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Efeitos de áudio no Avid Media Composer

Efeitos de áudio no Avid Media Composer

Artigo publicado na Revista Luz e Cena

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Conheça alguns dos principais processadores incluídos

Em edições anteriores, vimos as possibilidades de recursos de áudio do Avid Media Composer. Sendo da mesma empresa desenvolvedora do Pro Tools, a equipe de desenvolvimento da ferramenta foi capaz de trazer para dentro do ambiente de edição os processadores usados no Pro Tools, que utilizam o protocolo RTAS e AAX para se comunicar.

Neste artigo, vamos conhecer alguns dos principais processadores de som incluídos no pacote para a produção de vídeos.

Se o audio é profissional, deixe para um profissional

Vivemos uma época muito curiosa, onde algumas produtoras anunciam vaga de “estágio” com mais requisitos do que para passar pela imigração nos Estados Unidos. Eles esperam que o candidato-estudante já saiba Avid, Premiere, Final Cut Pro, Photoshop, After Effects, manutenção de computadores, além de saber andar de moto para buscar HDs e “ter disposição” para abraçar os projetos com um salário mínimo + VR + VT.

Não temos como combater esta tendência onde as funções começaram a acumular, mas este artigo tem um objetivo específico: prover este “bônus” e não ser um substituto de um profissional de áudio.

É uma atribuição que não compete ao editor mas que pode ajudá-lo a ser mais independente, flexível e capaz de somar e valorizar sua importância numa equipe.

Amenizando flutuações de volume

É normal que uma pessoa fale mais alto ou mais baixo, mesmo numa entrevista calma, porém, é uma situação que pode e deve ser amenizada com um processador chamado de “compressor”. No Avid, podemos utilizar o Dyn 3 Compressor/Limiter (fig. 1A) ou o BF–76 (fig. 1B) que são incluídos.

Fig. 1A – Dyn3 Compressor / Limiter

Fig. 1B – BF-76

Atenção especial no termo “amenizar”, que já usei duas vezes. É importante entender que o conceito não é “eliminar” flutuações de volume. Também não é deixar “tudo igual”. Na teoria pode até parecer bom, mas na prática é péssimo. Como num texto, É MUITO RUIM TER QUE LER UM TEXTO LONGO EM CAIXA ALTA. MESMO QUE PAREÇA UMA BOA IDÉIA PARA CHAMAR ATENÇÃO, NO FINAL DAS CONTAS É CANSATIVO PARA A VISTA, EXATAMENTE COMO UM ÁUDIO TODO NIVELADO, SEM NUANCES E ÊNFASES, CANSA NOSSA AUDIÇÃO.

Para nosso propósito, o ajuste do compressor é relativamente simples pois depende mais de uma boa técnica e que de um “talento”. Existem várias abordagens, mas vamos começar com o parâmetro “ratio”. Ele é responsável por definir o “nível de agressividade” do processador. Quanto maior o valor, mais flutuações estarão sendo eliminadas.

A primeira coisa a fazer então é simplesmente ouvir seu material e tentar identificar o “tamanho do problema”. Se você já consegue ouvir todos os diálogos, significa que há uma certa consistência e pouca necessidade de compressão, então utilize valores de 2:1 ou 3:1. Por outro lado, se você identificou muita flutuação, vamos usar valores mais altos no Ratio. Pode ser algo entre 4:1 e 8:1.

O segundo parâmetro a ajustar é o Threshold, que informa ao compressor a partir de que nível o compressor deve atuar. A maneira de ajustar o Threshold é olhando para o medidor de redução de ganho (GR).

Se o material está bom e tem pouca flutuação, ajuste o Threshold até ver o medidor de redução de ganho atuando com os picos em 3–4dB. Se o material é mais problemático, ajuste entre 5–8dB.

Se mesmo com valores altos recomendados você ainda não chegou no resultado esperado, não tente ir mais longe com o compressor.

O que isto indica é que o material precisa ter seus momentos mais fortes ajustados manualmente com o Clip Gain (fig. 2) do Avid Media Composer.

Fig. 2 – Clip Gain

Veja na figura 3, o antes e o depois da aplicação de compressor via AudioSuite.

Fig. 3 – Antes e depois do compressor

Amenizando apenas os “Sss”

Muitas pessoas tem um “s” e “ch” muito pronunciado. Para este casos, temos o De-Esser (fig. 4), também incluído no Avid Media Composer e podemos pensar como ele sendo um “compressor para o S e CH”.

