Element – o Instrumento Virtual da Waves

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Waves querendo ser mais do que uma empresa de processamento de áudio

A Waves é sem dúvida uma das mais importantes empresas de processamento de áudio em plug-ins do nosso mercado e a Native Instruments tem a mesma importância quando estamos falando de instrumentos virtuais.

Suas histórias se confundem com a história da revolução dos homestudios e DAWs. Curiosamente, a Waves lançou no ano passado o Element, seu primeiro instrumento virtual e começou a avançar neste segmento.

Neste artigo, vamos conhecer mais sobre este sintetizador.

O que o Waves Element

O Element (fig. 1) é um sintetizador baseado em síntese subtrativa, que tentar trazer para o computador toda a magia dos sintetizadores analógicos. Não há nada que a empresa pensado em emular desta vez. É simplesmente um sintetizador com características próprias e acho que é mais importante pensar nele como mais um instrumento que tenta trazer as características nos polysynths dos anos 80 mas como falei, a empresa nunca se manifestou interesse em dizer que ele emula “este ou aquele” sintetizador.

fig. 1 Waves_element

Características gerais

Waves Element não chega a ser um sintetizador complexo, mas não imagine que estou falando que isso é ruim. Pelo contrário, eu lembro o quanto penava para entender mesmo as coisas mais elementares quando estudei sobre sintetizadores na faculdade, então muito pelo contrário, acho ótimo ter uma opção para um iniciante possa entender os fundamentos da síntese subtrativa e criar algo em cima sem frustração.

Neste ponto o Element acaba sendo muito menos desafiador e mais adequado do que alguém que queira sair ligando fio pra todo lado até conseguir um bom som usando o Modular V (fig. 2) ou tentando programar um CS–80V (fig. 3), ambos da Arturia.

fig. 2 – Modular V da Arturia

fig. 3 – CS-80V da Arturia

Outro fator positivos a ser levado em consideração é que ele é extremamente econômico na CPU se comparado com outros instrumentos virtuais.

São dois osciladores, um filtro, quatro LFOs, três envelopes, um Modulation Matrix, um sequenciador e um arpegiador.

A empresa falar sobre uma tecnologia chamada de “virtual voltage”, mas sinceramente não vamos perder tempo com isso porque ao mesmo tempo que pode ser algo absolutamente revolucionário do ponto de vista de programação, também pode ser simplesmente um “nome bonito” feito pela equipe de marketing não vale a pena entrarmos nesse mérito, Pois afinal nosso compromisso com o som.

Avançando para os pequenos detalhes

Não é porque a intenção seja de simular um equipamento analógico que a empresa não colocou também um toque de modernidade como costuma fazer em outros produtos. O primeiro e o segundo oscilador (fig. 4) podem ser modulado de várias formas e também podem funcionar no modo DCO. Especificamente, no segundo oscilador temos a opção de incrementar com modulação baseada em FM.

fig. 4 – osciladores

Abaixo dos dois osciladores (fig. 4), os destaques são os controles SUB que reforçar os graves de forma muito interessante e o NOISE, para acrescentar ruído rosa.

Com relação ao filtro (fig. 5), além dos mais comuns como o passa alta, passa baixa, passa banda e rejeita banda, temos outro modulador baseado em FM que usa a forma de onda do oscilador 1 para modular o filtro. Outro detalhe que chama atenção é o controle ENV, que permite o usuário escolher o quanto ele quer que o envelope atue sobre filtro.

fig. 5 – filtro

E falando de envelopes, me chamou muito a atenção O botão punch no VCA envelope (fig. 6), que alavanca o ataque das notas, reproduzindo um efeito similar ao que conseguiríamos com o Trans X da Waves. Basicamente, ele força o ataque inicial para que as notas soem como se tivessem sido tocadas com mais vigor.

fig. 6 – VCA

Agora sobre os LFOs (fig. 7), são quatro no total onde o LFO 1 e 2 possuem o botão de RATE enquanto o LFO 3 e 4 podem ter sua velocidade sincronizada com o andamento da sua sessão. Confesso que não entendi muito porque não deixar os quatro LFOs com a opção de sincronizar ou não com o andamento da sessão, como é de costume nos outros processadores da empresa.

Fig. 7 – LFOs

Como já poderíamos esperar, a partir de efeitos (fig. 8) é muito boa no que se refere ao som, porém limitada no que se refere as opções de regulagem. Você a tem qualidade dos plugins da Waves, mas pouco acesso para ajuste, como se fosse uma tentativa de oferecer uma forma de completar a sonoridade do sintetizador, mas fazendo com que o usuário ainda assim, precise pensar em adquirir efeitos mais completos.

fig. 8 – Efeitos

Os destaques são a distorção e o Bit Crusher, que é o que mais faz diferença num mundo digital onde tudo pode ser exageramente limpo e perfeito.

Por último temos o arpegiador / sequenciador (fig. 9), que é simples mas faz o que precisa fazer. Ele já vem com alguns modos de trabalho e possui o controle GATE para que o usuário possa controlar a duração de cada nota. Assim, um mesmo arpegio pode ser tocado em legato ou em staccato e provocar sensações completamente diferentes.

fig. 9 – arpegiator

Achei que ficou faltando a possibilidade de ligar duas notas, assim muitas outras frases e ritmos seriam possíveis.

O som é o que importa

Se o Element não é muito complexo e nem é rico em muitos parâmetros e ajustes, pode ter certeza que a empresa fez um excelente trabalho criando uma biblioteca de pré configurações extensa e muito bem elaborada para que usuário possa perceber logo de cara quais as possibilidades sonoras deste instrumento virtual.

As amostras são excelentes e de fato, é um sintetizador com filtros e osciladores muito bem implementados.

Por exemplo, É comum em alguns instrumentos virtuais que o som do oscilador não seja constante em todas as oitavas, o que não acontece no Element.

Conclusão

Os maiores acertos neste instrumento virtual é sua sonoridade e sua interface simplificada. Altamente recomendado para se aprender mas sobre síntese subtrativa.

Pré configurações, acesso rápido numa única página, áreas bem definidas e uma simplificação das possibilidades ajuda em muito No fluxo criativo, afinal, nem sempre o melhor é o mais complexo.

Se podemos dizer que ele tem algum defeito, talvez seja exatamente a mesma coisa do que foi dito antes. Ou seja, pode ser simples demais para usuários que gostam de levar essa brincadeira com sintetizadores sério. Sem dúvida nenhuma, para este público o caminho a seguir, pesquisar e experimentar instrumentos virtuais de empresas como Native Instruments e Arturia.

Abraços,

cris3x4 blog proclass Cristiano Moura é instrutor certificado oficialmente pela Avid para lecionar cursos de nível 100, 200 e 300 em Pro Tools. Por meio da ProClass,  oferece consultoria, treinamentos customizados além de cursos oficiais em Pro Tools, Mixagem e Masterização.