Waves DBX160 Compressor

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O mais novo parceiro da Waves

A Waves e a Universal Audio possuem um diferencial quando o assunto é emulação de hardware analógicos. Seja por uma questão política, comercial ou de marketing, a verdade é que eles conseguiram uma boa relação com fabricantes, que os ajudam a desenvolver os plug-ins e uma vez que as emulações chegam a um nível satisfatório de fidelidade ao originam, estes plug-ins são homologados pela marca.

O mais recente plug-in a entrar nesta lista é o dbx 160 Compressor/Limiter. Neste artigo vamos conhecer mais sobre este plug-in.

Usos para o dbx 160

Apesar de não gostar muito da linha de raciocínio de que “tal ferramenta é para tal instrumento”, não podemos deixar de mencionar como este processador foi largamente usado para esculpir baterias em diversos álbuns marcantes da música. Tal como o microfone Shure SM57 ou o AKG D112, o dbx 160 foi o tipo de equipamento que era padrão na maioria dos estúdios nas décadas de 70 e 80. Não é exatamente uma questão de ser melhor ou pior, mas era o que virou padrão e o que tinha.

Mas como mencionado acima, prefiro evitar falar de maneira tão limitada sobre um universo tão amplo como o áudio e a música. Ao invés de pensar “para que instrumento ele serve”, podemos pensar “o que ele faz” ou “qual é sua característica”.

Então abrindo mais o nosso leque, o dbx 160 é um clássico compressor transistorizado com detecção baseada em VCA que ajuda a caracteriza-lo por uma ação rápida, ou seja, ele pode disparar a compressão tão logo seja detectada acima do threshold. Repare que este é exatamente o inverso do comportamento dos compressores baseados em válvula ou sensor optico.

Esta maneira dele trabalhar é especialmente bem vinda para elementos percussivos, onde há um pico de sinal muito evidente mas sem muita sustentação. E quanto falamos em “elementos percussivos”, não estamos falando apenas bateria e percussão. Mesmo que seja uma guitarra funk ou um slap de baixo, não deixa de ser um elemento percussivo.

Ele também tem uma característica crucial na composição de um timbre, no sentido de que ele não satura e modifica tão cedo o timbre como compressores valvulados. Isso ajuda quando queremos mais compressão sem modificar muito o sinal. Agora, uma característica única do dbx 160 é que quando saturado (muita compressão envolvida), ela acontece de forma única elementos que estão sendo comprimidos. Este tipo de saturação, ajuda dar vida e trazer mais clareza especialmente em elementos graves como baixos sintetizados, bumbos, loops programados e instrumentos virtuais.

Uma maneira boa de pensar é, experimentar o dbx 160 sempre que um elemento precisar estar mais presente na mix, nem necessariamente ficar mais alto.

Indo para os controles

Muito similar aos outros hardwares da época, o dbx 160 compressor/limiter vem com poucos controles, então ou você gosta ou você não gosta.

O primeiro parâmetro é Threshold que indica a partir de que valor queremos que a compressão se inicie e o segundo é o “Compression”, que encontramos em muitos compressores com o nome de “Ratio”, que indica a proporção da compressão aplicada. Por último, temos o Output gain que não atua na compressão. É apenas um controle de saída para ajustar o nível do sinal já processado.

Adicionado pela Waves

Se nos parâmetros de compressão são bem simples, temos alguns controles não existentes no hardware que a Waves adicionou para facilitar nossa vida.

Pressionando o botão “collapse” o plug-in se expande para baixo, e apresenta tais controles.

O input é o primeiro deles, que ajusta o nível de sinal antes de entrar no compressor. É útil quando o sinal foi gravado muito baixo ou muito alto pois prejudica o ajuste do Threshold e Compression.

O segundo controle (Mix) é mais importante ainda, que permite misturar o sinal comprimido com o sinal original sem dor de cabeça. Uma técnica muito comum é exagerar na compressão de um elemento para afetar propositalmente o timbre, e misturar este sinal com o sinal original.

O terceiro controle é o Noise, pouco útil mas divertido. Adiciona o ruído encontrado no equipamento original. Não tem muita utilidade mas a Waves costuma fazer isso com todos os seus emuladores.

Temos em seguida o botão HP-SC, que ativa um filtro passa alta con a frequência de corte situads em torno de 90hz. Este filtro fica na entrada do módulo de detecção e é bem útil com elementos com muita informação constante na região dos graves (guitarra, violão, piano). Sem o filtro, estes elementos se beneficiam muito pouco de uma compressão, pois o grava acaba “travando” a ação do compressor. Já com o filtro ligado, é possível reparar tanto no VU quanto no som, que a redução de ganho será mais dinâmica.

Por último, temos os botões que compõe a sessão “Comp Mode” que aparece apenas em canais estéreo. Quando em “ST”, a mesma compressão é aplicada no L e R. Já em DUO, é a sigla para “Duo mono” e temos controles independentes de compressão para os dois lados. O terceiro e último botão é o MS, onde os controles superiores atuam “Mid side” (sinais que estão no centro do campo estereofônico) e o controles inferiores ajustam o “Side” (sinais que estão nas laterais do campo estereofônico).

Conclusão de dicas de utilização

A Waves novamente fez um excelente trabalho e mais uma vez profissionais e amadores tem a oportunidade de conhecer, mesmo de uma forma virtualizada, os equipamentos que fizeram parte da história da música gravada.

Para quem quer baixar a demonstração e experimentar, recomendo testar em elementos percussivos em que sua ação é mais facilmente notada. Experimente valores extremos e inversos de Threshold e Compression para ouvir como ele se comporta, ou seja, use um Threshold alto e uma compressão baixa, e depois experimente o inverso.

Também vale a pena o exemplo mencionado acima de compressão paralela. Exagere na compressão até obter um sinal completamente alterado e distorcido. Algo em que o VU marcando em torno de –20 ou –30 db de redução de ganho. Agora, use o botão “Mix” para misturar este sinal com o original e veja se o timbre agrada.

E não custa nada lembrar… moderação com o volumes nas caixas de som e fones! Primeiro por que faz muito mal e segundo por que tudo soa bem quando está alto então é péssimo para uma análise crítica.

Abraços e até a próxima!


cris3x4 blog proclass Cristiano Moura é instrutor certificado oficialmente pela Avid. Por meio da ProClass,  oferece consultoria, treinamentos customizados além de lecionar cursos oficiais em Avid  Media Composer.