Equalizadores Waves

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Entenda um pouco da história para saber o que esperar do REQ, Q, SSL e Linear Phase EQ.

 

A empresa Waves audio é uma das mais conhecidas e renomadas empresas de plug-ins do mercado, e hoje, é praticamente peça obrigatória em qualquer estúdio de produção de áudio.

 

Apesar de vender seus plug-ins individualmente, encontrou seu espaço no mercado vendendo “bundles”, que são nada mais do que pacotes de diversos plug-ins para as mais diversas funcionalidades, e por conta da relação custo X benefício este modelo acabou se firmando no mercado profissional.

 

Especificamente com relação aos equalizadores, a Waves disponibiliza muitos modelos que podem confundir o usuário, dado a sua interface similar. Neste artigo, vamos entender um pouco mais sobre as peculiaridades de cada um deles.

 

Q10 paragraphic EQ (fig.1): um dos primeiros projetos da empresa, foi desenvolvido para prover ao usuário o controle preciso de até 10 bandas de frequência com a menor distorção harmônica possível e sem coloração. Hoje, na era digital, este tipo de qualidade é exatamente o oposto que normalmente as pessoas procuram, mas naquela época, engenheiros de som acharam incrível o fato de finalmente ter a opção de equalizar e cuidar de uma banda de frequência sem colorir todo o resto do sinal.

Para ajustes finos, realizados no processo de masterização, um equalizador mais “cirúrgico” e que não agregasse característas ao sinal era algo constantemente requisitado pelos profissionais e o Q10 foi projetado para cumprir esta função.

fig 1 - q10

fig 1 – q10

 

 

Reinassence EQ: o REQ, como também é chamado, veio logo a seguir para tentar suprir um momento chave da evolução do áudio digital, onde áudiofilos, engenheiros de som e amantes da música em geral questionam a “transparência” do áudio digital, livre de distorção harmônica e coloração vinda da fita magnética, compressores, equalizadores e outros equipamentos analógios.

 

A Waves produziu então o REQ, que prometia trazer as características analógicas para dentro da DAW. Sua principal diferença estão nas suas curvas, que apresentam comportamento não-linear dependendo da largura de banda (Q) e da frequência predominante e tipo de filtro. Por exemplo, repare que apesar de usar um valor idêntico no parâmetro “Q”, ao atenuar uma frequência (fig. 2A), a largura de banda é menor do que quanto se amplifica (fig. 2B).

fig 2A - req

fig 2A – req

fig 2B - req

fig 2B – req

 

 

 

Uma dos diferenciais do REQ é seu equalizador shelving. Ao ajustar o ganho, parece um shelving comum mas a possibilidade de ajustar o slope (a curvatura de decaimento), cria-se um pequeno corte em torno da frequência central, muito similar a resposta de equalizadores analógicos (fig.3).

fig 3 - req

fig 3 – req

 

Outro fator a ser considerado é que o REQ possui processamento interno de 64-bit, o que em poucas palavras significa mais detalhes e possibilidade quase nula de distorção digital.

 

Resumidamente, enquanto o Q10 é a ferramenta ideal para ajustes cirúrgicos em muitas frequências e largura de banda extremamente definidas, o REQ é projeto para moldar e esculpir um timbre.

 

Linear Phase Equalizer (fig.4): este terceiro produto apareceu mais tarde para solucionar a distorção de fase, outro problema que só foi possível ser resolvido no domínio digital.

fig 4 - linear eq

fig 4 – linear eq

 

Podemos entendê-lo como uma evolução do Q10, em que o objetivo era ter controle absoluto de uma frequência específica sem alterar o resto do espectro sonoro.

 

SSL E-Channel (fig.5): já num momento mais recente de nossa evolução tecnológica, a Line 6 com seu POD, popularizou o conceito de emulação de equipamentos analógicos. Desde então, diversas empresas disputam uma “corrida” em busca de criar a mais fiel emulação de equipamentos analógicos “clássicos”. Nos produtos criados pelas empresas, nomes como “British”, “Fultec” e “ES-ES-EL” eram usados para dar a entender ao ouvinte o que eles estavam emulando, pois nenhum tinha o direito de usar os nomes oficiais das marcas em questão.

fig 5 - SSLEQ

fig 5 – SSLEQ

 

 

A Waves então cravou mais uma vez seu nome na história, sendo a primeira empresa a conseguir licença e aprovação de um projeto de plug-in nativo. O plug-in SSL E-Channel foi desenvolvido com ajuda da Solid State Logic, e baseado na equalização dos consoles de mixagem de grandes porte da SSL E-Series. A aprovação deste produto pelo público foi tanta que até hoje, é o plug-in mais vendido da história.

 

SSL G-Equalizer (fig.6): baseado na SSL G-Series EQ292, este equalizador também é licenciado pela SSL e possui alguns recursos a mais que o E-Channel. Seu estágio de ganho possibilita mais incremento e a largura de banda pode ser ainda maior do que a do E-Channel, o que resulta na possibilidade de equalizações mais extremas.

fig 6 - SSL Channel

fig 6 – SSL Channel

Suas curvas de equalizações possuem características “clássicas”, onde em torno de um corte, um leve incremento acontece nas frequência vizinhas, e em torno de um ganho, um leve corte acontece nas frequências vizinhas. Na figura 7A e 7B, a atuação é exemplificada no gráfico de outro equalizador.

fig 7A - atuação paramétricos SSL

fig 7A – atuação paramétricos SSL

fig 7B - atuação paramétricos SSL

fig 7B – atuação paramétricos SSL


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