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Entenda as principais diferenças entre as versões
Foram muitas versões e pacotes lançados pela Avid nos últimos anos. A maioria não seguiu em frente, mas causou certa confusão.
Hoje, podemos resumir o Pro Tools em três versões: Pro Tools Express, que vem junto com as interfaces de áudio da empresa, Pro Tools Nativo (ou simplesmente Pro Tools), que roda em qualquer DAW e o Pro Tools HD, que vem junto com os sistemas de grande porte, Pro Tools|HD Native e Pro Tools|HDX.
Neste artigo, vamos mergulhar um pouco mais nas funcionalidades exclusivas do Pro Tools HD.
Vídeo no Pro Tools
Muitas das funcionalidades exclusivas do Pro Tools HD estão diretamente relacionadas às necessidades do mercado de pós-produção de áudio para vídeo.
A começar pelo manuseio de vídeo (fig. 1). Enquanto o Pro Tools aceita apenas um vídeo na sua sessão e nada mais, com o Pro Tools HD o usuário pode carregar diversos vídeos, fazer playlists com video tracks, empilhar em vários tracks (mas apenas um pode tocar por vez e fazer edição de vídeo (mas nada sofisticado, apenas corte e trim).
Imagine por exemplo que você está sonorizando um vídeo e enquanto você trabalha, recebe a notícia de que foi decidido entre o diretor e o editor de vídeo que uma cena será excluída. Neste caso, com o Pro Tools HD basta o editor te indicar o timecode da cena que será excluída e você pode fazer o mesmo na sua timeline selecionando a área e deletando no Modo Shuffle para continuar seu trabalho. Sem esta função, a única opção é esperar o editor te enviar um vídeo com a nova versão.
Mais necessidades da pós-produção
Voltando a falar de áudio, existem outros recursos que apesar de serem úteis para todas as áreas, são mais essenciais este mercado.
Por exemplo, por incrível que pareça a mixagem surround só é disponível no Pro Tools HD. Temos também os novos medidores incluídos no Pro Tools 11, o Bounce to Disk (fig. 2) que permite exportar a mix de múltiplas saídas de uma só vez.
No mercado de pós-produção existe uma prática de entregar a mixagem desmembrada (ou submixada) por grupos como diálogos, música, FX etc. Ou seja, um bounce só com os tracks de música, outro só com os diálogos e assim por diante. Estes arquivos de áudio gerados são chamados de stems. Este processo é importante, pois permite um certo nível de ajuste quando o áudio finalizado for entregue ao editor de vídeo. Se ele precisar aumentar ou abaixar um pouco mais uma certa frase, ainda será possível.
Mais que isso, quem sabe o vídeo será distribuído em outros países, certo?
No caso de dublagens, basta produzir e gerar um novo stem com os diálogos dublados e mixar novamente com os stems originais.
No mercado de música, este processo tem sido mais adotado como formato de entrega para masterização. Com ele, o masterizador pode trabalhar com alguma “margem de manobra”.
Por exemplo, se ele resolve comprimir um pouco a mixagem geral (stereo mix), e sente que está sendo positivo para toda a música com exceção da voz (que digamos, começou a afundar demais na mix), com o stem da voz isto pode ser amenizado sem ter que voltar na mixagem.
Automação avançada
Todos concordam que automação é uma ferramenta importantíssima, e acho que mais pessoas ainda concordam que as vezes ela parece uma maldição na hora de editar. É complicada de editar com rapidez, testar novas curvas e fazer ajustes finos se o projeto for complexo.
No Pro Tools HD, a janela Automation (fig. 3) é bem mais generosa. Comandos como Manual Write, Write on Stop permitem gravar automação linear (onde não há mudança de volume) rapidamente numa seleção ou do início ao fim de forma muito prática.
A função Preview é um grito de liberdade, e faz exatamente o que você está pensando. Permite que você experimente outros ajustes sem destruir sua automação atual.
Existem outros comando que em resumo, resolvem quase todo tipo de dificuldade que é encontrada em sessões com múltiplos tracks e parâmetros sendo automatizados.
Performance
Quem tem a licença do Pro Tools HD, pode rodar o software mesmo num computador sem as placas de Pro Tools|HD.
Ainda assim, há ganho de performance por conta do Disk Cache (fig. 4A), uma função do Playback Engine, que permite o Pro Tools toda sua timeline na memória RAM, bem mais rápida do que um HD (Fig. 4B).
Com isso, mesmo sessões grandes de mais de 100 tracks podem tocar sem erros ou interrupções do sistema.
Falando de Hardware…
Lembrem-se: o software Pro Tools HD não pode ser adquirido separadamente. É necessário possuir o sistema Pro Tools|HD Native ou Pro Tools|HDX para ser elegível a receber uma licença.
E aproveitando o gancho… qual a diferença entre eles?
Simplificando, o Pro Tools|HD Native possui um sistema próprio de processamento que é disponibilizado ao Pro Tools, deixando a CPU mais livre para rodar um maior número de plug-ins. Além disso, com ele é possível ter até 64 canais de entrada e saída.
O Pro Tools|HDX é o irmão maior, que conta com mais chips de processamento, capaz de rodar o Pro Tools e mais uma centena de plug-ins sem precisar consumir basicamente nenhum recurso extra da CPU.
Diferente do Pro Tools|HD Native, o Pro Tools|HDX também é expansível, possibilitando até 192 entradas e saídas.
E é isso pessoal… Não deixem de escrever com sugestões de assuntos para os próximos meses.
Abraços!
Cristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.