Fig. 4 – Dyn3 De-esser

Seu funcionamento é bem simples. Acione o botão HF Only e vá alterando o controle “range” até sentir a redução acontecendo. Há se de ter cuidado com os exageros, pois altera drasticamente o timbre da pessoa.

Se sentir que não está funcionando bem, provavelmente a frequência em que o De-Esser está sintonizando não é a mais correta. Você pode tentar ajustar sozinho apesar de ser mais um caso onde um profissional de áudio seria o mais adequado. Ative o botão “listen” para ouvir apenas a frequência em que o “S” que está configurado, e vasculhe com o controle “freq” a frequência em que o “S” seja mais pronunciado.

Equilíbrio tonal

O equalizador é um processador de áudio que conhecemos de outros locais. O som de casa, som do carro e o iTunes tem equalizadores. Sua função é melhorar o equilíbrio de graves, médios e agudos para valorizar ainda mais nossa experiência sonora.

Num ambiente profissional, sua função vai um pouco além. Ele é usado também para corrigir deficiências e limitações da captação.

O fato é que agora o material já está na pós-produção e, o que editor pode fazer para melhorar o áudio, mesmo que seja temporariamente para apresentar um offline ao produtor?

No Avid Media Composer, tanto pelo AudioSuite quanto pelo RTAS, temos acesso ao EQ3 7-Band (fig. 5), que é o mesmo equalizador incluso no Pro Tools.

Fig. 5 – Dyn3 Equalizer

Pelo gráfico, podemos fazer pequenas correções no timbre. O eixo horizontal representa o grave, médio e agudo. Já o eixo vertical representa o ganho.

Então, é possível fazer uma redução nos graves de uma entrevista e incremento no ganho na região média para deixar a fala mais audível.

Diferente do compressor, este trabalho exige muito mais sensibilidade e experiência para identificar as frequências e ganhos ideias, mas existem centenas de tabelas na internet que dão pontos de partida para equalização.

Reduzindo ruído

Este assunto merece um artigo à parte, mas vale esclarecermos desde já a diferença entre os dois processadores essenciais: Noise Gate e Noise Reduction.

O Dyn3 Expander/Gate (fig. 6) é utilizado para cortar o sinal sempre que uma pessoa não estiver falando. Ele faz esta detecção baseado num nível ajustado pelo usuário (Threshold), similar ao compressor.

Fig. 6 – Dyn3 Expander/Gate

Ele é útil para situações onde há um ruído de fundo que não chega a incomodar quando a pessoa está falando, mas que aparece e chama atenção nas pausas.

Repare que ele não elimina o ruído enquanto a pessoa está falando.

O Noise Reduction tem o nome parecido mas é completamente diferente. Ele é indicado para casos mais extremos, onde o ruído de fundo é muito alto, chegando a incomodar mesmo quando a pessoa está falando.

Pode acontecer em casos em que o microfone precisa estar mais distante para não vazar na cena ou perto de um ar condicionado.

Infelizmente, este processador não vem incluído no Pro Tools e nem no Avid Media Composer mas podem ser adquiridos separadamente para integrar ao Avid. Uma sugestão é o Waves X-Noise e a outra é o iZotope RX.

Abraços e até a próxima!

Cristiano Moura é um instrutor certificado pela Avid em Media Composer e ministra treinamentos oficiais de certificação Avid em todo o Brasil pelo centro de treinamentos ProClass, com sede no Rio de Janeiro.

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Começando no Avid e terminando em outra ferramenta

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Como continuar seu trabalho no Premiere, After Effects, Da Vinci Resolve, Pro Tools entre outros

A decisão da plataforma a ser escolhida para um projeto sempre deve levar em conta as possibilidades de integração com outras ferramentas. Isto porque, apesar dos aplicativos de edição de vídeo de hoje possuírem funções “extras” como efeitos, correção de cor e processamento de áudio, ainda existem aplicativos e profissionais mais adequados para cada função.

Usa-se muito o termo “Workflow” para se referir ao fluxo de trabalho decidido em uma produção, que envolve desde a captura até a entrega. Outro termo comum é o “Round trip”, que significa o processo envolvido em exportar material de uma plataforma para processar em outra, e depois voltar com o material processado de volta para o projeto/aplicativo inicial.

A decisão do workflow e round trip é fundamental para evitar perdas na qualidade da imagem, manter ao máximo a possibilidade de rever decisões, e principalmente, ser eficiente no que se diz respeito ao gerenciamento de tempo.

