Plugins do Pro Tools – Direto da caixa

logo_backstage

Artigo publicado na Backstage. Para conhecer mais sobre a revista, clique aqui.

Para saber mais sobre treinamentos e certificações oficiais em Waves, Pro Tools, Sibelius ou outros treinamentos em áudio, clique aqui.


Já se foi o tempo em que era necessário obter dezenas de plug-ins de terceiros para realizar uma mixagem de qualidade. Atualmente, tanto no Pro Tools quanto nos concorrentes, temos uma gama de plug-ins que vem junto com o software, mas muitos usuários tendem a subestima-los. Neste artigo, vamos entender um pouco mais sobre o que temos incorporado a ferramenta.

Equalizadores

O Pro Tools está equipado com a série EQ III 7-Band (fig. 1), que como o nome já diz, é a terceira versão do plug-in de equalização mais tradicional do Pro Tools. Sua estrutura e sonoridade é pensada para fornecer ajustes precisos de ganho/atenuação na frequência escolhida sem alterar nem colorir outras bandas de frequências. Por conta disso, não é aconselhado quando o usuário está em busca de alterar o timbre de forma criativa, tentando adicionar uma sonoridade não-inclusa na gravação. Sua função é justamente o inverso: equalizar da maneira mais transparente possível, o que é ideal numa equalização corretiva.

fig. 1 - EQ III 7-Band

fig. 1 – EQ III 7-Band

Já o AIR Kill EQ (fig. 2), foi projetado trabalhar de forma criativa, com controle fácil de graves, médios e agudos. Pode ser usado para cortar facilmente certa banda de frequência, algo muito comum em música eletrônica. Apesar disso ser possível ser feito com qualquer equalizador, na parte inferior, temos o controle das frequências de corte e um botão chamado “sweep”, que ajusta as duas de forma sincronizada. Também existem botões de liga/desliga para cada filtro.

fig. 2 - AIR Kill EQ

fig. 2 – AIR Kill EQ

 

Processadores de dinâmica

O Pro Tools também tem dois compressores com propósitos distintos. O Dyn III Compressor/Limiter (fig. 3) é um compressor que pode ser configurado com attack muito rápido, e foi concebido para permitir compressões elevadas da maneira mais imperceptível possível. Ou seja, não foi feito para alterar o som. Pelo contrário, a idéia é que não seja perceptível que o som foi processado em estúdio.

fig. 3 - Compressor - Limiter

fig. 3 – Compressor – Limiter

 

Já o BF-76 (fig. 4), é um velho conhecido dos usuários mais antigos do Pro Tools. Era feito pela empresa Bomb Factory e agora continua sendo produzido pela Avid. Ele tenta emular o funcionamento do clássico compressor UREI 1176 e o que deve-se esperar é um compressor que adicione uma coloração ao áudio. Funciona muito bem na maioria dos instrumentos, principalmente em bateria e voz. Há de se ter cuidado com o funcionamento dos botões de attack e release. No attack, quanto mais para a esquerda, mais rápido o attack. Já no release, para se obter um funcionamento mais rápido, deve-se girar o botão para a direita.

 

fig. 4 - BF-76

fig. 4 – BF-76

Muitos em um: Channel Strip

Lançado com o Pro Tools 10, o Channel Strip (fig. 5) tem sua arquitetura extraída da console System 5 (fig. 6) e é um poderoso processador de dinâmica com side-chain e um equalizador num único plug-in. Atua como compressor, expansor, limiter ou noise gate e o fluxo de sinal destes processadores pode ser definido pelo usuário (fig. 7). O equalizador emula o comportamento de filtros analógicos, com o “Q” que varia de acordo com o grau de incremento/decremento do seu ganho. Ao mesmo tempo, funciona muito bem para cortar frequências indesejadas, pois quando regulado para cortes, influencia muito pouco no resto do áudio. Também possui uma visualização geral, muito útil para ter todos os controles sem muitos cliques. (fig.8).

fig. 5 - Channel Strip

fig. 5 – Channel Strip

fig. 6 - System 5

fig. 6 – System 5

fig. 7 - Fluxo de sinal

fig. 7 – Fluxo de sinal

fig. 8 - Visão geral do Channel Strip

fig. 8 – Visão geral do Channel Strip

Reverberação

O D-Verb (fig. 9) é um processador que também nasceu junto com o Pro Tools e até hoje tem características únicas. É um excelente reverb quando o propósito é usar a reverberação para ajudar a moldar e dar características ao timbre de um elemento. Lembre-se que nem sempre, soar “natural” significa que soa “melhor”. Apesar de ter configurações de room, hall, church entre outros, existem outros reverbs capazes de simular com mais naturalidade estes ambientes. O AIR Reverb (fig. 10) é um deles. Além de possuir controles mais avançados de primeiras reflexões, que estão interligados diretamente ao tamanho e característica da sala, seus controles “ambience”, “density” e “spread” respondem melhor do que os controles similares no D-verb.

fig. 9 - D-verb

fig. 9 – D-verb

fig. 10 - Air Reverb

fig. 10 – Air Reverb

Conclusão

Neste artigo, vimos apenas sobre os três principais processadores de uma mixagem: equalizador, compressor e reverberação. Porém, o Pro Tools fornece bons recursos para modulação, delay, distorção e muito mais e merecem ser explorados antes de gastar energia, tempo, dinheiro e HD instalando pacotes de plug-ins de terceiros.


cris3x4 blog proclass

 Cristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves, Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Por meio da ProClass, oferece consultoria, treinamentos customizados em todo o Brasil.