Waves H-Reverb

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Chega o irmão mais novo do Trueverb e Rverb

No ano passado, tratamos dos reverberadores da Waves, que incluem o Trueverb, Reinassence Verb e o reverberador baseado em convolução IR–1.

Apesar das diferentes características entre eles, A Waves entendeu que havia ainda uma lacuna a ser preenchida. Neste artigo, vamos entender mais sobre o novo o H-Reverb e seus diferenciais se comparado aos outros reverberadores da empresa.

Conceito

Algo que podemos perceber rapidamente é a proposta de dar mais flexibilidade no ajuste de primeiras reflexões (ER) e a reverberação (tail) do que a maioria dos reverberadores. Não custa lembrar: usamos as configurações de Early Reflections (ER) para ajustar o tamanho e formato da sala e a reverberação, que reflete as características do revestimento e itens de uma sala e estão diretamente relacionados à absorção da mesma.

Também introduz outras seções que não estão ligadas diretamente à reverberação, mas são úteis se usadas em conjunto. Equalizadores, moduladores e controle de saturação são alguns deles.

Customização total

Na parte central do plug-in, temos um “seletor de ER” (fig. 1) e à esquerda, controles de Pre Delay, Build Up e size. Em especial, o “build up” não é um controle comum em outros reverberadores.

fig. 1 – opções de primeiras reflexões

Ele funciona como um “attack” do reverb, ou o tempo que a reverberação demora para se concretizar. Por ser confundido com o Pre Delay, mas sonoramente os resultados são distintos.

Enquanto o Pre Delay causa um atraso no reverberação (fig. 2A e 2B), podemos de uma maneira bem “informal”, encarar o controle de Build up como um controle de fade-in da reverberação (Fig. 3).

fig. 2A – Nenhum Pre delay

fig. 2B – Atraso ocasionado pelo Pre Delay

Fig. 3 – Atuação do parâmetro Build up

Existem muitos casos em que um artista pede uma mixagem bem carregada de reverberação, mas que em contrapartida, deixa os instrumentos embolados e sem definição. Atrasar ou amenizar a entrada da reverberação com o Pre Dely e Build Up é muito útil neste caso, pois permite que o ouvinte perceba primeiro o som natural que é mais claro e depois de alguns milisegundos, também ouvir a reverberação atuando no elemento sonoro em questão.

Outro controle inusitado está do lado esquerdo. Chama-se de “Decay Envelope” (fig. 4), e não lembro de ter visto em nenhum outro reverberador. Os controles X-Time, X-Gain e Density ajustam a curta de decaimento da reverberação, o que deixa bem claro a intenção da Waves de elevar o nível de customização da reverberação.

Fig. 4 – Atuação do Decay Envelope

Extras que andam juntos

Afim de criar uma assinatura sonora, oferecer algum diferencial, trazer algum interesse ou mesmo corrigir alguma limitação, mais e mais engenheiros de som dedicam boa parte do tempo da sua mixagem trabalhando em processadores ligados em série após a reverberação.

A Waves usou sua experiência no desenvolvimento dos pacotes signature series e colocou no canto inferior direito uma seção de modulação, filtros baseados em LFO e envelope (Fig. 5A, 5B e 5C). Eles permitem extrapolar um pouco o conceito de “natural” e buscar uma característica sintética. Independente do modo usado, todos possuem um controle de Mix para dosar o quanto este filtro deve atuar na reverberação. É um recurso excelente e cada dia mais comum na música pop, seja numa voz, bateria ou guitarra.

fig. 5A – Decaimento por frequências

Fig. 5B – Envelope Filter com controle de mix

Fig. 5C – Filtro de ressonância atuando via LFO. A velocidade pode ser regulada em Hz ou em tempos musicais sincronizada com o andamento da sessão

Também há um controle de Drive (fig. 6) muito bem feito, pois ajuda a saturar de uma maneira muito suave o output do HReverb.

fig. 6 – Global Section com destaque no parâmetro de Drive

Por fim encontramos na parte central um equalizador, algo que foi implementado também em outros reverberadores da empresa. Geralmente usamos o equalizador pensando em como podemos encaixar o reverb na mixagem. Não há mais tanto comprometimento em simular com perfeição uma sala. O objetivo é fazer a mixagem funcionar, mesmo que se tenha que por exemplo, cortar os graves e acentuar os agudos, algo que não acontece naturalmente.

Mais profundidade à vista

A seção Input Echoes / Output Echoes (fig. 7) servem como pequenos delays que podem ajudar a aumentar a sensação de espaço. Eles são representados no gráfico pela cor amarela.

fig. 7 – Atuação do input e output echoes

Um erro muito comum é aumentar o tamanho do reverb para ter uma sensação de um espaço maior ou pior ainda, a quantidade de reverberação. Estas duas ações corroboram mais atrapalham do que ajudam. Misturar reverberadores e delay é uma opção mais fácil de controlar de forma a destacar e aumentar a dimensão de um elemento sonoro e é de olho nisso que a Waves já incluiu estes dois setores no H-Reverb.

Botões pequenos de grande utilidade

No parte inferior do medidor de ganho de entrada temos o botão “test”. Ele dispara um ruído que ajuda a regular o reverb sem precisar ficar dando play na sessão.

Não é apenas uma questão de conveniência. O ruído branco disparado permite ouvir a resposta da reverberação de forma mais completa do que com um instrumento, pois qualquer outro elemento sonoro vai ter sempre uma ênfase numa região e deficiência em outra.

Já no medidor de saída, temos o botão reverse para gerar o efeito de reverb reverso facilmente (fig. 8).

fig. 8 – Comando Reverse

presets que prestam e muito!

Tinha uma época em que reverberadores vinham com centenas de presets que os fabricantes faziam com intenção de demonstrar os produtos e mostrar sua flexibilidade, não necessariamente se comprometendo com sua usabilidade.

A biblioteca do H-Reverb também explora este conceito, mas é repleta de pré-configurações interessantes como as sugestões de vários vários mixadores e em especial uma, que se compromete a simular hardwares clássicos como o Lexicon 480L (fig. 9).

fig. 9 – Menu de presets com destaque à categoria de hardwares

Num reveberador mais do que complexo, vale muito a pena e ajuda bastante o iniciante a entender os controles e o que esperar da sua sonoridade.

Em resumo, apesar de muito pesado na CPU, é sem dúvida um reverberador que vale a pena conhecer e ter por perto. Principalmente para quem gosta de produzir reverberação em conjunto com outros efeitos, o H-Reverb é muito conveniente por já ter vários outros processadores integrados na mesma interface.

E com isso, vamos ficando por aqui.

Abraços e até a próxima!

cris3x4 blog proclass Cristiano Moura é instrutor certificado oficialmente pela Avid para lecionar cursos de nível 100, 200 e 300 em Pro Tools. Por meio da ProClass,  oferece consultoria, treinamentos customizados além de cursos oficiais em Pro Tools, Mixagem e Masterização.