Vamos neste artigo entender como o Avid Media Composer envia material para outros aplicativos importantes do mercado.

AAF – O principal responsável

O formato OMF é muito mais comum do que o AAF, principalmente no envio de material da ilha de edição para o estúdio de sonorização. Porém, isto se dá apenas pelo fato do OMF ser um formato mais antigo e não por ser melhor. Pelo contrario, o AAF é um formato mais recente, funciona melhor e retém muito mais informação do que o OMF.

Já ouvi diversos motivos pelos qual continuar usando OMF ao invés do AAF, como o fato de usuários de Pro Tools precisarem pagar algo a mais para abrir este arquivo ou de que “OMF é só para áudio e AAF é só para vídeo”. Resumindo, tanto estas duas afirmativas são falsas como também a maioria das outras. Então salvo um caso ou outro muito específico, o formato AAF é o mais recomendado.

Passo-a-passo para gerar arquivos AAF

Primeiramente, é importante entender que o formato AAF não exporta um projeto todo, mas uma sequência. Ou seja, se o usuário precisar enviar três sequências para o colorista, será necessário gerar três arquivos AAF.

A primeira coisa a fazer é selecionar a sequência em questão e em seguida acessar o menu File > Export. Vamos pressionar o botão “options” para seguir para a janela de opções para explorar um pouco mais (fig. 1).

Fig. 1 – Janela de opções de exportação para AAF

Logo no alto, na opção “Export as” vamos alterar o tipo de arquivo para AAF. Logo em seguida, marque as opções “Include All Video/Data Tracks in Sequence” para os vídeos e “Include Audio Tracks in Sequence” se precisar também do áudio. Repare que à direita, há uma opção para escolher apenas algumas pistas e não todas (fig. 2).

fig. 2 – Opções de seleção de pistas

Link vs. Copy vs. Consolidate vs. Video Mixdown

Ao avançar, encontramos a opção “Export Method” que é a decisão mais relevante a ser feita, pois está relacionada a mídia do projeto e interfere nos três conceitos mencionados acima. Tempo de exportação, qualidade da imagem e possibilidade rever decisões.

A opção “Link to (Don’t Export) Media” é opção mais interessante caso o outro aplicativo que será usado para trabalhar no AAF se encontra na mesma máquina, ou num servidor compartilhado, ou ainda, em um computador independente mas que já tenha a mesma mídia à disposição.

A idéia é de não criar nenhuma mídia nova e fazer com que o arquivo AAF apenas aponte para as mídias atuais. Desta forma, o processo é rápido, evita-se duplicatas e obviamente, não há nenhuma alteração na qualidade pois as mídias de fato estão sendo compartilhadas.

Caso não seja seu caso e você precisar enviar não apenas as informações da sua sequência e também as mídias, temos outros caminhos para seguir.

A opção “Copy All Media” é tentadora. Quantas vezes alguém já falou com você: “faz o seguinte, me manda tudo!”. Normalmente a pessoa não tem a menor noção de quantas horas de cópia de material e tempo de ilha parada isto pode envolver.

“Copiar todas as mídias” seria a tradução mais próxima, cópia os arquivos brutos, incluíndo trechos que não foram usados. Por exemplo, imagine um vídeo de 5 min que editor manteve apenas 20 segundos na sequência. A opção Copy All Media não está nem um pouco preocupada com o que o editor aproveitou ou dispensou e vai copiar a mídia de bruta de 5 minutos.

Entra então a terceira opção, que é um bom meio termo. “Consolidate Media” gera novas mídias apenas com os trechos de fato utilizados na sequência. Economia de tempo e espaço em disco. Então no caso anterior, o usuário precisaria esperar apenas o tempo de gerar uma mídia de 20 segundos e não 5 minutos.

Até este momento, vimos apenas o Copy ou o Consolidate, que significa “tudo ou nada” ou “oito ou oitenta”. Mas é importante expandir um pouco mais as possibilidades: imaginemos que ao enviar um AAF gerado com a opção “Consolidate”, quem recebeu o arquivo resolva fazer um fade in/out, alterar o ponto de corte ou criar uma transição. Vamos ter um problema. Falta de mídia.

Então em muitos casos é necessário que uma área extra de mídia seja disponibilizada.

