Pro Tools Upgrades

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Até onde vale a pena?

Estamos num momento em que os estúdios rodam várias versões do Pro Tools, e uma pergunta comum do cliente é: mas por que você não faz o upgrade?

E muitas vezes, nós mesmos não sabemos se vale ou não a pena fazer o upgrade. Normalmente respondemos algo do tipo “ah, por que aqui funciona tão bem… tenho medo de fazer o upgrade e pior tudo”.

A idéia deste artigo é servir como um guia, onde os usuários poderão analisar as principais melhorias entre as versões do Pro Tools e julgar se para seu tipo de trabalho, de fato vale a pena a aventura e investimento de um upgrade.

Pro Tools 7.3 e anteriores

Se você é um usuário de uma destas versões, vale muito a pena considerar um upgrade. Simples assim… existem centenas de funções incorporadas que podem facilitar seu trabalho, mesmo que seja apenas gravar uma dublagem.

Pro Tools 7.4

A grande novidade no Pro Tools 7.4 foi a função elastic audio (fig. 1). Graças a este recurso, usuários podem manipular áudio de maneira muito mais prática no que se refere a tempo. Ele é uma solução de Time Strech em tempo real e direto na janela de edição. Para ajustar uma bateria no andamento, sincronizar uma dublagem ao movimento dos lábios de um ator num vídeo, ou simplesmente para aumentar a duração de uma nota cantada, esta é a ferramenta.

fig. 1 - Elastic áudio no Pro Tools 7.4

fig. 1 – Elastic áudio no Pro Tools 7.4

 

Foi um marco na maneira não só de editar mas também de gravar e “pensar” em música.

Pro Tools 8

Sem dúvida, esta foi a versão mais revolucionária da ferramenta. Além de uma interface nova e moderna (fig. 2), um editor MIDI dedicado, aumento no número de tracks, sistema de partituras (fig. 3), e um elastic pitch, que permite que o usuário altere a afinação de um áudio.

fig. 2 - Mixer ganhou cores

fig. 2 – Mixer ganhou cores

fig. 3 - partitura, MIDI e instrumentos virtuais

fig. 3 – partitura, MIDI e instrumentos virtuais

fig. 3 - partitura, MIDI e instrumentos virtuais

fig. 3 – partitura, MIDI e instrumentos virtuais

Indo mais longo, uma biblioteca de plug-ins de áudio e de instrumentos virtuais muito mais rica do que as versões anteriores.

Para muitos, era como se fosse um “novo” sistema. Esta é a primeira versão do Pro Tools realmente capaz de servir estúdios de pequeno e médio porte em todos os cenários, como uma ferramenta completa e auto-suficiente.

Pro Tools 9

Se o Pro Tools 8 foi a revolução no software, o Pro Tools 9 foi a revolução com relação ao hardware. A partir desta versão, é possível usar o Pro Tools com qualquer hardware compatível com drivers ASIO (win) ou Core Audio (mac) (fig. 4). Isso quer dizer duas coisas:

fig. 4 - imagem que significava o fim de uma escravidão das interfaces do fabricante

fig. 4 – imagem que significava o fim de uma escravidão das interfaces do fabricante

1- o usuário está livre para comprar a interface que julgar melhor para as suas necessidades. Além da Avid, existem outras centenas de empresas que fazem interfaces de áudio de qualidade: RME, MOTU, Focusrite e Apogee são algumas delas.

Com relação ao software, também é algo bem impactante. Até a versão 8, o usuário tinha que pagar diversos pacotes de funções à parte: DV Toolkit, Music Production Toolkit e Complete Production Toolkit além de um MP3 Export Option.

Era realmente muito frustrante comprar o Pro Tools e depois descobrir que, por exemplo, para você ter um timeline contando em timecode você precisava do DV Toolkit. Ou para exportar um bounce direto para MP3, era necessário um MP3 option.

Tudo isso acaba no Pro Tools 9. Timecode, MP3 Export, Beat Detective, Import Session Data Avançado, Catálogos no Digibase foi liberado.

Só restou um pacote, chamado de Complete Production Toolkit 2, que na sua essência era simplesmente transformar o Pro Tools “convencional” em Pro Tools HD, versão mais avançada da ferramenta para trabalhos de grande porte.

