados harmônicos pares, e “H2”, “H4” e etc com cor vermelha e sendo considerados ímpares.

Isto acontece porque na teoria musical, a fundamental é contabilizada como “primeiro harmônico”, portanto o “H1” na verdade deve ser contabilizado como segundo harmônico e assim por diante. A Waves pisou na bola misturou a maneira de “contabilizar”, e isso vai causar confusão em muita gente.

Resumindo, ignorem os nomes H1, H2, H3 e usem apenas as cores como referência. Azul para harmônico par e vermelho para harmônico ímpar.

O setor mais abaixo é o da equalização, que permite que o usuário define a faixa de frequência que harmônicos pares e ímpares serão manipulados.

Sugestões de onde e como usar

Verdade seja dita, além de um processador muito útil, o Waves Cobalt Saphira é um plug-in muito educativo, que ajuda a entender e estudar a importância e influência da série harmônica e os seus efeitos.

Como ponto de partida, recomendo começar utilizando em um subgrupo de instrumentos ou mesmo no Master Fader, afetando a mixagem completamente, pois será mais fácil de ouvir o efeito em um material sonoro rico em harmônicos.

Subgrupos de bateria, metais, guitarras são boas opções.

Nos controles de harmônicos, a maneira mais fácil de pensar é encarando o “send” como o botão que acrescenta ou subtrai harmônicos. Use este controle para achar o timbre que mais te agrada. Como primeira investida, recomendo subir bastante o fader até ouvir o sinal distorcer claramente. Depois retorne um pouco e siga em frente para os próximos controles.

Já o “Return”, pode ser visto como um botão de controle de saída “geral”. Vai influenciar na mix final, mas não vai influenciar na quantidade distorção harmônica que você definiu com o botão “send”.

Sobre os Harmonics Modes, podemos entender como a estrutura de harmônicos e tem relação com a presença de cada um dos harmônicos da série harmônica e a relação entre eles.

Repare pode exemplo no harmonic mode B (fig. 2) e E (fig. 4). O harmonic mode E tem mais ênfase em harmônicos pares, que são naturalmente mais “musicais”.

fig. 4 – Harmonic Mode E – ênfase em harmonicos pares

E por que usamos este termo, “mais musical”?

Repare que intervalos dos harmônicos pares temos oitavas e quintas até o 8º harmônico, intervalos extremamente consonantes (fig. 3). Ou seja, o timbre tem as fundamentais muito bem enriquecidas.

Agora repare o harmonic mode B (fig. 2). Nestes, temos ênfase nos harmônicos ímpares.

Então faz sentido que a escolha dos harmonic modes ande junto com a quantidade de send/return de um dos grupos. Nada contra experiementar, mas vale a observação.

Simulando efeitos colaterais da fita

Mais acima comentamos sobre a técnica de passar uma mixagem por um gravador de fita para trazer harmônicos, mas existem dois efeitos colaterais neste processo. Primeiramente, há uma perda e reforço em certas faixas de frequências (ou seja, vai mudar alterar o equilíbrio da mix) e em segundo, se a máquina não estiver com a manutenção em dia, podem haver pequenas alterações na velocidade da fita que vai afetar diretamente a afinação.

À esquerda, temos um setor chamado de “TAPE” para trazer esta possibilidade. Não precisa ser usado sempre, alias, há de se ter uma boa justificativa para usar.

Speed é a velocidade da fita, é o ajuste é simples pois é um “perde e ganha” bem simples e direto.

Com velocidades lentas (menor valor), os graves serão acentuados mas agudos serão cortados. Quanto mais rápida, mais linear (flat) e por consequência, menos efeitos colaterais.

E vamos ficando por aqui, desejando um feliz ano novo para todos os leitores!

Abraços e muito sucesso em 2016!

cris3x4 blog proclass Cristiano Moura é instrutor certificado oficialmente pela Avid para lecionar cursos de nível 100, 200 e 300 em Pro Tools. Por meio da ProClass,  oferece consultoria, treinamentos customizados além de cursos oficiais em Pro Tools, Mixagem e Masterização.

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Waves Reel ADT – Artificial Double Tracking: O processo de dobras artificiais consagradas dos Beatles

Waves Reel ADT – Artificial Double Tracking: O processo de dobras artificiais consagradas dos Beatles

Artigo publicado na Revista Áudio, Música & Tecnologia. Para conhecer mais sobre a revista, clique aqui.

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Os anos 60 foram uma época em que inovações artísticas e tecnológicas andaram lado a lado nos estúdios Abbey Road, em Londres. Lá os Beatles eternizaram a maior parte de sua obra com a ajuda de engenheiros de som que também estavam à frente de seu tempo. Um deles foi Ken Townsend, o inventor do Artificial Double Tracking.

