Jack Joseph Signature Series

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Plug-ins em nome da divertida arte de experimentar

Não é a primeira vez em que escrevemos sobre algum pacote da coleção Signature Series da Waves.

Poucos meses atrás, falamos sobre o pacote Manny Marroquin (fig. 1) que traz uma abordagem interessante. Resumidamente, são processadores “semi-configurados” e com algo a mais. EQ que permitem compressão, Reverberadores que tem distorção e moduladores integrados e assim por diante.

fig. 1 0 marroquin-signature-collection

Já o pacote do Jack Joseph Puig vai por um caminho diferente. O foco dele é em instrumentos e não em processadores. Ou seja, existem plug-ins para guitarra, para bateria, cordas e etc.

Neste artigo, vamos mergulhar e entender mais sobre eles.

Quem é o público alvo?

De forma geral, estes plug-ins tem todos o mesmo conceito. Ser um plug-in já pré-configurado, mas com alguma flexibilidade.

Porém o que faz destes plug-ins únicos, é a maneira com que o sinal é processado internamente. Um controle interage com outro e muito se engana quem acha que são apenas vários processadores ligados em série.

Muitos sinais são processados em paralelo e mais do que isso, um processador alimenta o outro de diferentes formas de acordo com os controles.

Não é fácil “decifrar” toda a engenharia por traz desta interface com poucos botões (apesar de ter mais detalhes no manual), mas é fácil saber que para atingir os mesmos resultados com plug-ins convencionais, o usuário precisaria perder um tempo duplicando pistas e fazendo diversos canais auxiliares de efeito para que possam ser processadores via ligação em paralelo.

Então não imagine que são apenas plug-ins para amadores ou iniciantes. Mesmo profissionais, podem usufruir da praticidade destes plug-ins, que evitam tempo perdido com roteamento e pistas extras.

A linguagem dos parâmetros é uma linguagem bem informal, que talvez profissionais se incomodem um pouco, mas sinceramente, é só uma questão de ouvir para entender o que está sendo alterado internamente.

Mais sobre a arquitetura

Por mais intuitivo que seja, há alguns ajustes a serem feitos. O principal parâmetro a ajudar é o Sensitivity (fig. 2). Ele ajusta o estágio de ganho da entrada do plug-in e vai influenciar principalmente na atuação do compressor. Se o LED estiver “desligado”, é porque tem pouco sinal na entrada. Verde significa que está razoável mas é o seu objetivo deve ser deixar no a marelo.

fig. 2 – Ajuste de sensibilidade no jjp guitars

Todos os plug-ins possuem um “Main Fader”, e entenda ele como sendo o nível do seu sinal “original”. Já os outros faders são processadores que, como dito anteriormente, na grande maioria são processados em série e em pré-fader (fig. 3).

Fig. 3 – Fluxo de sinal nos plug-ins JJP

Trabalhando em parceria

Além do controle da sensibilidade, na parte inferior existem os botões de pré-configurações de acordo com os instrumentos que deve ser ajustada desde o início (fig. 4).

Fig. 4 – Pré-configurações no jjp bass

A idéia é que você deixe Jack Joseph Puig e a equipe da Waves decida quais as frequências ou configurações (em casos de reverbs) ideais para cada instrumento, e você é o responsável por definir as quantidades.

Por exemplo, na figura 4 temos o JJP Bass, e é importante você informar se o baixo foi gravado com uma Direct Box, Microfonado (amp) ou se é um baixo sintetizado.

Com a sensibilidade e o instrumento definido, chega a sua hora de atuar e decidir a quantidade de compressão (do lado esquerdo), como o som será esculpido (faders no centro) e a equalização final (à esquerda).

Analisando os plug-ins

Neste pacote, os plug-ins são divididos por instrumentos e JJP Bass (fig. 4) foi um dos que mais chamam atenção pela versatilidade.

É extremamente fácil produzir um som de baixo com o grave mais encorpado, como também os controles permitem criar uma sonoridade com mais médio, presença e menos peso para que ele possa ser aparecer numa música com arranjo mais denso.

O destaque fica por conta do controle “Sub”, que acrescenta um grave artificial mas muito bem vindo não apenas em um baixo, mas em guitarra, violão, bateria etc.

O segundo que chamou atenção é o JJP Drums (fig. 5), que traz controles de attack, sustain, attitude e punch, que em poucas palavras, são controles diferentes para o mesmo propósito. Intensificar o som da bateria com uso da compressão no sinal direto e uma segunda compressão em paralelo.

fig. 5 – Controle Sub no jjp Drums

Como o JJP Bass, ele também tem um controle de SUB muito útil no caso de loops de bateria e instrumentos virtuais, além de um reverb, que apesar de não ter nenhum controle disponível ao usuário, tem uma sonoridade excelente para a caixa e tons.

O JJP Strings & Keys (fig. 6) também foi uma grata surpresa, e não precisa ser utilizado apenas para “cordas”. Ele ajuda de modo geral para deixar timbres de samplers e instrumentos virtuais mais orgânicos e cheios. Diferente dos outros, seu forte não é a equalização, mas os parâmetros Space, Doubler e Garth que misturam Delay, Chorus e saturação para dar vida a estes instrumentos.

Fig. 6 – jjp strings keys

Correndo por fora, ficaram o JJP Vocals (fig. 7) que é um pouco forçado demais tentar achar uma pré-configuração num instrumento com tantas variáveis, tantos timbres, estilos e intenções diferentes. Mais forçado é o parâmetro “magic”, que parece mais ter sido obra da equipe de marketing e não a equipe de desenvolvedores.

fig. 7 – jjp vocals

O JJP Guitars (fig. 2) também é um pouco audacioso demais, pelos mesmos motivos do JJP Vocals. Guitarras já são suficientemente processadas e esculpidas pela construção do instrumento, pedais e amplificador, mesmo que estejamos falando de plug-ins como Amplitube, GTR, Eleven ou Guitar Rig.

O JJP Cymbals e Percussions (fig. 8) cumpre bem o seu papel, mas que é um papel relativamente simples pois ele é voltado para instrumentos que tem um range de frequência bem definido e pode ser realizado com qualquer outro plug-in. Não imagino alguém, mesmo iniciante, que tenha dificuldade de encontrar a frequência e ganho ideal num equalizador para um shaker ou uma pandeirola por exemplo.

fig. 8 – jjp cymbals percussions

E com isso vamos ficando por aqui. o pacote JJP (e o Many Marroquin) sem dúvida valem a experiência de esquecer um pouco o lado técnico e focar apenas em ser criativo. Não há nada de ruim na proposta “informal” deles… na verdade, muito pelo contrário, é ótimo e divertido!

Abraços!

cris3x4 blog proclass Cristiano Moura é instrutor certificado oficialmente pela Avid para lecionar cursos de nível 100, 200 e 300 em Pro Tools. Por meio da ProClass,  oferece consultoria, treinamentos customizados além de cursos oficiais em Pro Tools, Mixagem e Masterização.