Correndo por fora, também temos no Pro Tools 9 o ADC (automatic delay compensation), que corrige pequenas diferenças de latência que existem entre plug-ins de processamento de áudio.

São pouquíssimo casos em que isso acontece no Pro Tools convencional, mas caso você use um plug-in que tenha este problema, vale muito a pena o upgrade.

Pro Tools 10

Quem está com o Pro Tools 9 está realmente muito bem equipado. A versão 10, é mais uma versão de transição para o Pro Tools 11 do que uma versão mesmo.

O ponto mais forte do Pro Tools 10 no que se refere aos recursos, é a função Clip Gain (fig. 5), que permite o ajuste de ganho do áudio em tempo real, diretamente da edit window. É um comando de uma praticidade incrível, e sem dúvida útil para qualquer tipo de trabalho.

fig. 5 - Clip Gain

fig. 5 – Clip Gain

Também temos o novo plug-in Channel Strip (fig. 6) que realmente é interessante e gratuito. Seu algoritmo é retirado da System 5, console da antiga Euphonix, que hoje em dia faz parte da Avid.

fig. 6 - Pro Tools 10 Channel Strip

fig. 6 – Pro Tools 10 Channel Strip

Obviamente, existem outras melhorias valiosas, mas que não seria possível definir como “essencial” como é o caso do Clip gain. Por exemplo, temos fades sendo feito em tempo real… útil, mas nada que faça como que alguém no Pro Tools 9 trabalhe pior.

Algumas outras são: 32-bit floating point, Bus Interration e melhorias do Audiosuite.

Pro Tools 11

Finalmente chegamos a versão atual do Pro Tools. Esta versão roda em 64-bit, e tem apresentado um desempenho realmente melhor. Algumas sessões que eu estava tendo dificuldade de rodar no Pro Tools 10 rodam muito bem no Pro Tools 11.

Acredito que a nova função mais comentada é o Bounce to disk offline, que sem dúvida é prática, bem-vinda, acelera o trabalho, mas novamente… não é algo que vá fazer você trabalhar melhor ou pior… É só pensar, quanto tempo do seu dia você passa fazendo bounce? Quantos bounces vocês faz por mês?

Obs.: para quem tem o Pro Tools HD 11, além do bounce offline também existe a possibilidade de fazer o bounce de fontes diferentes ao mesmo tempo. Ai a coisa fica realmente séria, principalmente para quem exporta muitos stems, seja para música ou pós-produção.

O mixer na minha opinião é o grande ganho desta versão (fig. 7). Ele ganhou a possibilidade de mostrar mais sends ao mesmo tempo, meters novos, medidores de redução de ganho e tudo isso sim, faz com que você trabalhe melhor. Mais que isso, um novo recurso chamado de “Dynamic Host Processing”, que significa basicamente que o Pro Tools agora é inteligente, e processa plug-ins apenas quando tem áudio na pista. Se não houver áudio, o sistema não gasta processamento com os plug-ins que estão inseridos naquela pista. Resumindo, mais plug-ins, menos travamentos.

fig. 7 - Pro Tools 11 Mixer

fig. 7 – Pro Tools 11 Mixer

Para quem trabalha no mercado de pós produção, há também importantes melhorias como a possibilidade de rodar vídeos de outros formatos e em HD.

Cuidados com a última versão…

É comum pensar “vou direto pegar a versão mais avançada”, mas o Pro Tools 11 tem suas peculiaridades e devem ser levadas em consideração.

A principal é com relação os plug-ins. O Pro Tools aceita apenas plug-ins no formato AAX, e infelizmente, ainda não são todas as empresas que tem seus plug-ins adaptados para a nova versão. É muito importante confirmar se todos os seus plug-ins possuem uma versão em AAX antes de partir para o Pro Tools 11.

E é isso ai… o mais importante antes de entrar na paranóia de sempre querer ter a última versão de tudo é lembrar que a ferramenta é apenas o “meio”. Lembrem-se de que 99% dos cds que o mundo ama e idolatra não foram feitos na última versão do Pro Tools. Talvez nem na penúltima… e se quer saber… nem na antepenúltima!

Abs!


cris3x4 blog proclass Cristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona  cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass.  Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.