Conceito

O sistema surgiu atendendo a pedidos de John Lennon, que queria uma alternativa ao cansativo processo de repetir takes que são somados para encorpar os timbres. A ideia de Ken era criar um mecanismo que simulasse as pequenas diferenças de tempo e afinação que acontecem naturalmente entre múltiplas performances de um mesmo intérprete, de modo que um take soasse como vários. Ele fez um roteamento partindo do cabeçote de gravação de uma máquina de fita em direção ao cabeçote de gravação de outra e colocou um VCO para controlar a velocidade da segunda (fig. 1). Variações no controle de velocidade faziam a repetição ficar adiantada ou atrasada de forma não linear em relação ao som original, com o pitch modulando conforme a aceleração ou desaceleração, além de fenômenos de phasing e flanging que não aconteceriam em uma dobra normal. John adorou. O grande botão de Varispeed era pilotado manualmente pelo operador de fita e até pelos próprios Beatles às vezes. O resultado pode ser ouvido nos vocais de canções como Lucy In The Sky With Diamonds e Tomorrow Never Knows.

fig. 1 – ADT – Abbey Road

Configurações

Em parceria com os estúdios Abbey Road, a Waves criou o Reel ADT e trouxe a psicodelia dos anos 60 para o mundo digital. O plug-in pode ser usado em dez configurações: Mono, Mono-To-Stereo, Stereo, 2V Mono-To-Stereo, 2V Stereo, Live Mono, Live Mono-To-Stereo, Live Stereo, Live 2V Mono-To-Stereo, Live 2V Stereo. As versões Live têm componentes que garantem latência mínima para performance ao vivo, mas não permitem sinais adiantados em relação ao sinal original, somente sinais atrasados.

Na configuração Mono-To-Stereo qualquer mudança no Pan pode influir muito nos cancelamentos pela interação entre os dois sinais, dando grande flexibilidade ao efeito. No plug-in em Stereo você pode escolher entre o canal esquerdo, direito ou ambos para serem a fonte de som a ser processado. Há também a possibilidade de monitorar a saída em mono para saber o quanto de cancelamento está acontecendo (fig. 2). As configurações 2V têm duas vozes independentes para o ADT. Cada sinal duplicado vai ter seus controles para Pan, Drive, Mute, Phase e Level. É possível programar efeitos bem complexos no 2V Stereo. Os produtores de música eletrônica vão se divertir experimentando automações inusitadas nos parâmetros.

Fig. 2 – Monitoração em Mono para fechar cancelamento de fase

Interface

A interface gráfica do Reel ADT é bem simples. O botão de Varispeed aparece no meio com os cabeçotes de Source, que fica com o playback centrado, e ADT indicados acima. O padrão do plug-in é abrir com o segundo cabeçote adiantado em relação ao som original. Com ambos parados, você teria apenas um efeito de delay. O som característico de dobra artificial acontece com a variação na velocidade do sinal duplicado. O cabeçote mais escuro que aparece atrás do cabeçote de ADT indica visualmente o quanto o sinal está sendo acelerado ou desacelerado.

Uso – Controlando via MIDI

Você pode controlar manualmente o Varispeed com o mouse ou controlador físico para rodar um botão de verdade como se fazia em Abbey Road. Para endereçar, basta fazer um click com o botão direito no plug-in, selecionando Learn no pop-up e mexendo no controle que vai usar. Quando você solta o botão, o modo Latch deixa o Varispeed onde estiver no momento, e o Touch faz ele voltar para o valor que estava antes.

Uso – Entendendo os parâmetros

Ao invés de mudar manualmente a velocidade do segundo cabeçote, você pode usar o oscilador de baixa frequência do plug-in. O LFO tem diferentes opções de atuação: Sine Up, Sine Down, Triangle Up, Triangle Down e Random. O padrão do plug-in é abrir o LFO no modo aleatório, que fica mais parecido com uma dobra real de canais. Com pouco atraso entre os cabeçotes e o LFO em movimento contínuo, você pode fazer efeitos de chorus. Clicando em Sync, o LFO passa a ficar dentro do andamento da sessão (fig. 3). A opção Rate diz qual divisão de tempo vai ser seguida dentro daquele andamento. O Range do LFO determina quanto o cabeçote pode andar horizontalmente, então valores mais altos vão deixar o movimento mais rápido. Com o LFO ligado, o botão de Varispeed passa a controlar onde o Range vai ser centralizado, deixando a oscilação independente da posição do cabeçote de ADT.

fig. 3 – Modulando de acordo com o BPM da sessão

O Reel ADT tem 32 níveis de undo e redo e todos os recursos de preset dos plug-ins Waves. Nas versões Live, os presets que trazem o cabeçote de ADT adiantado têm os valores negativos de atraso convertidos para positivos, de modo que o segundo cabeçote esteja localizado sempre depois do primeiro. É uma limitação irrelevante considerando a quantidade de recursos que continuam disponíveis para performance. Pode ser uma ferramenta interessante para DJs também.

reel-adt

Para aqueles que procuram uma sonoridade mais analógica, o controle de Drive simulando saturação de fita soa bem. O plug-in não precisa ser usado pensando somente em ADT. Dá para fazer o tradicional slap delay de voz colocando distorção e abrindo o panorama 100% com volumes diferentes nos dois lados. Dá para fazer efeitos chorus limpos tipo anos 80 em guitarras e teclados. Dá para fazer levadas futuristas com automações absurdas em loops de bateria. A interface intuitiva é um convite a sair mexendo e vendo o que pode acontecer.

Conclusão

O processo de dobras artificial é utilizado com bastante frequência na maioria dos estilos musicais duplicando canais e adicionando delay em um dos canais, mas que para reproduzir por completo o resultado do ADT, o tempo do delay precisaria ser automatizado e que o delay possua um recursos de modulação de afinação.

 

Então o ADT é um facilitador, muito bem vindo, que simplifica bastante esse processo, e que além disso, atua também sobre o timbre, levando-se em consideração as características da fita.

Autor: Bruno Spadale é engenheiro de som e produtor musical com formação em várias escolas no Rio de Janeiro e Nova Iorque . É certificado oficialmente pela Avid como um “Pro Tools Operator Music” e atua como instrutor da ProClass.

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