É nestes casos que entra em ação a opção “Handle Length”. “Handle” é o termo usado para indicar justamente esta área extra mencionada anteriormente. Desta forma, podemos continuar com a eficiência do método “consolidate media” mas com alguma flexibilidade, permitindo que a mídia seja gerada com uma “área de escape”.

A última opção “Video Mixdown” é bem vinda caso o envio seja para quem vai editar exclusivamente o som. Nesta opção, ao invés de gerar várias mídias e cortes, é gerado apenas um vídeo contendo a sequência toda sem cortes.

Onde e como armazenar?

Chegou a hora de decidir onde armazenar as novas mídias e partimos para o campo “Media Destinations”, também temos à disposição três métodos (fig. 3).

fig. 3 – Local de armazenamento das mídias

A opção “Media Drive” armazena no mesmo local usado pelas mídias originais. É uma opção muito pouco usada, pois se vamos manter no mesmo HD, por que não usar a opção “Link to (Don’t Export) Media)”?

Mas se está lá, é por que é útil, mesmo que em poucos casos… Um exemplo fácil de pensar é caso o aplicativo que vai ler o AAF não suporte os arquivos ou CODECs que o Avid esteja usando. Supondo que você está usando o CODEC Avid DNxHD e quer abrir o seu AAF no Final Cut Pro 7. Mesmo sendo na mesma máquina, o FCP 7 não consegue ler o CODEC Avid DNxHD então será necessário fazer um AAF consolidado e transcodificado para o CODEC Apple ProRes.

Sobra a opção “folder” e a opção “Embedded in AAF”. A opção folder é auto-explicativa, ou seja armazena as mídias numa pasta definida pelo usuário. Já a opção “Embedded in AAF” cria apenas o arquivo AAF com todas as mídias já encapsuladas no arquivo.

Apesar da segunda opção ser mais prática (um único arquivo é gerado), alguns aplicativos não conseguir ler corretamente o arquivo, então uma questão de segurança, recomendo que seja usada a opção “folder”.

E assim o processo é finalizado. Basta entregar para seu companheiro de trabalho e ele poderá abrir diretamente ou importar a sequência.

Para encerrar, vale ressaltar que o AAF se compromete a enviar todas as informações essenciais da sequência que são as pistas e pontos de corte, mas também envia informações de efeitos básicos como Resize, picture-in-picture, keyframes e tudo mais. Porém, o aplicativo deve ser capaz de interpretar estas informações, e nem todos tem essa habilidade.

Vamos ficando por aqui, e até o próximo mês! Abraços

Cristiano Moura é um instrutor certificado pela Avid em Media Composer e ministra treinamentos oficiais de certificação Avid em todo o Brasil pelo centro de treinamentos ProClass, com sede no Rio de Janeiro.

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Aspectos de performance do Avid Media Composer

Aspectos de performance do Avid Media Composer

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Trabalhando a favor do sistema

A performance do Avid Media Composer depende diretamente não apenas da máquina, mas também da maneira com a qual o usuário trabalha.

É importante entender que o Avid permite basicamente jogar qualquer vídeo diretamente na timeline, sem se importar com o formato, CODEC, frame rate e aspect ratio, mas isso não quer dizer que ele “gosta” de trabalhar assim. Neste artigo, vamos entender os limites e as contrapartidas desta flexibilidade da ferramenta.

Se português é seu idioma nativo, qual é o do Avid?

Quando estamos falando de codificação, gosto de comparar com um idioma. Português é nosso idioma nativo, que é nossa zona de conforto para escrever, ler e falar… porém se tivermos que ler um texto em espanhol, a maioria de nós vai conseguir entender boa parte, mesmo que não de forma ideal.

Da mesma forma, o Avid tem os seus CODECs nativos, que são aqueles que o Avid reproduz sem fazer muito esforço. Entre eles, estão o Avid DNxHD e DNxHR, Apple ProRes, XDCAM entre outros. Para ver a lista completa, basta acessar o Media Creation Settings e abrir a lista (fig. 1).

fig. 1 – media creation settings

AMA é seu intérprete

Voltando aos idiomas, imagine que você precise fazer uma reunião com um alemão. Diferente do espanhol, não há muita similaridade entre os dois idiomas e neste caso, o ideal seria termos ao nosso lado um interprete que possa ficar traduzindo o que cada um fala.

Agora pensem comigo… Vocês acham que é possível ter uma conversa fluida e natural num ambiente em que tudo que você fala e ouve precisa ser traduzido por um interprete?

Certamente não. A conversa fica truncada, não vai render tão bem e não será tão fluida e prazerosa como uma conversa entre duas pessoas que falam o mesmo idioma.

