Como trabalhar com loops no Pro Tools

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Trabalhar com loops virou quase uma obrigação na maioria dos estilos musicais. Mesmo por trás de uma música recheada de instrumentos gravados acusticamente, normalmente ouvimos algum loop “rodando” por baixo, e neste artigo vamos entender um pouco mais sobre as ferramentas disponíveis no Pro Tools neste sentido.

Começando pelo básico – Importar um loop.

O caminho mais conhecido é pelo menu file > import > audio. Por este método é possível procurar por um loop do HD e ouvir antes de importar. Muito intuitivo, porém é o método mais demorado e limitado.

O segundo caminho é importar arrastando diretamente do Finder (mac) ou Window Explorer (pc), o que é interessante pela praticidade, mas perde-se a possibilidade de ouvir o áudio antes de importar, pois, normalmente sua interface de audio já estará sendo usada pelo Pro Tools. Isto pode variar de acordo com o fabricante.

O melhor método na minha opinião, é justamente o menos conhecido. Pelo menu Window, temos o Workspace (fig. 1) que funciona como um Finder/Window Explorer, porém muito mais rico em recursos.

fig. 1 - workspace

fig. 1 – workspace

 

Além de ouvir o material antes de importar, apenas por ele é possível:

• ver a forma de onda do áudio em questão

• identificar o andamento do loop por meio da a análise do elastic audio

• importar um loop já com elastic audio habilitado e ajustando o loop para o tempo da sessão automaticamente.

• Ouvir o loop em contexto com a sessão, antes mesmo de importar

• Fazer buscas complexas em vários discos rígidos rapidamente.

Enfim, é preciso de um artigo separado para falar de todos os recursos do workspace. Vamos seguir em frente.

Ajustando tempo do loop com a sessão

Se o loop já foi importado e estiver num andamento diferente da sessão, é muito simples fazer o ajuste. Primeiro, habilite o elastic audio no track (fig. 2) e neste primeiro momento, escolha entre qualquer uma das três primeiras opções: rhythmic, polyphonic ou monophonic. Em seguida, habilite o modo grid e mantenha o mouse pressionado sobre o botão de trim para acessar a ferramenta TCE trim (fig. 3). Para finalizar, agora basta arrastar uma das bordas do loop, que o ajuste será feito precisamente de acordo com o grid (fig. 4A, 4B e 4C).

fig. 2 - habilitando elastic audio

fig. 2 – habilitando elastic audio

fig. 3 - grid mode e TCE trim

fig. 3 – grid mode e TCE trim

fig. 4A - antes

fig. 4A – antes

fig. 4B - durante

fig. 4B – durante

fig. 4C - depois

fig. 4C – depois

Repetindo e/ou duplicando um loop

Depois de ajustado o loop, provavelmente necessário criar cópias desta região um certo número de vezes. Novamente, aqui estão as possibilidades mais usadas:

Menu Edit> Duplicate: é um comando simples e efetivo. Basta selecionar o trecho a ser duplicado e efetuar o comando pelo menu ou pelo atalho Command/CRTL + D.

Menu Edit> Repeat: caso queira fazer muitas cópias, o comando duplicate pode ser cansativo. Ao invés disso, podemos utilizar o comando Repeat (atalho alt + R), para estipular o número exato de loops.

E aqui apresento um terceiro comando que é o Clip Loop. Fica no menu Clip> Loop (Pro Tools 10) ou Region> Loop (Pro Tools 9 e anteriores).

Com uma caixa de diálogo muito mais elaborada (fig. 5), é possível definir a quantidade de loops de diversas formas:

fig. 5 - Clip loop

fig. 5 – Clip loop

Number of loops: a quantidade de loops (como no comando repeat)

Loop Length: quantidade de interação dos loops medida em compassos. Ou seja, se o usuário escolher 8 compassos de interação, serão preenchidos 8 compassos independente do tamanho do loop. No caso, Um loop que dura apenas um compasso seria duplicado 8 vezes enquanto um loop com dura 2 compassos seria duplicado 4 vezes.

Loop until end of session or next clip: faz com o que Pro Tools preencha todo o espaço em branco com loops até o fim da sessão ou até encontrar outro clip.

Outro fato interessante é que os loops ficam agrupados num grande clip (fig. 6), similar ao consolidate, mas sem gerar um novo arquivo de áudio no seu HD. Isto facilita muito uma edição futura, e um dos grandes atrativos é o fato de que, com este grupo de clips selecionados, é possível editar suas configurações pelo menu Clip > Loop em qualquer momento, de maneira não-destrutiva.

fig. 6 - resultado do clip loop

fig. 6 – resultado do clip loop

Por último, vale ressaltar a existência do comando “Unloop” no mesmo menu Clip. Com isto, é possível desfazer o comando de maneira muito prática para efetuar alguma alteração.

Conclusão

Trabalhar com loops pode ser muito bom ou muito ruim. Pode ser divertido ou extremamente cansativo. O que vai definir isto é a sua capacidade de decidir pelo melhor recurso a cada momento. No próximo artigo, abordaremos como o workspace pode melhorar ainda mais o fluxo de trabalho com loops.

Abraços e até a próxima.


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 Cristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.