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Por alguns anos, produtoras, emissoras e profissionais freelancer questionaram o custo das licenças Avid, e naturalmente, foram procurando alternativas. O resultado foi um grande aumento no número de produções feitas com ferramentas como Final Cut Pro (Apple) e Adobe Premiere (Adobe).
Porém, nos últimos anos a Avid tem tentado correr atrás do prejuízo oferecendo descontos para usuários que possuem licença do Final Cut Pro, e também uma drástica redução de preço. Hoje, o Avid Media Composer custa quase a metade do que custava há 2 anos atrás.
Neste ano, durante a NAB (fig. 1) (convenção destinada produção Broadcast, vídeo e afins) a Avid anunciou mais passo: o sistema de licenciamento flexível baseado na nuvem.
fig. 1 – apresentação NAB 2014
Licenças na nuvem
Este tipo de licenciamento vem sendo adotado por outras empresas e talvez a Adobe seja o caso de maior sucesso.
O método se baseia num outro modelo de negócio, em mensalidades ao invés de uma compra única por período ilimitado, e este sistema tem funcionado muito bem por um motivo muito simples: software não “dura” pra sempre. Conforme novas versões vão sendo implementadas, as versões mais antigas deixam de ser aceitas nos computadores e sistemas operacionais mais modernos.
Diferente de um carro, que você pode vender depois de alguns anos de uso e recuperar parte do investimento, não há como vender por exemplo uma licença de Windows 98.
Avid Artist Suite – Video Creative Solutions
O conceito é viabilizar que profissionais e empresas geradoras de conteúdo criativo adquiram, utilizem e implantem Media Composer de forma mais eficiente e rentável. O serviço se chama “Media Composer | Cloud”, que permite uma compra flexível e opções de licenciamento. Além disso, o sistema permitirá algumas funcionalidades para edição diretamente na nuvem e deve mudar bastante nossa maneira de pensar fluxos e sistemas de trabalho (fig. 2). Esta é uma premissa da uma visão que a Avid vem investindo em desenvolvimento, que ela chama de “Avid Everywhere”. A tradução livre seria “Avid em todos os lugares”.
fig. 2 – interplay sphere
O Media Composer é apenas uma das ferramentas que o Avid Artist Suite. Além dele, outros produtos como Pro Tools, Sibelius, VENUE e outros também farão parte das opções em breve.
E quais sãos os produtos?
O sistema de licenciamento é um pouco complicado de entender à primeira vista, mas vamos tentar pontuar de forma muito direta cada uma das opções.
O novo Avid Artist Suite inclui:
– Media Composer | Cloud (que até pouco tempo era chamado de Interplay Sphere): permite editores a opção de se conectar remotamente e acessar , editar e colaborar com os outros como se estivessem no local. Isto permite que os editores e assistentes construam e desenvolvam sua timeline e projetos de forma colaborativa e remotamente na nuvem. Também é útil para departamentos de jornalismo ou qualquer produções com conteúdo diário, pois permite obter uma vantagem sobre a edição, uma vez que a mídia não precisa sair fisicamente do set ou local da filmagem para as ilhas de edição. Para cidades com trânsito complicado como o Rio de Janeiro e São Paulo, é uma excelente opção para que a produção possa avançar, independentemente da proximidade.
– Media Composer | Software Subscription:
Como falado anteriormente, este sistema é similar ao Adobe Creative Cloud (fig. 3), onde o usuário pode pagar por assinaturas mensais ou anuais. Este modelo é perfeito para pequenas produtoras, que podem estimar melhor seus custos e um freelancer pode “alugar” por um ou dois meses exemplo uma licença para realizar um trabalho, sem ter que efetivamente comprar o produto.
fig. 3 – anuncio do Adobe Creative Cloud
– Media Composer | Software Floating Licensing:
Para empresas de grande porte como emissoras de TV, casas de pós-produção ou instituições de ensino, a Avid criou o “licenciamento flutuante”.
Imagine que uma empresa tenha 80 ilhas de edição. Mas nem sempre, as 80 máquinas estão sendo utilizadas para editar. As vezes, muitas são apenas usadas em momentos históricos (copa do mundo de 2014) ou servem apenas de backup, caso algum ilha dê pane.
Então neste modelo, a empresa compra um “pacote” de um certo número de licenças (digamos 60), que podem ser alocadas facilmente por toda a empresa utilizando um único identificador de sistema. Ou seja, se em algum motivo você quiser ter o Media Composer rodando na ilha de pós produção de áudio, lado a lado com o Pro Tools, será absolutamente simples transportar a licença temporariamente.
## Conclusão
Mais opções, sempre é melhor e o sistema de assinatura mensal é bem vindo para vários tipos de profissionais, mas acho que o maior ponto positivo nesta nova abordagem é simplesmente o fato da Avid estar se mobilizando em atender à demanda do mercado.
Os anúncios feitos em convenções como a NAB geralmente ainda sofrem algumas alterações então acredito que o momento é de aguardar e ver o que mais está por vir. Novas versões, novas funções, novos modelos de compra. Tudo poderá ser observado com mais clareza nas próximas semanas.
Cristiano Moura é instrutor certificado oficialmente pela Avid. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados além de lecionar cursos oficiais em Avid Media Composer.