Da mesma forma, o AMA é o interprete do Avid, que permite reproduzir vídeos codificados com outros CODECs (ou idiomas), mesmo os que não são nativos.

Se por um lado, é excelente ter este interprete que permite trazer mídias imediatamente para o Avid perda de tempo para converter, por outro lado, há um trabalho extra em reproduzir uma mídia que utiliza um CODEC diferente dos CODECs nativos do Avid.

Portanto, o uso de um interprete deve ser visto como uma solução útil, porém temporária. E o link dos arquivos via AMA também. Tão logo sua mídia esteja organizada nos bins e catalogada, o ideal é consolidar ou transcodificar as mídias para dentro do Avid para obter um melhor desempenho.

Seu projeto deve estar de acordo com sua mídia

Na hora de criar um projeto, é um erro comum achar que o mesmo deve ser configurado de acordo com o formato de saída. Ou seja, não é porque a entrega solicitada é de um arquivo em Full HD 1920 X 1080 com 29.97p, que este será o formato do projeto.

O formato do projeto deve ser configurado de acordo com o formato em que os vídeos foram capturados. Para ficar claro: se vamos editar um VT falando da copa de 90 (SD), o projeto deve ficar em SD, mesmo sabendo que ele vai ser entregue em Full HD.

“Por que” é mais importante do que “como”

“Como eu crio um projeto” não é importante. Prefiro que pensem “por que devo criar meu projeto de tal maneira?”.

O Avid Media Composer foi projetado para adaptar aplicando efeitos em tempo real em qualquer mídia que esteja diferente do formato do projeto. Ou seja, quando se faz um link de uma mídia SD num projeto HD, o vídeo será adaptado com um efeito para alterar o aspect ratio e possivelmente também a velocidade. Não há dúvidas de que isso vai gerar um trabalho extra para seu computador, e o resultado é perda de rendimento.

Então não confunda. O formato de exportação é definido apenas na exportação. Para um bom rendimento, o formato do projeto é definido de acordo com as mídias brutas.

Entendendo as barras de performance do Avid Media Composer

Dependendo da complexidade da sequência (fig. 2), o Avid Media Composer apresenta barras de desempenho na timeline (fig. 3) para ajuda-lo a detectar trechos com dificuldade de reprodução, mas nem sempre significa que precisam ser renderizados.

fig. 2 – Full-Timeline-1024×413

fig. 3 – barra de performance

As barras azuis significam que seu disco rígido está próximo do limite de operação. Geralmente acontece quando temos muitos vídeos sendo executados ao mesmo tempo.

Isso pode ser resolvido facilmente distribuindo as mídias em dois HDs ao invés de centralizar apenas em um.

Já as barras amarelas significam que o CPU está próxima do limite. Geralmente, isto é causado por efeitos que estão sendo processados em tempo real.

Já as barras vermelhas, significam que o HD ou CPU não deram conta do recado e a sequência não pode ser reproduzida com perfeição.

Nestes casos, temos que fazer uma renderização dos efeitos. O processo é simples mas tem detalhes importantes: a primeira coisa a fazer é marcar um In/Out na timeline. Mas antes de acionar a opção “render in/out” com o botão direito vamos entender como configurar a ativação das pistas.

Na hora de renderizar, é comum supor que é necessários acionar todas as pistas que contém efeitos, mas neste ponto, o Avid Media Composer é bem mais esperto do que podemos supor.

Lidando com várias pistas, para o Avid, basta selecionar e fazer apenas o render na última pista. Veja na figura 4 um exemplo: nesta composição, basta selecionar apenas a pista V5.

fig. 4 – Estratégia para renderização

Desta forma, só temos que fazer o render de um efeito, e não de quatro. O motivo é muito simples: ao fazer a renderização da pista V5, o Avid faz a renderização de do V5 e tudo que estiver nas pistas inferiores.

E com isso, vamos ficar por aqui. Lembre-se, por mais flexível que uma ferramenta seja, há muitas contrapartidas envolvidas. A flexibilidade é bem vinda para iniciar rápido um trabalho, mas sempre há um método de trabalho de melhor rendimento.

Abraços e até a próxima!


Cristiano Moura
 é um instrutor certificado pela Avid em Media Composer e ministra treinamentos oficiais de certificação Avid em todo o Brasil pelo centro de treinamentos ProClass, com sede no Rio de Janeiro.

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