Waves Noise Reduction – Ruído? Não obrigado! (parte 1)

Artigo publicado na Revista Áudio, Música & Tecnologia. Para conhecer mais sobre a revista, clique aqui.

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Conheça mais sobre plug-ins de redução de ruído da Waves

A Waves dominou por um bom tempo este segmento e sem dúvida, foi um dos motivos pelos quais se tornou peça essencial nos estúdios.

Antes de escolher o processador, é importante entender a diversidade de ruídos que podemos ter numa gravação, pois o mesmo plug-in que pode reduzir ruído do ar condicionado por exemplo, não é o mesmo para amenizar distorções.

Outro importante ponto é precisamos ter em mente é que não há nada para “eliminar” ruído. Ou invés disso, apenas “amenizamos” o nível de ruído. O termo “redutor” de ruído foi muito bem escolhido pela indústria, e é essencial aceitar e aprender a conviver com as limitações de cada ferramenta.

Esclarecendo Noise Gate vs. Noise Reduction

Os dois processores tem comportamento bem diferente, mas muitas vezes são confundidos por conta do seu nome similar.

O Noise Gate é um processador que atua baseado em ganho, e funciona reduzindo e/ou eliminando todo o sinal a partir de um certo ganho, esteja o sinal com ou sem ruído. O termo “gate” em inglês significa “portão” e podemos pensar exatamente desta forma. É um “portão” que se fecha e evita o sinal de passar a partir de um certo nível (fig. 1).

Fig. 1 - Gráfico representando atuação do Noise Gate - Créditos a-volute.com

Fig. 1 – Gráfico representando atuação do Noise Gate – Créditos a-volute.com

Resumindo, serve para eliminar o sinal por completo (exemplo, eliminaria vazamentos de bateria no canal do Tom, sempre que o mesmo não estiver sendo executado) mas não serve para separar, extrair e reduzir o ruído de um ar condicionado enquanto uma pessoa faz uma locução.

Para este segundo é que o Noise Reduction aparece. Ele funciona baseado em amostras e análise, ou seja, o usuário primeiro identifica ao processador qual ruído ele quer reduzir, e o Noise Reduction se encarrega de amenizar este ruído sem degradar o sinal principal, no caso a voz da locução.

Chiado, Ar condicionado entre outros ruídos constantes

Descontando o ruído conhecido como “hum” (que tem um plug-in específico), podemos reduzir ruídos constantes com o X-Noise (fig. 2).

Fig. 2 - X- Noise

Fig. 2 – X- Noise

 

Apesar da interface com o usuário ser muito simples, há muito desenvolvimento e cálculos sendo feito “por trás das câmeras” e isto significa que ele é um devorador voraz de CPU.

Apesar de rodar em tempo real, a recomendação é de processar/renderizar o resultado final tão logo seja possível.

Sua utilização é bem simples. Primeiro é necessário selecionar uma pequena área de áudio contendo apenas o ruído (fig. 3).

Fig. 3 - Selecionado trecho de ruído para amostra

Fig. 3 – Selecionado trecho de ruído para amostra

 

Uma vez selecionada, pressionamos o botão “learn” que significa “aprender” e iniciamos a reprodução, e de fato, o X-Noise estará aprendendo qual o ruído que o usuário pretende reduzir.

Uma vez que o perfil de ruído tenha sido capturado (representado pela linha verde), o usuário pode escolher o ponto inicial de atuação com o parâmetro Threshold e a quantidade de redução com o controle “Reduction”.

Simplificando, o Threshold regula “quando”, e o Reduction ajusta “quanto”. Como dito anteriormente, apesar de algoritmos bem complexos, para o usuário os controles são do tipo “direto ao ponto”.

Como saber a hora de parar?

Experimentando os parâmetros, provavelmente será notado que depois de um certo valor de redução, o timbre do sinal principal também começa a ser prejudicado.

Para ajudá-lo a compreender o que está sendo reduzido, a Waves implementou um botão chamado “Difference” que se localiza no canto direito inferior. Com ele, o usuário pode ouvir de fato, o que está sendo extraído do áudio, e vai ficar muito fácil perceber quando o sinal principal também começa a ser afetado.

Outro indicativo são os gráficos. Ao lado do parâmetro “Reduction” temos um VU que apresenta a quantidade de redução de ganho aplicada no momento.

Também temos os gráficos onde a linha branca você já sabe que representa a amostra do ruído. Já a linha verde indica o nível do sinal de entrada (original) e a linha vermelha indica o sinal de saída. Tudo depende do sinal em questão, mas para dar um ponto de partida, há de se tomar cuidado ao notar que a redução foi acima de 6–10dBs se comparado ao sinal de entrada pois o processador começa a perder eficiência e alterar o sinal principal.

X-Noise vs. Z-Noise

É muito comum usuários terem a coleção completa da Waves em suas máquinas e ficarem na dúvida entre os dois. A informação também pode ser importante para usuários que estão na dúvida de qual dos dois comprar.

O X-Noise foi o primeiro a surgir e foi sucesso absoluto. Entenda o Z-Noise (fig. 4) como uma versão mais recente e mais moderna do X-Noise.

Fig. 4 - Z-Noise

Fig. 4 – Z-Noise

Há três pontos de destaque no Z-Noise: primeiramente, desenvolvedores puderam trabalhar em cima algoritmos mais complexos e precisos, pois as máquinas de hoje podem aguentar um processamento bem maior do que na época do lançamento do X-Noise. Ou seja, teoricamente mais eficiente, porém bem mais pesado.

O segundo ponto são seus modos de trabalho. Conhecido como “adaptive”, o Z-Noise tenta se ajustar ao ruído em tempo real conforme o tempo, ou seja, se o ruído mudar levemente, o Z-Noise é capaz de perceber e fazer os ajustes necessários. Por exemplo, se o ruído for um motor e houver mudança na rotação deste motor, a frequência e o timbre será alterado mas a função “adaptive” resolverá. Já o X-Noise, seria necessário repetir o processo de procurar uma área de áudio com apenas ruído e coletar uma nova amostra para o X-Noise “aprender”.

Aliás, No Z-Noise, além do perfil “Learn”, que se baseia em “aprender”, existe também o perfil “Extract” que funciona como se fosse um detector automático. Pode ser útil se não houver um trecho de áudio puro com apenas o ruído.

O terceiro ponto está no gráfico, que possui um equalizador embutido. Este, serve para ajudar a esculpir ainda melhor o ruído a ser extraído e conseguir um melhor resultado.

Voltado ao exemplo do motor, apesar de conter informações nas frequências baixas, médias e altas, é possível que o ruído incomode mais nos graves do que nos agudos e neste momento o equalizador é muito bem-vindo.

E encerramos aqui a primeira parte da série sobre redutores de ruído da Waves.

Até a próxima!


cris3x4 blog proclass Cristiano Moura é instrutor certificado oficialmente pela Avid. Por meio da ProClass,  oferece consultoria, treinamentos customizados além de lecionar cursos oficiais em Avid  Media Composer.